quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Pocket Monsters: The Animation - Índice de Capítulos

Olá! Seja muito bem-vindo(a) ao blog. Aqui eu pretendo providenciar traduções das não tão conhecidas novels de "Pocket Monsters: The Animation" para o português brasileiro, escritas por Takeshi Shudo, o atualmente falecido ex-roteirista-chefe do anime Pokémon, responsável pelas três primeiras temporadas da série. Eu não terei uma data exata para a postagem de novos capítulos - eu os postarei quando eles estiverem prontos (traduzidos e revisados), mas é claro que isso não significa que eu vá demorar tanto para postá-los que nem você deve estar pensando agora. De qualquer maneira, eu espero que você goste das novels e sinta-se à vontade para deixar um feedback se possível nos comentários!

[AVISO: Por eu não possuir o conteúdo/as novels em si e também nunca ter estudado a língua japonesa na minha vida, sou, consequentemente, incapaz de fazer as traduções diretamente da "língua materna" da novel à língua portuguesa, por isso quero deixar claro que as traduções a seguir são feitas a partir de outras traduções do mesmo conteúdo à língua inglesa, que podem ser encontradas no seguinte link: https://pokemonthenovel.dreamwidth.org/380.html - e todos os créditos vão à sua tradutora original.]

Pocket Monsters: The Animation (Monstros de Bolso: A Animação)
Primeiro Volume: Partida

Escritor: Takeshi Shudo
Um residente da prefeitura de Kanagawa. Mesmo sendo um escritor terrível fez a sua estreia nos roteiros com 19 anos. Fez vários trabalhos desde então. Eventualmente trabalhou em animes, novels, peças, etc. Trabalhos notáveis incluem "Warring States Demon GoShogun" e "Magical Princess Minky Momo" além de outros. Mais detalhes podem ser divulgados em uma outra oportunidade.

Ilustradora: Sayuri Ichiishi 
Da prefeitura de Kanagawa. Designer de personagens e diretora principal de animação em animes incluindo "Pocket Monsters" e "Wedding Peach DX". Ela é uma animadora que ama água cujo hobbies incluem bodyboarding*. Trabalha para a OLM, inc.

Terminologia Japonesa 
Prólogo
Primeiro Capítulo: Partida em Pijamas (Versão 01)
Primeiro Capítulo: Partida em Pijamas (Versão 02)
Segundo Capítulo: Um Encontro Eletrizante com Pikachu...
Terceiro Capítulo: Onisuzume no Dia de Partida
Quarto Capítulo: Ataque do Nyarth (Pendente)
Quinto Capítulo: Atravessando a Floresta... (Pendente)
Sexto Capítulo: Butterfree Voa! (Pendente)

Terminologia Ocidental
Em breve...

Pocket Monsters: The Animation (Monstros de Bolso: A Animação)
Segundo Volume: Amigos
Escritor: Takeshi Shudo
Um residente da prefeitura de Kanagawa. Mesmo sendo um escritor terrível fez a sua estreia nos roteiros com 19 anos. Fez vários trabalhos desde então. Eventualmente trabalhou em animes, novels, peças, etc. Trabalhos notáveis incluem "Warring States Demon GoShogun" e "Magical Princess Minky Momo" além de outros. Mais detalhes podem ser divulgados em uma outra oportunidade.

Ilustradora: Sayuri Ichiishi 
Da prefeitura de Kanagawa. Designer de personagens e diretora principal de animação em animes incluindo "Pocket Monsters" e "Wedding Peach DX". Ela é uma animadora que ama água cujo hobbies incluem bodyboarding. Trabalha para a OLM, inc.

Terminologia Japonesa
Em breve...

Terminologia Ocidental
Em breve...

Notas de Tradução 

*: bodyboarding = esporte onde o(a) praticante desce a onda deitado(a) ou de joelhos numa prancha, que tem medidas de 38 polegadas a 42 polegadas. 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Primeiro Capítulo: Partida em Pijamas (Versão 01) [Terminologia Japonesa]

Eu sou Satoshi, 10 anos de idade.
Eu começo colocando meu boné Pokémon na cabeça.
Eu coloco uma luva de arremesso em minha mão direita para proteger meu punho.
Então eu começo a arremessar.
Eu não tenho nenhuma Monster Ball entretanto, então é apenas shadow pitching*.
Assim que eu capturar um Pokémon, eu preciso de um bordão para gritar.
Okay, pose!
"Pego!"
"Te peguei!"
"Peguei você!"
"Você foi pego!"
Satoshi surgiu com dezenas de poses na frente de seu espelho.
Ele estava tentando decidir seu bordão para quando ele capturar um Pokémon.
Que pose e bordão combinam mais comigo?
Há tantas frases para escolher.
Mas a parte mais importante é escolher uma realmente legal.
Satoshi estava procurando a palavra captura no dicionário de seu computador.
E escolheu "pego" como a palavra mais comumente usada entre os treinadores Pokémon.
O dicionário deu a seguinte definição para pego.
"Pego <Obsoleto (Comumente usado no passado) Etimologia... pego... Palavra portuguesa> ... Captura, obtenção. Coloquialismo para armadilha. No passado era usado quando um homem obtia uma garota (fazer de algo seu), garotas também usavam a respeito de obterem um rapaz, pelo fim do século 20, seu significado foi mudado para apenas obter itens, assim como quando nós os compramos... Hoje em dia não é mais parte do vernáculo comum. Uma exceção para isso é o uso entre Treinadores Pocket Monsters (Pokémon), onde permanece em uso a respeito da captura de Pokémon.
<Exemplo 1... "Krab pego (Krab é uma espécie de Pokémon caranguejo do lago.) outro exemplo é "Koiking pego (Koiking é um Pokémon peixe predominantemente feito de ossos e escamas.) ... Para obter um Pokémon fraco para capturar. Em uma mão... um desperdício de esforço. Exemplo 2... "Eu cheguei perto de pegar Mew (Mew é um Pokémon lendário cujo existência não é confirmada)" ... Para obter um Pokémon cujo existência não é confirmada. Em outra mão... fortuna inacreditável. Assim como é considerado uma operação perigosa (de risco alto). Algo que envolve esforço considerável.>

***

Satoshi não realmente sabia sobre os antigos significados de "pego".
Mas o uso de "pego" entre esses dentro do negócio Pokémon é conhecimento comum.
Era uma palavra usada entre treinadores Pokémon no mesmo nível que as pessoas no mundo do espetáculo dizem sempre "Bom dia" não importa que horário do dia é.
Até entre pequenas crianças jogando Pokémon umas com as outras, você ouvirá suas vozes dizendo "Eu vou pegá-lu" ou "Pegu".
Satoshi não era mais uma pequena criança, mas poderia ele usar as variantes que as crianças usaram enquanto jogando? Ele ponderou por um momento... Então novamente, isso seria de alguma forma impróprio para se dizer com um balbucio como aquele... Foi sua conclusão. ... Talvez seja melhor usar a palavra que ele está acostumado com? ... O que significaria... No fim das contas, ele se decidiu no "pego".
Porém, mesmo que ele esteja acostumado em usar essa palavra, usar ela no mundo real é outra coisa.
Pode ser uma palavra que todo mundo usa, mas ele queria sua pose única e legal quando ele disser "pego".
Então ele havia gasto os passados dez dias pensando, talvez não, não é legal o suficiente, enquanto procurando poses.
Sempre que ele tinha tempo, ele estava se olhando no espelho.
E assim continuou, até a noite antes da sua planejada partida.

***

Esse país fortemente lembra o Japão do século 20, mas há algumas diferenças.
Permita-me explicar algumas dessas diferenças aqui.
Por exemplo, educação compulsória termina na escola fundamental aos dez anos de idade.
Estudantes são livres para continuar no ensino médio se eles quiserem.
Quando crianças completam a escola fundamental aos dez anos de idade, eles são legalmente considerados como adultos.
Nessa faceta, ele lembra mais de perto o país da Inglaterra... Engliss, do que o Japão do século 20. Essa é a "A lei de que todos os formados das escolas fundamentais são adultos". Ou LAFG (Lei da Vida Adulta dos Formados do Fundamental) para encurtar.
Basicamente, a partir de Abril junto ao seu décimo aniversário... você é capaz de ganhar uma licensa Pokémon e é permitido carregar Monster Balls para capturar Pokémon. Entretanto, devido a uma regra preservando habitats naturais, você é permitido ter apenas seis bolas de cada vez.
É claro, há mais em ser um adulto legalizado do que só ter o direito em possuir Pokémon.
Todos os direitos adultos são garantidos. Menores de 18 anos não são qualificados como menores, nem pessoas de 14 ou 15 anos. Por exemplo, se você fosse roubar algo de uma loja de conveniência, as consequências seriam maiores do que somente o lojista ficar bravo com você, a polícia iria te prender. E não importa quanto os seus pais tentem se desculpar, você ainda é culpado como um adulto.
O ponto mais importante dessa regra é... após deixar a escola fundamental você faz suas próprias escolhas na vida.
Você pode esforçar-se para alcançar uma educação maior ou passar a tomar conta do negócio da família.
Naturalmente, você é livre para procurar por um emprego que você goste também. Se eles fossem tão dispostos, um garoto e uma garota de onze anos de idade são livres para se casar sem consentimento dos pais. Você é considerado um adulto até a detalhes como violações de trânsito. ... E você paga impostos como um adulto também.
Então, a respeito da cidade-natal de Satoshi, Masara Town...
Masara Town é uma pequena cidade na roça. Apesar de serem adultos legalizados, há quase nenhum emprego para formados da escola aqui.
Devido à falta de empregos, é uma cidade onde a maioria das crianças decidem se tornar treinadores Pokémon.
Na verdade, a maioria dos "idosos" de Satoshi deixaram Masara Town para se tornarem treinadores Pokémon.
Mas infelizmente, nenhum dos treinadores de Masara Town chegaram a entrar nos Gráficos Top Dez Nacionais e Diários nos jornais ou reportagens da TV.
Todavia, a popular revista para crianças "Pokémon Comic" que possui uma audiência de cinco milhões assim como a revista especialista em orientação adulta "Treinador Pokémon Mensal" e sua publicação rival "Parceiros Pokémon (Comumente referida como ParPoké)" sempre têm uma lista de os 10,000 melhores treinadores mensalmente.
Bem perto do fim daquela lista, você pode encontrar alguns treinadores de Masara Town.
Quando isso acontece, os treinadores são destacados na primeira página do jornal local Notícias Mensais de Masara Town com uma foto gigante e são considerados um herói local... Todos na cidade fazem uma grande festa. O único supermercado na cidade celebra com um desconto de barganha. Fora da casa da família, telegramas congratulatórios e buquês são alinhados, como uma coroa de flores na grande abertura de um salão de Pachinko.
O seguinte é uma antiga história de quase 100 anos atrás.
Um homem da cidade chamado Masara Ookido foi classificado na posição 931 no ranking nacional de treinadores.
Era a primeira vez que alguém da cidade havia conseguido chegar ao top 1000. Masara Ookido era mais do que apenas um herói local, ele era praticamente adorado como um deus. Em excitação, as pessoas da cidade ergueram uma estátua de bronze dele na praça da cidade, e mudaram o nome da cidade para Masara Town.
Até aquele ponto, ela era conhecida como Masshiro Town.
Naturalmente, o novo nome da cidade era decidido por um referendo local.
Além disso, Masara Ookido foi também elegido como o prefeito da cidade.
Desde então a família Ookido vem sido bem reverenciada em Masara Town e teve sucessivas gerações de prefeitos.
Incidentalmente, o famoso pesquisador Pokémon Professor Yukinari Ookido é o bisneto de Masara Ookido (o neto do seu neto... o neto do neto) e é o mais jovem dos três irmãos na família Ookido... o mais velho é o atual prefeito de Masara Town... O segundo mais velho toma conta da agência dos correios de Masara Town.
De qualquer maneira, para se tornar "grande" nessa cidade, a sua melhor aposta é se tornar um treinador Pokémon.
Crianças de Masara Town sonham em superar o ranking de Masara Ookido... Quer dizer, a posição 931, e em terem a cidade renomeada a partir deles mesmos.

... Isso é válido para mim também... Eu mudarei o nome dessa cidade para Satoshi Town... E eu serei mais legal que qualquer um...

***

Satoshi ainda estava posando na frente do espelho.
"Pego!"
"Te peguei!"
"Será que eu o peguei?"
... Não estava indo bem.
"Estou eu interrompendo um show de moda?"
Uma voz bocejada falou por trás.
"Você deveria bater antes de entrar."
Satoshi respondeu enquanto ele se virava.
Nok nok. O que falou bateu na porta já meio aberta que levava ao quarto de Satoshi. Era sua mãe Hanako parada, de pé, na porta em seus pijamas.
"É sua mãe em pijamas. Qual o drama? Oh, eu sou uma poeta e eu não sabia."
Seria isso algo que uma mãe típica diria? ... Às vezes, Satoshi parava e pensava sobre isso.
Além do mais, quando ela não está em seus pijamas, ela está usualmente usando uma minissaia.

***

Vamos dar um momento, mesmo que nós já estejamos por um tempo, para falar sobre a mãe de Satoshi.
O quê? Você não quer ler sobre pais irritantes em uma novel de Pokémon? Você quer continuar com a história de Satoshi? ...
Eu entendo onde você quer chegar, mas pense sobre isso desta maneira, nem há tanto tempo assim quando eles eram da mesma idade que você, as mães de todo mundo foram um dia crianças que amavam anime e jogos assim como você. Eles não foram sempre pais irritantes que sempre te obrigam a estudar. Então pare de reclamar e lide com isso. Além do mais, você pode talvez até aprender algo importante sobre Satoshi enquanto aprendendo sobre sua mãe.
A mãe de Satoshi pode ser igual à sua de muitas maneiras, mas pode também haver algumas diferenças notáveis.

***

O nome da mãe de Satoshi é Hanako.
Olhando para Hanako, que ainda tem menos de 30 anos, você não pensaria que ela é a mãe de Satoshi.
Na verdade, se Satoshi fosse introduzi-la para alguém dizendo "Essa é minha mãe, que irá completar 30 anos em breve." eles provavelmente olhariam de forma vazia... e balançariam suas cabeças em descrença.
Então eles sorririam educadamente e pensariam que ele estava brincando enquanto respondiam.
"Hanako só poderia estar no começo de seus 20 anos."
De qualquer maneira, Hanako realmente não parecia mais velha do que no começo de seus 20 anos.
Enquanto Satoshi preferia que ela se tornasse uma mulher velha e comum, se estranhos vissem eles juntos eles provavelmente pensariam que eles são irmão e irmã.
O que Satoshi não perceberia devido a ele estar com ela o tempo todo, muitas das pessoas a considerariam meio que a beleza, na verdade, quando ela tinha 17 anos ela apareceu na capa da edição especial de ano novo de "Parceiros Pokémon" junto a um Pokémon flor conhecido como Madatsubomi.
Era a maior coisa que havia acontecido em Masara Town desde que Masara Ookido alcançou a posição 931 nos gráficos de treinador.
Foi aproximadamente dois anos depois que Satoshi nasceu, entretanto ela nunca o contou sobre sua aparição na edição especial do "Parceiros Pokémon" porque "Eu era tão imatura antigamente, yaaah~"
Após sua mãe falecer, Hanako passou a tomar conta do negócio da família, o único restaurante na cidade com uma pousada (hotel) no segundo andar, Casa Masara: Hanako, que ela cuidou sozinha.
O pai de Satoshi não está mais por aqui.
O pai de Satoshi era um treinador Pokémon.
Ele deixou a cidade depois que Satoshi nasceu e nunca mais voltou.
Aproveitando que estamos no tópico, o pai de Hanako... Quer dizer, o avô de Satoshi, era um treinador Pokémon também, ele também saiu de casa quando Hanako era jovem e nunca mais voltou.
Mas isso é o suficiente sobre Hanako por enquanto, vamos voltar à história de Satoshi.

***

... Isso não é bom...
Satoshi estava envergonhado de ter sua mãe lhe achando praticando sua pose Pokémon de captura e respondeu-a com uma sobrancelha franzida.
"Então... Há minha mãe em pijamas algo importante para tratar comigo?"
Quando comunicando-se pelo computador ou tentando sentir-se superior aos outros, Satoshi refere-se pelo pronome "boku", mas no geral ele sempre diz "ore".
"Sua mãe em pijamas não quer nenhum drama... garotinho. O que você está fazendo a essa hora?"
"Não me chame de garotinho."
Satoshi disse de volta a ela.
"Ooh. Se você não é um garotinho, então o que você é?"
A relação entre eles era menos como mãe e criança e mais como um par de amigos.
"Eu estou me tornando um treinador Pokémon amanhã, isso significa que eu sou um adulto."
Hanako colocou sua mão na testa.
"Certo, erro meu. De qualquer maneira, Sr. Adulto... Você sabe que horas são?"
Hanako apontou ao relógio de alarme na escrivaninha de Satoshi.

***

Hanako comprou aquele relógio para Satoshi como um presente no seu décimo aniversário.
Tinha forma de um Biriridama, um Pokémon parecido com uma bola, um relógio feito para viagem, ele abria em dois pedaços para mostrar o horário dentro.
Quando você define o horário, ele começa a gritar ririri... E se você não acordar biriri*... Então eventualmente kaboom! Ele faria um som parecido com uma explosão, bens com tema de Pokémon são meio populares.
Eles não são caros, mas bens Pokémon são best-sellers perpétuos. E isso os faz difíceis de obter em um pequeno lugar como Masara Town onde Satoshi mora, então em ordem de obter aquele relógio Hanako deixou sua agenda lotada por três dias e foi à loja de departamento na metrópole de Tamamushi City e esperou cinco horas na fila para comprá-lo.
Naturalmente ela havia comprado pra si mesma algumas ótimas roupas com ótimos preços barganhos enquanto na loja de departamento, mas aquilo era somente uma reflexão tardia.
Para Hanako, aquele relógio de alarme de Biriridama tinha mais significado do que só um presente de aniversário para seu filho.
Era uma expressão de amor maternal para Satoshi levar em sua jornada, com seu décimo aniversário sendo apenas uma chance de dá-lo.

***

"O horário é..."
Satoshi abriu seu relógio de alarme de Biriridama e verificou o horário...
"Uou, já é uma da manhã."
Hanako encolheu os ombros enquanto ela respondia.
"Isso mesmo. Uma da manhã é horário para adultos... Mas não é um horário para os novos adultos de dez anos estarem acordados."
"Mas eu estou partindo amanhã."
"Não amanhã. Uma da manhã. Já é hoje."
"... Eu não consigo dormir."
Hanako estava afofando o travesseiro de Satoshi enquanto ela respondia.
"Eu compreendo como você se sente. Todo mundo nessa cidade se torna um treinador Pokémon quando eles completam dez anos. Seu pai, seu avô... E até mesmo você..."
Quando mencionando seu pai e avô, ela tratou um pouco o travesseiro de Satoshi como um saco de pancadas.
"Pai e avô, huh..."
Satoshi lembrou-se de algo de quando ele tinha cinco anos de idade.

***

Era o dia em que ele havia ganhado seu primeiro computador.
Ele estava encarando o último modelo do PC enquanto Hanako falava.
"Ei filho, eu estou falando com você... Seu pai e seu avô são treinadores Pokémon incríveis."
É claro, Satoshi sempre havia pensado assim.
"Ei, mãe. Eu quero saber. Como o pai é? ... Que tipo de pessoa era o avô?"
Essa foi a resposta que Hanako decidiu dar ao pequeno Satoshi.
"Seu pai e seu avô são treinadores surreais que poderiam derrotar até Masara Ookido..."
"Surreal?"
Era uma palavra com qual ele não era familiarizado com.
"Além da realidade... Super real."
"Então eles são tipo super incríveis."
"Eu acho."
Mas no dia em que ele ganhou seu computador, as ilusões que ele tinha sobre seu pai e seu avô foram quebradas. E o seguinte aconteceu...
Hanako abaixou sua cabeça enquanto ela falava com o pequeno Satoshi.
"Desculpa. Eu menti para você..."
Hanako disse a Satoshi cujo mandíbula estava pendurada e meio aberta.
"Mentiu..."
"Treinadores surreais. Além da realidade, jogando lógica ao meio-fio, super real, ultrapassando realidade... São tudo mentiras... Eu desisto."
Satoshi era o que estava desistindo.
Hanako perguntou o seguinte.
"Quando você começa a usar seu computador, você irá online..."
"É."
Satoshi assentiu.
"E é claro, a internet possui informações envolvendo Pokémon, então você tentará ir e aprender mais sobre seu pai e seu avô."
"É. Isso está certo."
"Mas, você não irá encontrar nada. Provavelmente."
"Por que não?"
"Porque eu menti..."
"Eh..."
"Não é uma mentira que seu pai e avô tentaram se tornar treinadores Pokémon... É a verdade... É um fato absoluto que eles partiram em uma jornada..."
"É."
"Mas... Para dizer que eles tiveram algum sucesso como treinadores..."
"É."
"É uma mentira. Provavelmente."
"Uma mentira?"
"Seu pai e avô nunca chegaram a entrar nas listas de top 10,000 das revistas."
"É, eles nunca chegaram a entrar."
"Eu sei que isso nunca te incomodou, Satoshi... O top 10,000 é feito de pessoas que competem nos torneios anuais da liga. Somente treinadores na classe Mestre Pokémon chegam à grande liga... Há diversos ótimos treinadores cujo nomes nunca chegaram a entrar na lista."
"É."
"Mas, pode ser um problema se você pesquisar por eles na internet."
"Internet?"
"É, mas na internet, você pode facilmente obter uma lista de todos os treinadores Pokémon oficialmente registrados no mundo... Se você é oficialmente registrado, seu nome está na lista... Até mesmo os nomes de treinadores mortos são listados, há pelo menos um bilhão de nomes na lista."
"Há uma lista? ... Eu nunca soube disso."
"Há, sim. De qualquer maneira... Com um computador, mesmo com um bilhão de nomes, seria fácil de procurar por pai e avô na lista. Por isso que... antes de você tentar procurar por eles, eu gostaria de lhe contar... pai e avô não estão na lista."
"Por que não?"
"Porque, pai e avô não são profissionais ainda. Ou melhor, eles nem chegaram ao ponto onde eles podem ser considerados profissionais."
"Hmm."
Um longo silêncio pendurou-se entre Satoshi e Hanako.
"O que eles estão fazendo? Pai e avô."
Hanako encolheu os ombros.
"Não faço ideia. Eles partiram para tornarem-se treinadores, mas os nomes deles ainda não estão na lista... Eu acho... eles são só fracasso."
"Fracasso... huh."
Satoshi repetiu as palavras de Hanako.
Hanako não gostou do clima sombrio.
Eis o porquê dela ter então falado.
"Mas você não é um fracasso, Satoshi. Então que você não se preocupe com seu pai ou avô... okay. Tornar-se um treinador ou não é sua própria decisão."
Satoshi murmurou quietamente.
"Que lixo."
"É um lixo. Totalmente lixo. Realmente lixo."
Hanako sorriu.
Ela estava aliviada que Satoshi não estava tão chochado por essa revelação.
Os sentimentos de Satoshi estavam assim como ele havia dito... "Que lixo" ele pensou.
Talvez se ele tivesse os conhecido isso significaria algo, mas ele havia visto seu pai e avô somente em fotos.
Nenhum deles dois realmente significavam algo para o Satoshi de cinco anos de idade.
Todavia se ele houvesse descoberto isso na internet, ou até mesmo quando ele fosse um pouco mais velho, poderia ter vindo como um choque.
Pensando sobre isso mais tarde, ter a pressão do fracasso de seu pai e avô nele era uma forma estranha de encorajamento.
Por exemplo, tinha este cara chamado Shigeru.
Shigeru Ookido era da mesma idade de Satoshi.
Ele era o neto do pesquisador Pokémon Professor Ookido, que é o neto do neto de Masara Ookido cujo estátua ficava na praça da cidade.
Ele era um idiota egocêntrico que não ligava para os outros só porque ele era um membro da família Ookido, sua linhagem era tudo que ele tinha para si, mesmo assim ele ainda era cheio de si.
Por conta do irmão de seu avô ser o prefeito, ele não foi para a escola fundamental na cidade, ele deliberadamente matriculou-se em uma escola na cidade ao lado. Todos os dias ele tinha um passeio de duas horas para fora de Masara Town.
... Deve ser difícil ter que viver em cima de seus ancestrais.
Isso era o que Satoshi pensava às vezes a respeito de Shigeru.
... Em outra mão, com um pai e avô que eram completos fracassos... é meio possível que Shigeru pensava que Satoshi... era meio que penoso por si só.

***

"Eu não vou terminar como pai ou avô."
Satoshi posou com seu punho no ar antes de Hanako.
"Bem, você não pode ter certeza..."
Hanako arrependeu-se de dizer aquilo e então tentou acalmar o clima.
"Ah, você ainda tem estilo em termos de estilo."
"Huh? Estilo?"
"Toda essa coisa de pegar."
Hanako logo imitou de forma exagerada as poses que Satoshi vinha praticando.
"Pego, é, é, é, é"
Satoshi revirou os olhos.
"Você apenas não entende o quão legal eu sou."
"O que, você pensa seriamente que aquilo era legal?" Hanako perguntou.
"..." Satoshi havia nenhuma resposta incisiva para aquilo.
"É claro. Você é tão estiloso... Mas não há ponto em tentar surgir com algo antes mesmo de você capturar algum Pokémon."
"Não é da sua conta, mãe."
"É da minha também."
"Como assim?"
"Eu não quero as pessoas pensando que eu sou a mãe de um treinador totalmente não legal."
"Você só puxa a carta de mãe quando é conveniente."
"É claro. Eu sou sua mãe afinal de contas. De qualquer maneira, pessoas que dependem em poses estilosas para determinarem o quão legal elas são têm um longo caminho pela frente. Você não entenderá a alegria, a excitação de capturar um Pokémon, até que você tenha sua própria experiência... De qualquer maneira, a reação natural que você tem quando você sente aquele senso de conquista irá providenciar um estilo natural. Esse é o estilo que combinará melhor com você... Você não saberá enquanto você não capturar seu próprio Pokémon... Além do mais, há coisas mais importantes que você deveria estar se decidindo."
"Eh?"
Hanako retornou o travesseiro dele à cama e pressionou o botão da TV no computador em sua mesa.
"Aqui, você está sempre assistindo isso, não?"
Um vídeo de uma lição introdutória sobre Pokémon começou a ser reproduzido.
Tendo o visto dezenas de vezes ele já havia memorizado a coisa toda, do começo ao fim.
Satoshi se tocou que não tinha nada de novo que ele poderia possivelmente aprender disso nesse ponto.
"Eu já tive o suficiente deste vídeo."
"Sério? ... Talvez eu irei aprender algo ao invés, então."
O vídeo explicava que após um mês sem banho seu cabelo estaria cheio de caspa, o tipo de barba que acabaria por crescer após não fazer a barba por dez dias, o quão sujo suas roupas ficariam após serem usadas por um mês inteiro, o vídeo foi apresentado por um homem que possuía provavelmente quase 50 anos de experiência nesse mundo.
Além do Masara Ookido cujo estátua ficava na cidade, a segunda pessoa mais famosa era Professor Yukinari Ookido.
"Como você está ciente, a Associação Nacional de Pokémon é capaz de providenciar um único Pokémon para os formados da escola fundamental com a esperança de se tornarem treinadores Pokémon. Há vários Pokémon adequados para iniciantes, porém para treinadores Pokémon começando sua carreira, eu pessoalmente recomendaria um dos três a seguir..."
"Ai meu, mesmo que Professor Ookido diga isso... tudo bem?"
Hanako perguntou Satoshi.
"Tudo bem. Eu conheço os três."
Satoshi então começou a listá-los.
"Fushigidane... É um Pokémon que meio que parece com um sapo que possui um bulbo plantado em suas costas desde seu nascimento... É fácil de cuidar, portanto perfeito para iniciantes..."
"Entendo."
Hanako assentiu.
"Então vem Zenigame, que é como uma tartaruga que esguicha água de sua boca... É um pouco difícil de lidar com inicialmente, mas é melhor a longo prazo..."
"Certo, certo."
"O último é Hitokage. Ele tem uma chama em sua cauda desde o momento em que nasce. É um pequeno Pokémon parecido com um dinossauro que anda em duas pernas... É recomendado para pessoas que gostam de um pouco de desafio."
"Você sabe de suas coisas. Então, você decidiu... o seu novo amado?"
"Eh?"
"Eu quero dizer seu primeiro Pokémon."
"Ah..."
Satoshi ainda não havia decidido.
Ele estava completamente perdido quanto a qual dos três seria sua melhor escolha.
"Não há necessidade em manter isso como um segredo, conte-me~"
... Ele vem praticando sua pose Pokémon de pego sem ao menos decidir qual seu primeiro Pokémon seria. Que lixo. Super lixo...
Ele não poderia admitir isso para Hanako.
"Não contarei. É um segredo comercial."
"Certo. Seria muito ruim se alguma outra criança pegasse o Pokémon que você queria antes de você."
Hanako casualmente aumentou o volume no vídeo.
Professor Ookido virou imagens de cada Pokémon enquanto ele descrevia-os.
"Devido ao aumento de candidatos a treinadores Pokémon nos anos atuais, eu tenho um de cada um desses três Pokémon disponíveis para distribuição em meu laboratório. Se você deseja obter um deles, tenha certeza de chegar cedo no dia de entrega. Eu estarei distribuindo-os a partir do crepúsculo."
"Você ouviu o que o Professor Ookido disse?"
"É, eu sei."
"Eu não irei te acordar na manhã."
Hanako sempre saía na manhã quando ainda estava escuro, antes de Satoshi acordar.
Ela tinha que ir ao supermercado na próxima cidade para comprar ingredientes para o restaurante.
"Não precisa se preocupar. Eu vou conseguir."
Satoshi posicionou seu alarme de Biriridama ao lado de sua cama.
"Eu tenho tudo pronto para a manhã."
"Então corra e vá dormir. Oh, não esqueça de trocar suas roupas para seus pijamas."
Ela puxou os pijamas dele da cesta e entregou-os para Satoshi.
Satoshi assentiu enquanto ele os aceitava.
"Eu sei."
"Bem, contanto que você saiba..."
Hanako olhou pelo quarto de Satoshi.
Estava excepcionalmente arrumado.
Ele nunca esteve tão arrumado assim mesmo após uma limpeza de primavera.
... Satoshi estava mesmo partindo...
Esse quarto... Satoshi tinha dormido aqui todas as noites nos últimos dez anos desde que ele era um bebê, mas amanhã ele não estaria mais aqui.
Demoraria um pouco até Satoshi voltar a esse quarto.
Se ele fosse igual a seu pai, ele poderia nunca mais voltar.
Isso estava começando a realmente afundar.
Mas Hanako odiava despedidas chorosas.
Quando se tratava de cortes, hematomas ou até mesmo uma minúscula queimada em seu dedo, Hanako reagia demais e chorava que nem um bebê, mas desde que o pai de Satoshi partiu ela nunca mais derramou uma única lágrima em uma despedida onde qualquer pessoa poderia vê-la.
"Vá dormir logo..."
Hanako disse isso mais uma vez antes dela fechar a porta.

***

Hanako secou as lágrimas de seus olhos e "apagou-as" em seu ombro.
... Lágrimas, huh... Eu ainda sou jovem, mas eu já sou mãe de um adulto de pleno direito na minha idade... Eu tinha que fazer uma cara corajosa como sua mãe... Eu consigo me lembrar de todos os últimos dez anos com Satoshi, dez anos, dez meses e dez dias... Todas as dificuldades... Os tempos eram muito dolorosos para continuar... A maternidade realmente foi uma luta... Mas valeu a pena.
Foi assim que Hanako se sentiu no dia em que seu filho deixou a casa.

***

Você sabe o que sua mãe pensa quando você está brincando lá fora ou você está jogando video games?
Isso é verdade. Muitas delas estão pensando "droga". E não é porque você está gastando seu tempo jogando ao invés de estudando. É porque elas querem jogar também, mas não podem.
Quando você gasta sua mesada em um video game eles estão pensando "pirralho sortudo". Porque com o dinheiro que você gasta elas não podem mais comprar novos sapatos ou roupas para si mesmas.
Quando eles estão fazendo seu jantar elas estão pensando "Eu não quero fazer isso". Elas honestamente prefeririam ir para um restaurante e ter um master chef chique para lhes fazerem um banquete. E em um restaurante, não há necessidade em limpar a mesa depois.
Todos os dias sua mãe pensa "droga", "pirralho sortudo" e "Eu não quero fazer isso", enquanto fazendo as tarefas que uma mãe tem que fazer.
As tarefas que uma mãe tem que fazer incluindo cuidar de você, ter certeza de que você está indo à escola, é um trabalho duro.
Pode ser interessante observar sua mãe com o ponto de vista dela em mente.
De qualquer maneira, no caso de Hanako...
Hanako não considerou a maternidade como um peso.
É claro, nunca foi fácil... Mas ainda assim, ela sentia a necessidade de dizer "Obrigado bebê" a Satoshi sempre de vez em quando.
... Cuidar de um bebê é de alguma forma comparável com olhar um Pokémon de estimação em termos de esforço... Mas Hanako percebeu que era ao menos de alguma forma melhor que ficar sozinha depois que seu marido saiu de casa.
Ao menos um bebê proporciona mais emoção do que um animal de estimação digital, se ele morre você não pode apertar resetar. Talvez eu tenha dito demais aqui.
... Ele se tornou rebelde pela primeira vez pelos três anos.
"Ah, Satoshi, você está planejando algo contra mim."
Ela sentiu profundamente a presença de Satoshi...
"Ter um filho tão rebelde me faz a beleza mais infeliz do mundo... Sniff, sniff. Waaah, waaaah." e ela começou a chorar.
Normalmente na idade dela, garotas são capazes de saírem e se divertirem, não trabalharem como uma mãe solteira, ela realmente se sentiu de alguma forma infeliz. Ela começou apenas pretendendo chorar, mas enquanto pensando na situação de sua vida, as lágrimas logo se tornaram reais.
Satoshi foi surpreendido pelo choro dela e parou com os seus problemas. "Mamãe. O que há de errado? Você está bem?"
Isso era tudo que ele poderia fazer para confortá-la.
Quando os valentões pegavam no pé de Satoshi na pré-escola e escola, ele pediria às professoras ou aos pais dos valentões para que eles os reprimisse. Ou bem, se os pais dos valentões não os reprimisse, ele se certificaria de que a professora fizesse isso.
De qualquer maneira, o restaurante de Hanako era o único restaurante em Masara Town.
Para homens solteiros e homens que haviam sido expulsos de casa depois de uma briga conjugal que estavam procurando por uma refeição, suas únicas opções na cidade eram ou o restaurante de Hanako ou um bento da única loja de conveniência na cidade.
A comida de Hanako é tão boa que ela foi destacada no livro "Regiões Ainda Não Exploradas: As Melhores Comidas em Pequenas Cidades". Todavia, se você argumentasse com Hanako e estivesse no lado mau da mesma, sua famosa comida se tornaria rapidamente em algo não comestível. Além do mais... Com Hanako sendo uma beleza que apareceu na capa de "Parceiros Pokémon"... nenhum dos homens em Masara Town eram bons o suficiente para ela.
"Uma criança precisa de uma mãe e um pai! Especialmente um pai! Você não pode subestimar a importância de um pai! Um pai não pode estar só trabalhando o tempo todo! Ele tem que passar um tempo em casa!"
Hanako reclamaria para os pais dos valentões.
Os pais calariam a boca e deixariam-a falar.
Em troca... se você pode chamar isso assim... Hanako ouviria os problemas deles com suas esposas.
Até o décimo aniversário de Satoshi, Hanako recebeu pelo menos 100 propostas de homens, mas ela rejeitou todos eles. Houveram alguns rumores sobre os relacionamentos dela com homens, mas nenhum deles eram verdade.
Na verdade, ela nunca verdadeiramente se divorciou do pai ausente de Satoshi.
Por conta disso, as mães na cidade nunca reclamaram sobre seus maridos irem para a Casa Masara: Hanako após o trabalho. Na verdade, quando os seus maridos chegavam em casa tarde da noite e diziam que eles estavam na Casa Masara: Hanako, elas considerariam isso como um alívio. Falar com Hanako inspiraria os pais de Masara Town a darem o seu máximo para olharem suas casas e crianças.
Isso ajudaria a melhorar o humor das mães na cidade.
E com ambos de seus pais de bom humor, a criança ficaria de bom humor também.
É difícil dizer se esse tipo de coisa haveria ou não um efeito no mundo em geral, mas bem no mínimo, em uma pequena escola em Masara Town, o assédio moral contra Satoshi acabou.
Com ele não sendo mais maltratado, Satoshi amava brincar por aí e fazer travessuras.
Ela implicava com ele quando ele causava muitos problemas, mas Hanako nunca lhe forçou a focar em seus estudos.
Mas às vezes ela murmuraria.
"Seu pai e avô estão por aí em algum lugar tentando tornarem-se treinadores Pokémon... Deve ser ótimo lá fora..."
Era somente ocasionalmente que ela diria isso, mas durante dez anos mais alguns números de vezes foram adicionados.
Era apenas natural que Satoshi viria ao sonho de ser um treinador Pokémon.
Os murmúrios de Hanako, foram nunca a respeito de ter alguma preocupação por pai ou avô.
Hanako por si só amava Pokémon e desejava que ela pudesse ter se tornado uma treinadora também.
Se ela não tivesse que tomar conta da Casa Masara como a única filha da família, Hanako teria ignorado qualquer oposição de sua mãe e partido de casa para se tornar uma treinadora Pokémon quando ela tinha dez anos, assim como Satoshi.
Quando se tornando um treinador Pokémon, é sempre melhor começar cedo.
Mas não é tão tarde para começar como um adolescente.
Se houvesse qualquer outra pessoa que pudesse tomar conta da Casa Masara, Hanako a teria deixado para ela e saído da cidade.
Ela ainda não havia desistido.
Entretanto...
Quando ela tinha 18 anos... Quando a mãe de Hanako ainda estava viva.
Havia um jovem homem com a esperança de se tornar um treinador Pokémon que ficava na Casa Masara e ela se apaixonou. O relacionamento escalou rapidamente e em praticamente um piscar de olhos eles estavam casados.
E então em outro piscar de olhos, o jovem homem deixou a cidade, para nunca mais voltar.
E em ainda outro piscar de olhos, sua mãe caiu em uma doença e faleceu, deixando-a com apenas a Casa Masara e o Satoshi recém-nascido.
Se você fosse perguntá-la se ela ainda amava aquele jovem homem... O pai de Satoshi... sua resposta seria um "não" plano.
Depois de deixar uma mulher como Hanako sozinha por dez anos, ela não ficaria nem brava com ele se ele retornasse, ela simplesmente o ignoraria completamente.
Bem no dia em que Satoshi deixou a casa para ir em uma jornada para se tornar um treinador Pokémon, Hanako se "pendurou" lá por si só.
É apenas natural... Hanako pensou a si mesma.
Satoshi era sua amada criança. Ela tomaria conta dele até o dia em que ele partisse. Isso era sua responsabilidade.
Hanako havia decidido continuar dando o seu melhor sozinha... Mas na manhã, Satoshi estaria finalmente indo embora.
Ela estava triste em ver Satoshi sair de casa, ainda assim de alguma forma excitada também.
... Quando a manhã chegar, eu estarei livre. Eu ainda estou nos meus vinte anos... É um pouco tarde para se tornar uma treinadora Pokémon, mas há um monte de coisas que eu poderia fazer.
Hanako brevemente reconsiderou as milhares propostas que ela tinha rejeitado... Ahaha... Melhor não... Lalala.
Hanako se sentiu como uma estudante prestes a começar umas férias de verão sem nenhuma lição de casa.
Então ela voltou aos seus sentidos.
Satoshi não estará partindo até a manhã. Ela tinha que continuar sendo sua mãe até lá.
Hanako assentiu a si mesma e disse "É".

***

Satoshi não conseguia dormir.
Ele estava vestindo seus pijamas. Sua luz estava apagada e ele estava escondido debaixo dos lençois de sua cama.
Ele havia desistido em conseguir uma pose de pego.
Porém, ele não conseguia decidir qual dos três Pokémon recomendados ele deveria pegar no Laboratório do Professor Ookido de Masara Town.
Fushigidane...?
Zenigame...?
Hitokage...?
Ele não conseguia decidir qual deles ele deveria escolher.
Quanto tempo faltava?
Quando Satoshi dormiu, ele ouviu um som distante... em algum lugar fora da janela...
"Doh... Doh... Dododdooh"
Era um Dodorio deixando sair um trio de gritos para declarar que era a manhã.
Dodorio é um Pokémon pássaro triplo que é como uma avestruz de três cabeças.
Assim que ouviu o grito de Dodorio, Hanako saiu para ir para o mercado.
Ainda estava escuro lá fora.
Mas hoje, o grito do Dodorio era como uma canção de ninar para Satoshi.

***

Mesmo em seus sonhos, Satoshi era indecisivo.
"Fushigidane, Zenigame, Hitokage... Qual eu deveria escolher?"
Mas ele tinha que eventualmente se contentar com um.
"Okay, Fushigidane, eu escolho você!"
Satoshi jogou uma Monster Ball em seu sonho.
Um Fushigidane saiu da bola liberando um grito de "Danee". ... Ou o que ele deveria ter.
O que saiu ao invés foi um Zenigame dizendo "Gamegame".
"Huh? Você não é Fushigidane."
Mas Satoshi então mudou de ideia.
"Um Zenigame é bom também... Zenigame. Eu estou feliz que tenha sido você. Zenigame, eu escolho você."
Mas no momento em que ele decidiu, Zenigame foi envolvido em fumaça e se tornou em um Hitokage.
"Kage? Kage?" a chama de sua cauda piscou de forma incondicional enquanto parecia perguntar... Eu não sou bom o suficiente?
Satoshi respondeu quase que em instinto.
"Hitokage... Desculpe-me. Você é o que eu realmente quero."
Então Fushigidane saltou.
"Danee?"
... Não foi isso que você disse antes? Ele perguntou, fazendo beicinho com o bulbo em suas costas.
"Não, não foi, não foi. Eu quero todos vocês."
Ele diz isso, mas "Eu quero vocês três" é muito egoísta.
"Game..." "Kagee..." "Danee..."
Todos os três viram as costas para Satoshi e vão embora.
... Uugh, eu estou de volta à estaca zero de novo...
"Vamos tentar isso de todo... Dessa vez, Hitokage! Eu escolho você."
Ele arremessou uma Monster Ball nele.
Mas o que saiu dela foi um Fushigidane.
"Por que isso está acontecendo? Fushigidane... Não, mais uma vez, Zenigame..."
Ele jogou a Monster Ball de novo.
Por algum motivo, era Hitokage.
Independente de quantas vezes ele tentasse, os três deles não viriam do jeito que ele queria.
"Dessa vez, dessa vez, dessa vez com certeza!"
Satoshi continuou arremessando as Monster Balls em seu sonho.
Em um estado "meio dormindo", Satoshi havia eventualmente pego o relógio de Biriridama.
"Dessavezdessavezdessavez!"
Pensando que ele estava jogando uma Monster Ball, Satoshi jogou seu relógio de Biriridama.
Após colidir com a parede, o relógio não iria mais tocar biriri ou ririri.
O relógio quebrou sem nem ao menos fazer um barulho.
Entretanto, tendo não percebido, Satoshi continuou jogando Monster Ball em seu sonho.

***

... Ding dong ding dong.
O sino na Praça de Masara Town soou.
Nove da manhã. Todo mundo na cidade estava indo trabalhar.
Satoshi soltou um grande bocejo.
... Ding dong ding dong... Aquele som... não é o relógio de alarme!
Satoshi pulou de sua cama.
"O sino da praça da cidade!"
Satoshi jogou as cortinas na janela aberta.
Fora da janela já era de manhã... Oh não, Satoshi vinha planejando sair enquanto o Sol ainda estava nascendo, mas já estava perto do meio-dia.
"Quê! Por quê?"
O relógio de Biriridama estava sentado perto da parede.
"Por que ele não funcionou?"
Satoshi pegou o relógio e o balançou.
"Por favor funcione... Por favor funcione... Por favor funcione..."
O Biriridama soltou um som fora de ordem.
"Ah qual é."
Satoshi colocou o relógio de Biriridama no bolso do seu pijama e correu para fora do quarto.
"... Zenigame, Hitokage, Fushigidane, eu me contentarei com qualquer um de vocês, então por favor me aguardem!"
Ele desceu as escadas para onde o restaurante Casa Masara: Hanako estava.
Tendo já feito as compras na próxima cidade, Hanako estava arrumando tudo antes de abrir a loja.
"Oh, você ainda está aqui Satoshi."
"Estou atrasado. Estou atrasado. Estou atrasado!"
Sem nem ao menos perceber Hanako, Satoshi bateu a porta da frente do restaurante ainda vestindo seus pijamas.
"O mesmo de sempre... ele não tem esperança."
Hanako encolheu seus ombros.
Ele ficou acordado até tarde e dormiu demais...
Nada nunca mudou, mesmo no dia que era para ele deixar sua casa.
"Pai... Avô... Eu creio que ele é realmente seu filho."
Mas ela então sorriu enquanto ela murmurava a si mesma.
"Mas ele é minha criança também..."
Hanako moveu o aspirador por todo o chão.
Bem, a limpeza está feita por agora.
"Certo! Hora de encarar outro dia brilhante."
Hanako foi à cozinha e começou a preparar as coisas para o almoço especial de hoje.
Muitas pessoas normalmente costumam ter algo leve para o almoço como um bento ou um sanduíche. Mas não Hanako. Algumas pessoas são totalmente fora do padrão da manhã e não se movem até à tarde. Para esquecer o cansaço, você precisa preencher seu estômago com algum alimento. E não só com quantidade, você precisa de um bom almoço de qualidade cheio de energia. Hanako sentiu que das três refeições do dia, almoço era a mais importante.
Essa é a verdade.
Ela selecionou os ingredientes mais finos e usou-lhes para fazer refeições balanceadas em alimento, esse é o porquê do restaurante de Hanako ter uma ótima reputação na cidade.
Infelizmente, nós não temos tempo para explicar o menu de almoço especial de Hanako em algum detalhe. Se você deseja saber mais sobre as receitas dela, eu sugiro que você pergunte às pessoas que definem o menu na cafeteria ou alguém com um restaurante com um menu de almoço especializado.
Todavia algo incomodou Hanako hoje, ela colocou a faca de cozinha para baixo que ela estava usando para cortar a okra (um tipo nutricional de vegetal conhecido por sua viscosidade).
Hanako provou um pouco da okra, "Ótimo, isso é bom..." ela disse a si mesma, antes de subir as escadas para o quarto de Satoshi.
"É, pensei de forma correta."
Satoshi havia deixado a bagagem que ele deveria levar em sua jornada.
Ela se tocou que ela deveria levar as coisas que ele esqueceu para ele.
"... Eu acho que eu deveria vê-lo partir apropriadamente."
Hanako retornou à cozinha e embalou o almoço especial de hoje em um bento.
O bento não era para Satoshi.
Para os clientes vindo pelo almoço especial de hoje, eles encontrariam o lugar fechado enquanto ela entregava os itens esquecidos por seu filho... Fechado à hora do almoço...
Quando eles viriam durante a hora do almoço para terem o almoço especial... Seria quase demais para suportar.

***

O Laboratório do Professor Ookido cujo Satoshi estava se direcionando a era localizado nos arredores de Masara Town.
Quando ele ia para a escola fundamental na praça da cidade, ele pulava o muro para estar em sua mesa a tempo para que sua professora lhe desse presença, mas parecia que ele não iria chegar a tempo hoje.
Mesmo correndo na velocidade máxima em seus pijamas, era impossível.

(Continua no capítulo 2)

Apêndice do capítulo 1 

(... se você estiver com pressa, sinta-se livre para pular para o capítulo 2. ... Porém, pode haver algumas informações importantes escritas aqui que ninguém jamais viu antes.)

... Referência Material Relacionada a Pokémon 1...

Deixe-me lhe contar uma lenda Pokémon que eu sei que algumas pessoas conhecem...
Pocket Monsters... Ou Pokémon para encurtar.
Pesquisadores Pokémon postaram várias teorias, mas é bem pouco o que nós verdadeiramente sabemos sobre eles.
Apesar de existirem lado a lado, é bem pouco o que sabemos da ecologia (jeito de vida) da espécie Pokémon.
É compreensível entretanto.
Ao longo dos milhares de anos da história humana, foi só relativamente recentemente que nós chegamos a entender por completo os animais conhecidos como cachorros e gatos.
Até aquele ponto as pessoas pensavam que cachorros e lobos eram criaturas totalmente não relacionadas.
Ninguém acreditaria que gatos e leãos eram ambos variedades de felino.
Assim como com Pokémon... Por exemplo, Nyarth é um Pokémon que lembra um gato, porém nós até o momento não fazemos ideia de que relacionamento ele pode compartilhar com os verdadeiros gatos.
Primeiramente, foi só recentemente que nós começamos a chamar essas criaturas de Pocket Monsters (bestas portáteis).
Por um longo tempo, humanos dividiram criaturas em longas categorias.
Os primeiros eram animais comestíveis como vacas e porcos, animais como cavalos que você pode montar, cachorros que podem agir como guardas ou às vezes como apenas animais fofos que podem ser mantidos como bichos de estimação... Basicamente, animais que são úteis para humanos. Você pode considerá-los como os aliados da humanidade. A outra categoria inclui insetos que destroem colheitas e lobos que atacam ovelhas, eles poderiam ser considerados os inimigos da humanidade...
Ao longo da história humana, a caça por comida e sobrevivência tem sido uma guerra constante.
Assim como era há um longo tempo antes de os humanos chegarem a verdadeiramente entenderem os animais.
É um inimigo? Um aliado? Isso era tudo que importava.
Conforme o estilo de vida deles ficava mais fácil, humanos ganharam mais curiosidade sobre o mundo ao redor deles, e começaram o estudo de criaturas que vão além deles mesmos... O estudo de animais além dos humanos foi conhecido como, isso pode ser uma palavra difícil, biologia, e é apenas um desenvolvimento recente na história humana. De qualquer maneira, pesquisa apropriada de Pokémon tem apenas começado a partir dos últimos séculos.
Então quando um pesquisador de besta portátil (Pokémon) conhecido como Professor Ookido de uma cidade país conhecida como Masara Town declarou que Pokémon são fundamentalmente criaturas diferentes de outros animais há 30 anos, uma grande parte da comunidade científica percebeu.
Quando Pokémon apareceram pela primeira vez antes dos humanos? E teriam os Pokémon existido há mais tempo do que os humanos nesse mundo?
A verdade não é completamente clara.
É dito que os ancestrais dos Pokémon existiram há dois milhões de anos.
Todavia não há evidência clara para isso.
Dois milhões de anos atrás é o tempo que a humanidade estima ter nascido.
Isso quer dizer que humanos e Pokémon existiram por aproximadamente o mesmo período de tempo.
No começo do século 20, a descoberta do Peking Man e Java Man colocou a origem do homem como há aproximadamente meio milhão de anos.
Mas então os ossos do Australophitecus foram descobertos na África.
Esses ossos tinham quase um milhão de anos.
E, assim, a humanidade deveria ter um milhão de anos.
E agora a descoberta dos ossos de um homem primitivo conhecido como Ramaphitecus colocou a estimativa de aproximadamente dois milhões de anos. Conforme novas escavações acontecem, novas descobertas sobre a origem do homem podem dar a luz nos próximos anos. Alguns acreditam que a humanidade pode chegar a até três milhões de anos.
É de fato possível que humanos tenham existido por mais de dois milhões de anos.
Ao examinar as propriedades químicas de fósseis desenterrados, nós podemos determinar a era que eles viveram.
Porém esse método não funciona com Pokémon.
Isso não é conhecimento comum, mas é impossível detectar a composição química de um corpo de um Pokémon.
Sendo assim, quando um fóssil Pokémon é descoberto em ocasião, nós somos incapazes de determinar o período de tempo que ele viveu, diferente dos outros fósseis.
Essa não é a única diferença entre Pokémon e outras criaturas. A geometria molecular de um corpo de um Pokémon é também diferente dessas de outras criaturas.
Basicamente, Pokémon são criaturas grandemente misteriosas.
A respeito das origens dos Pokémon, pesquisadores podem somente dizer uma coisa em certo.
Que é...
Pokémon existiram desde antes que os humanos os descobriram.
Portanto é possível que Pokémon existiram quando a humanidade originou-se.
Com isso dito... Ou melhor dizendo... Não há uma maneira de provar isso.
Apesar de pensarmos sobre isso, a mesma coisa poderia ser dita sobre as origens da humanidade.
É impossível saber se os fósseis humanos de dois milhões de anos se consideravam como humanos quando eles estavam vivos.
Isso quer dizer que pelo tempo que os humanos perceberam o que eles eram, eles já existiam.
Essas são questões comuns sobre humanos. Quem sou eu? Onde estou eu? Eu pertenço aqui? As respostas para essas questões... provavelmente estão já com você. Nós estamos aqui porque estamos.
Da mesma forma, Pokémon existem nesse mundo porque eles existem.
Sendo assim, se nós fôssemos descobrir o porquê dos Pokémon existirem nesse mundo, ele provavelmente seria relacionado ao porquê da humanidade existir nesse mundo também.
É por isso que além de pesquisadores profissionais como o Professor Ookido, muitas pessoas pesquisam Pokémon como um hobby.

Agora que a longa introdução está fora do caminho... Vamos ir à verdadeira questão.
O que eu sei sobre Pokémon sendo um pesquisador Pokémon de uma pequena cidade...
Eu tenho algumas informações raras que podem ser de algum interesse para um amante de Pokémon como você.
Em uma certa área rural, uma lenda relativamente desconhecida permanece.
Como as pessoas estão cientes, o universo foi criado por uma grande explosão conhecida como o big bang...
Ou assim que eles dizem.
Entretanto, de acordo com essa lenda, o big bang não foi o início.
Houve um deus que criou esse mundo.
O mundo tinha cima e baixo, mas estava envolto em completa escuridão. E assim, luz foi criada para que as coisas pudessem ser vistas. E porque ficar claro o tempo todo deixaria o sono difícil, metade do dia foi envolto em escuridão. E então dia e noite vieram a existir. E isso foi o que Deus fez no primeiro dia. Mas por mais que houvesse luz durante o dia, se você fosse olhar o mundo ao seu redor ele era uma bagunça sensacional. Para usar uma palavra mais complexa, era caos.
Bem... era um problema deixar as coisas misturadas daquela forma, por isso no segundo dia... Deus pegou aquela bagunça sensacional e dividiu em mar e céu.
Mas Deus sentiu que era um pouco deserto sem nada além de mar e céu.
Hoje em dia, conjuntos de tintas e gizes vêm em pelo menos doze cores. Até mesmo um arco-íris tem sete cores.
Mas as únicas cores no mar e no céu eram azul.
Era meio deserto.
Por isso que no terceiro dia... Deus criou terra no mar. Ter a terra toda marrom seria entediante, então ele adicionou "um verdinho"... Na terra ele colocou grama e árvores. Madeiras e florestas. Basicamente, ele fez vegetação.
Então no quarto dia... Deus olhou ao céu... e sentiu que parecia vazio. Então ele fez o Sol para ficar no céu de dia e as estrelas e a lua para brilharem à noite.
Eu me pergunto, Deus se sentiu como uma criança com seu primeiro conjunto de pincéis de cor e gizes nesse ponto?
... É um sentimento compreensível.
Mas ele olhou por cima do mundo e sentiu que havia algo que poderia se mover com isso. Se você prestasse mais atenção, o mar tinha ondas e o vento "sussurava" as folhas das árvores... Mas era muito quieto. Deus queria que algo mais animado se movesse.
Ao invés de cenário como uma pintura em uma parede, ele queria algo que poderia mover-se dinamicamente como um anime.
E então no quinto dia... Ele fez pássaros para voar no céu e peixes para nadar na água.
Agora, e os insetos como libélulas e cigarras? Ou mariscos, lulas e polvos? Os golfinhos e baleias contam como peixe?
Eh? Uh... Uma vez que isso é só uma lenda que eu ouvi... Não me pergunte sobre esses tipos de detalhes...
De qualquer maneira, dia cinco, Deus fez animais no céu e mar.
Então, o sexto dia... Dessa vez ele fez vários animais na terra.
Foi nesse ponto que Deus percebeu. Ele fez todos esses ótimos animais no céu, mar e na terra, mas talvez ele fez demais deles...
Se esses animais competissem sobre a quantidade limitada de espaço seria um problema.
E assim, sendo um Deus um pouco caprichoso, sem consultar nenhuma das outras criaturas, ele fez sua própria imagem.
Eles eram humanos.
Mesmo se humanos lembravam ele apenas pela aparência, Deus percebeu que eles deveriam serem capazes de se comunicar com os outros animais.
Então Deus disse aos humanos.
"Vão dominar as criaturas desse mundo."
Então ele disse às outras criaturas.
"Humanos são seus mestres."
Se as criaturas contestaram ou não é algo não dito na lenda.
Uma vez que a lenda tem sido passada entre humanos, seria fácil para eles cortarem algumas partes que lhes fazem parecer maus.
De uma forma ou de outra...
Deus provavelmente não esperava que os humanos fossem criaturas que colocariam responsabilidade em cima das outras criaturas ou fariam guerras entre eles mesmos.
Finalmente, o sétimo dia... Tendo finalizado criar o mundo, Deus tirou um dia de folga.
Nós agora chamamos esse dia de Domingo.
Mas esse Deus com certeza amou fazer os animais.
Era seu dia de folga, mas ele sentiu-se no ponto para rabiscar algumas novas criaturas ao mundo.
Já sobre as criaturas que ele fez no seu dia de folga...
Após fazer essas criaturas de forma caprichada, Deus nunca mandou-lhes tanto "Dominar os humanos" quanto "Serem dominados pelos humanos"...
Essas criaturas são o que chamamos de Pokémon.
De qualquer maneira, essa é a lenda. Como eu disse antes, é uma lenda que pouquíssimas pessoas sabem verdadeiramente sobre.
É meio possível que eu, o que está escrevendo isso, e você, o que está lendo isso, somos os únicos a saber dela.
Na verdade, enquanto eu mando essa correspondência, eu tenho no momento... sido incapaz de verificar a validade da lenda.
Por isso, eu lhe sugiro não falar a outras pessoas sobre isso abertamente e mantê-lo perto de seu peito.

... Um Pesquisador Pokémon sem nome com absolutamente nenhuma relação com Professor Ookido...

Extraído de um email mandado a Masaki Sonezaki
Um Analista Pokémon que participou da Nonagésima Sétima Conferência Acadêmica Internacional das Bestas Portáteis

Notas de Tradução 

*: Japão (Nippon) é escrito em katakana ao invés do regularmente usado kanji, isso é incomum, mas não inédito, então eu não me incomodei em mudar a soletração inglesa como no prólogo com América e Inglaterra. Falando da Inglaterra, sua menção nesse capítulo é inicialmente em katakana antes do autor "corrigir-se" ao usar kanji.

*: "É sua mãe em pijamas. Qual o drama?" Essa frase é ainda mais incrível em Japonês. Eu fiz o meu melhor para capturá-la em Português. (パジャマのままのママだよ。 おじゃま?)

*: Satoshi usa "ore" na frase antes mesmo de seu uso de pronomes pessoais ser apontado. Sua narração anterior no prólogo e no começo desse capítulo tem usado consistentemente "boku".

*: Um bento é uma marmita Japonesa. ... Você sabe, caso não saiba disso.

*: Shadow pitching = uma técnica no beisebol.

*: "biriri" e "ririri" são trocadilhos feitos a partir do nome japonês do Pokémon Voltorb, no caso "Biriridama".

Tradução Original: https://pokemonthenovel.dreamwidth.org/1173.html

domingo, 15 de outubro de 2017

Terceiro Capítulo: Onisuzume no Dia de Partida [Terminologia Japonesa]

Satoshi trocou seus pijamas e começou sua jornada, carregando sua mochila.
Entretanto, as coisas estavam duras já no começo.
A colina com uma vista para Masara Town que normalmente tomaria trinta minutos para subir tomou duas horas de Satoshi. O fato de que o sino da escola fundamental acabara de tocar para significar o fim do dia de escola provou isso.
O fato de que ele ainda podia ouvir o sino da escola da praça da cidade indicava o fato de que ele não havia ido muito longe. Ele estava indo tão devagar que se comparado a velocidade dele com a de uma tartaruga, um Zenigame provavelmente ligaria para reclamar.
A razão para isso era a completa falta de cooperação de Pikachu.
Ele não só não entraria em uma Monster Ball, mas ele também recusava-se a seguir Satoshi.
Em ordem para forçar Pikachu, que recusou-se a dar um único passo, a vir com ele, Satoshi não havia outra opção a não ser criar uma trela usando seu varal.
Ele estava usando as luvas de cozinha de borracha para se proteger dos choques elétricos e puxando duro a linha, não era um sinal muito digno.
Preso andando com um Pokémon que não ouviria uma palavra sequer do que seu mestre dizia.
No topo da colina Satoshi respirou de forma ofegante e decidiu tentar comunicação com Pikachu de novo.
"Um. Pikachu. Você vai ficar sendo assim o caminho inteiro?"
Pikachu se virou com mau humor.
"Você realmente me odeia tanto?"
Pikachu educadamente assentiu duas, três vezes.
"Eu gosto de você."
Pikachu fingiu que estava ignorando Satoshi e arranhou sua cara com seus antebraços.
"De qualquer maneira, você é o Pokémon que eu estou treinando agora. Você pode apenas abrir sua boca e me deixar saber a verdade?"
Pikachu mostrou seus dentes.
"Uh... Você irá me morder com esses dentes?"
Satoshi fez uma pose defensiva enquanto Pikachu balançava sua cabeça e apontava a seus dentes.
"Eh? Ah... Você está mostrando que você tem dentes?"
Pikachu assentiu.
"Ah, eu disse a verdade. Não o dente.* Você não quer falar?"
Pikachu assentiu com uma expressão que parecia dizer ... Finalmente, o idiota entendeu...
"Eu não me sinto querendo transformar isso em um sketch humorístico. Então que tal você agir como um verdadeiro Pokémon e entrar na Monster Ball? Como é dito no Guia de Campo Pokémon."
Satoshi sacou o Guia de Campo Pokémon, havia um sensor parecido com os interruptores de um controle remoto de TV.
Quando apontado a um Pokémon, ele mostraria uma descrição do Pokémon em questão na tela.
Era um item essencial dado a todos os candidatos a treinadores pegando seus primeiros Pokémon de um laboratório oficial.
Satoshi apontou o Guia de Campo Pokémon a Pikachu e leu do mesmo.
"Pikachu, uma espécie de Pokémon que comumente vive em florestas e come berries, eles têm uma disposição gentil, são incrivelmente inteligentes, são incrivelmente charmosos..."
Satoshi deliberadamente enfatizou as palavras como gentil e charmoso.
Pikachu... simplesmente assentiu como se tudo fosse completamente óbvio.
"Tudo isso aqui está descrevendo sua espécie..."
Satoshi parou no meio do caminho quando ele alcançou a passagem que queria para discutir com Pikachu.
"Ah, olhe para isso, está escrito aqui... um Pokémon que se dá muito bem com seus donos. ... Vê? Isso é o comportamento típico de um Pokémon, então você deveria agir de acordo."
Pikachu pressionou um botão no topo do Guia de Campo.
A tela mudou. Era um provérbio no apêndice da enciclopédia.
"Hm?"
Satoshi o leu.
"Toda regra tem suas exceções. Isso é uma regra que governa todas as regras."
Pikachu apontou a si mesmo.
"Então sempre terá ao menos um Pikachu que não irá ouvir o que seu dono disser."
Satoshi murmurou. ...Está certo! Pikachu inchou suas bochechas tendo ultrapassado esse ponto.
Satoshi chegou à conclusão de que qualquer outra discussão não iria a lugar algum.
"Tudo bem. Deveríamos nos dar bem o máximo que pudermos. Vamos acabar com essa coisa sem sentido."
Satoshi desamarrou a linha ao redor do pescoço de Pikachu, retirou suas luvas de borracha e ofereceu sua mão para um aperto de mãos.
... Tarde demais ... pareceu ser a reação de Pikachu baseando-se no mal-humorado "Hmph!" que ele fez.
"Se você não quer um aperto de mãos, então que tal isso?"
Satoshi ofereceu seu dedo indicador.
Ele lembrou-se de um filme que sua mãe Hanako o mostrou em um vídeo, que a deixara em lágrimas.
Era uma história envolvendo um alien e um garoto que ganharam uma conexão ao apertarem seus dedos indicadores juntos. Na visão infantil de Satoshi era apenas um filme bobo para fazer garotas chorarem, mas ele estava aceitando fazer qualquer coisa para começar a se dar bem com Pikachu nesse ponto.
Porém Pikachu, obviamente nada acostumado com filmes antigos, apenas se virou em um mau humor...
"É, essa foi uma ideia besta... Não irá funcionar que nem funcionou com o alien."
Pikachu encolheu seus ombros como se ele afirmasse que era óbvio.
Repentinamente, naquele momento.
Os olhos de Pikachu imediatamente fixaram-se em um ponto na grande mata.
Ele completamente ignorou a presença de Satoshi para encarar atentamente aquele lugar.
"Hm? Tem algo ali?"
Olhando para Pikachu separando a grama, ele notou o pequeno Pokémon pássaro Poppo, que estava se movendo enquanto picava o chão.
Estava provavelmente procurando por algo para comer.
Mesmo assim, ele foi a frente e apontou o sensor do Guia de Campo Pokémon nele.
A descrição no display era o seguinte...
"Poppo... Pequeno Pokémon pássaro que voa... Entre todos os Pokémon que voam, é o mais gentil e fácil de capturar. Um dos melhores Pokémon para um treinador iniciante testar suas habilidades em..."
"Nesse caso... Certo, Pikachu. Vamos pegá-lo!"
Em ordem para pegar um Pokémon, você primeiramente precisa que seu próprio Pokémon deixe-o fraco na batalha antes de capturá-lo em uma Monster Ball.
Esses são os básicos de capturar um Pokémon.
Todavia, ao perceber que seu Pokémon era um Poppo, Pikachu decidiu deitar e relaxar ao invés.
"Pikachu, o que você está fazendo?"
Pikachu, irritadamente, pressionou um botão no Guia de Campo Pokémon de Satoshi.
Ele transmitiu outro provérbio.
"Um Pikachu sábio não gasta sua eletricidade... Isso significa que os fortes preferem não pegar batalhas sem sentido com os fracos... Esse provérbio é também conhecido por ser usado por empresas de energia durante campanhas de conservação."
Pikachu... assentiu concordando com isso.
"Então você não irá lutar?"
Pikachu fingiu ignorância.
"Por que não?"
Como se dissesse... cale-se..., Pikachu subiu em uma árvore próxima e espreguiçou-se.
"Entendido. Eu entendo agora. É assim que é. Certo. Se isso é como você será, eu vou pegá-lo eu mesmo. Me tornar um treinador Pokémon é meu sonho. Certo, eu me tornarei o Mestre Pokémon supremo... É. Eu declararei isso a todos os Pokémon do mundo. Eu decidi. Eu irei me tornar o melhor Mestre Pokémon."
Satoshi estava gritando mais a si mesmo do que a Pikachu.
"Se eu não conseguisse capturar nem ao menos um único Poppo por conta própria, então eu também posso... É!"
Satoshi assentiu a si mesmo e derrubou sua mochila no topo da árvore.
Ele girou seu presenteado boné Pokémon, cujo ele havia ganhado da Pokémon Comic... e agarrou uma Monster Ball em sua mão.
"Essa é minha primeira tacada ceremonial!"
Ele segurou-a alto. Levantou sua perna de forma alta no ar.
"Poppo, você é meu agora... Monster Ball. Vai!"
A Monster Ball foi liberada de seus dedos.
Era um tiro certo, ele estava confiante em seu controle.
Nos jogos de beisebol da escola,  suas tacadas eram tão controladas que elas sempre terminavam bem no centro levando a nove acertos consecutivos e uma mudança.
"Meus "centros" nunca falham!"
Era perfeito. Seu alvo estava "morto".
"Peguei..."
Satoshi começou a dizer "Te peguei".
Mas... a Monster Ball acertou Poppo, deixou algo lembrando fumaça e caiu no chão.
Poppo nem se mostrou surpreso pela tentativa de captura.
"Poh", ele simplesmente bocejou.
"Por quê... aquilo não funcionou?"
O Guia de Campo Pokémon mostrou uma nova informação...
"Use Monster Balls depois de enfraquecer... Monster Balls devem ser usadas em Pokémon quando eles estão cansados ou fracos. Usar uma Monster Ball contra um Pokémon que não foi enfraquecido é largamente inefetivo."
Satoshi murmurou para si mesmo enquanto ele ia para coletar a derrubada Monster Ball.
"Eu sabia disso, mas..."
"Pipipikachu."
Em cima da árvore, Pikachu gargalhou subitamente, agarrando seu estômago.
Satoshi rangeu seus dentes.
"Caramba Pikachu! ... Que você aguarde, aguarde e verá, eu vou, eu irei dar a última gargalhada! ... Hm?"
Satoshi passou a perceber sua mochila no topo da árvore.
"Certo. Deixe-me pegá-la..."
Ele não estava falando de Pikachu. Ele teve uma ideia.
Satoshi tirou seu pijama queimado de sua mochila.
Ele então passou a espiar o Poppo deitado na grama.
"Fique beeeem aí, não tenha medo."
Kss... Os passos de Satoshi agitavam a grama.
... O quê?... Poppo encarou Satoshi.
"Ah... Oi."
... Quem?... "Poppo?" ... Poppo piou enquanto inclinava sua cabeça.
"Agora! Me desculpe!"
Ele saltou em cima do Poppo com seu pijama aberto.
Poppo estava dentro do pijama.
"Certo! Poppo! ... Peguei"
Satoshi estava prestes a dizer "Te peguei" mais uma vez.
Com um som parecido com o de um ventilador elétrico, o pijama começou a inflar.
"Ah... O quê... O que está acontecendo?"
Como confirmado pelo Guia de Campo um pouco tarde... Era o ataque especial de Poppo, Gust.
O pijama levantou-se flutuando, liberando uma forte nuvem de poeira das asas.
Era um ataque especial conhecido como um ataque de areia.
Os botões voaram do topo do pijama e ele explodiu como um balão estourado.
Satoshi estava coberto pela areia.
"Poppo. Poppo."
Poppo riu com zombaria do Satoshi coberto de areia no topo da árvore.
Ele estava acostumado a ver um Poppo saindo de um relógio para anunciar as horas, mas...
"Eu acho que um Poppo de verdade não é como o que fica em um relógio Poppo."
Sem nem ao menos olhar para o Guia de Campo Pokémon, Satoshi lembrou-se de um certo provérbio.
... Um Poppo na mão vale dois no arbusto...
Esse dia inteiro não fora nada além de um desastre atrás do outro, e pareceu que ele terminaria em uma nota amarga.
Mas Satoshi não possuía tempo para reclamar.
Algo terrível havia acontecido à sua mochila deixada no topo da árvore.
Em um certo ponto, um pequeno Pokémon havia começado a espiá-la e comer o que havia dentro dela.
Satoshi espantou-se em um instante.
Porém, a mochila já estava em farrapos.
"Ah, qual é."
Pikachu, olhando para baixo no topo da árvore, simplesmente encolheu os ombros indiferentemente.
"O que foi isso...?"
Satoshi apontou seu Guia de Campo Pokémon ao pequeno Pokémon, ainda observando-o da grande mata.
"Um Koratta selvagem. Um Pokémon rato de floresta... Ele gosta de nozes duras e queijo..."
"Espera um pouco, isso não é uma floresta. É um campo aberto." Satoshi contestou à explicação do Guia de Campo.
"Eles ocasionalmente vêm para campos para roubar comida de viajantes estúpidos."
"Es... estúpido, eu?"
... Isso mesmo ... Pikachu assentiu concordando com aquela declaração.
Poppo também zombou dele, puxando sua cabeça para fora da grande grama para rir, poppopoppo, soando como um relógio.
Pareceu que esse Poppo ficaria longe de suas mãos e no arbusto.
"Uuurgh... Eu vou pegá-lo por isso!"
Perdendo sua calma, Satoshi pegou uma pequena pedra e lançou-a em Poppo.
Mas ele errou.
Nem o controle de alvo de Satoshi era sempre perfeito.
Satoshi estava realmente estressado agora.
"Você não sairá impune disso!"
Ele correu atrás dele dentro da grande mata.
Poppo, em zombaria, apenas voou.
"Tch... Como chegou a isso... Hm?"
Dentre a grande mata, ele viu outro Poppo encarando-o de longe.
Ele não notou Satoshi.
"Certo! Vou pegá-lo desta vez."
Satoshi arremessou uma pequena pedra.
Konk! O som ecoou enquanto a pedra, certa em seu alvo desta vez, pegou-o bem na cabeça.
"Oh yeah! Toma isso!"
Um grande roxo inchou na cabeça de Poppo.
Entretanto, o Poppo virou-se e... algo não estava certo. Para falar a verdade, esse Poppo não era um verdadeiro Poppo.
Ele tinha olhos malvados, um bico afiado... E seu choro...
"Gwagyah!"
"Gwagyah... Espera, o quê."
Satoshi apontou seu Guia de Campo Pokémon nele.
O Guia de Campo Pokémon transmitiu a informação do Pokémon.
"Onisuzume... Também um pequeno Pokémon pássaro, mas diferente de Poppo tem tendências violentas. Irá comumente atacar tanto humanos quanto outros Pokémon..."
"Ele ataca humanos? Ah..."
Onisuzume já tomou voo e estava alvejando nele.
"Hieh..."
Satoshi acobertou sua cabeça e correu de volta para a árvore onde Pikachu estava.
O Onisuzume arrancou a manga de Satoshi enquanto alvejava. Mas ele ainda não havia desistido dele.
Aí está! Onisuzume estava indo diretamente a Satoshi agora.
Entretanto, ele repentinamente mudou a trajetória de seu alvejo.
Ele havia mirado seu olhar para Pikachu em cima da árvore.
Onisuzume havia mudado seu alvo e estava atrás de Pikachu.
"Eh?" "Pika?" Satoshi e Pikachu estavam ambos surpresos por essa mudança de eventos.
Pikachu esquivou instintivamente, desviando o ataque de Onisuzume por pouco.
Onisuzume virou-se no ar e foi até Pikachu mais uma vez.
Pikachu sinalizou uma pose de "não" com suas pernas dianteiras. ... Calma, eu não estou querendo batalhar ... Ele tentou explicar enquanto ele desviava.
Mas Onisuzume fora persistente e continuou a alvejar nele de novo e de novo.
Satoshi olhou para o Guia de Campo Pokémon.
"Fui eu quem ataquei a pedra no Onisuzume. Por que ele está atacando Pikachu?"
Ele apontou o sensor do Guia de Campo Pokémon a Onisuzume e o display explicou...
"Pokémon selvagens têm tendência a mostrar mais hostilidade quanto a Pokémon treinados por humanos do que a humanos por si só."
"Não pode ser... Então..."
Satoshi chamou o Onisuzume.
"Afaste-se! Pikachu não tem nada a ver com isso. Eu joguei a pedra em você."
Porém, nesse ponto Onisuzume não havia interesse algum em prestar atenção nele.
Estava focado em apenas atacar Pikachu.
O bico de Onisuzume arranhou o ombro de Pikachu.
Pikachu perdeu sua posição na árvore.
O bico de Onisuzume fechou-se no Pikachu caindo.
Pikachu estava bem longe do empalhamento.
... Ele estava sem opções agora.
Pikachu girou no meio do ar enquanto ele caia para defender-se.
A única maneira de defender-se no meio do ar seria batalhar.
Onisuzume instintivamente vacilou.
"Pikachuu!"
Relâmpago brilhou.
Um golpe.
Onisuzume caiu de volta na grama.
"Certo..."
Satoshi correu até Pikachu que havia acertado o chão.
Mas Pikachu apenas balançou sua cabeça.
Ele encarou o local onde o Onisuzume caiu.
Repentinamente, o Onisuzume ressurgiu, sua cara queimada na cor preto.
Ele apontou sua asa a Satoshi e Pikachu.
"Gwagyah."
Ele deu um grito alto. Na linguagem do Onisuzume, isso provavelmente significou algo como "Peguem-nos!".
Após o grito de sinal, a grama sacudiu e eles levantaram-se.
Isto é, um grande bando de Onisuzume.
Seu número era... quase incontável. Havia muitos deles.
Só o som de suas asas batendo era mais alto que uma brigada de motociclistas acelerando seus motores na praia no fim de semana.
Se tivéssemos que nos prender a compará-los com apenas coisas voadoras, eles provavelmente também seriam mais altos que uma frota de helicópteros.
A mandíbula de Satoshi caiu... Porém, quando ele finalmente encontrou sua voz ele perguntou algo para Pikachu.
"Fugir?"
"Pikachu..." Pikachu mal ruiu sua resposta.
Não havia uma verdadeira necessidade de traduzir a resposta de Pikachu aqui.
Esta era a primeira vez em que Satoshi e Pikachu haviam concordado em algo desde a primeira vez em que eles se encontraram.
Eles então assentiram em uníssono enquanto eles viravam-se e corriam.
Como se estivessem sugerindo, os Onisuzume começaram a persegui-los.
Seu alvo era, é claro, Pikachu.
Pikachu e Satoshi correram e correram.
Enquanto eles corriam, parecia que eles estavam passando um monte de outros Pokémon.
Mas Satoshi não tinha tempo para pegar o Guia de Campo Pokémon e apontar neles dizendo...
"Ah... Isso é..."
O que era natural levando em conta sua atual situação.
Correndo, correndo. E correndo um pouco mais enquanto correndo.
Enquanto o líder dos Onisuzume era grande para começo de conversa, amigos chamaram mais amigos, continuamente aumentando sua classificação.
Nesse ponto, ao invés de um grande grupo, eles sentiam que a metade do céu em si estava caçando-os.
Fugindo, fugindo. E fugindo mais um pouco enquanto fugindo.
"Espera um pouco! Pikachu. Eu prometo, eu lhe salvarei!"
O prodígio Satoshi declarou enquanto observando Pikachu.
"Pikachu..."
... Que seja... Pikachu então disparou em frente a Satoshi.
"Ah, eu apenas disse que eu lhe salvaria! Owowow."
A cabeça de Satoshi foi bicada pelos líderes do bando de Onisuzume.
Mas os ataques dos Onisuzume eram mais focados em Pikachu do que em Satoshi.
As bicadas e batidas de asas estavam dando uns ferimentos desagradáveis a Pikachu.
Pikachu mal conseguia continuar de pé.
Mesmo assim, Satoshi e Pikachu correram. E correram. E continuaram a correr enquanto correndo.
Fugindo, fugindo e fugindo um pouco mais... Mas enquanto eles fugiam... Um penhasco apareceu à frente... uma cascata fluindo do mesmo.
Satoshi e Pikachu estavam encurralados na beira do penhasco.
Hesitação, consideração e pensamento... Tempo era curto conforme os Onisuzume fechavam-lhes.
"Bem. Aqui vai."
Satoshi manteu Pikachu perto enquanto ele pulava em direção à cascata.
Satoshi e Pikachu caíram na cascata.
Passando a cascata havia uma bacia de imersão, além da bacia de imersão tinha uma corrente dura que era fortemente desorientador.
Tudo o que Satoshi podia fazer era continuar segurando Pikachu para que eles não se separassem.
Mesmo agarrando palhas, não havia nenhuma palha para agarrar, portanto ele simplesmente se segurou firme ao pequeno Pikachu.
A corrente forte foi enfraquecendo gradualmente e eles foram vomitados em um lago, Satoshi então se sentiu borbulhando cada vez mais profundo dentro d'água.
... O quê... Estou afogando... Nada bom...
Satoshi estava tenso para olhar ao seu redor dentro d'água...
Ele pegou um vislumbre repentino de grandes presas desconhecidas.
Ele não conseguia identificar apropriadamente o Pokémon através da água turva, mas pareceu bem claro que ele considerava Satoshi e Pikachu como nada além de comida.
Satoshi se esforçou para nadar até à superfície para evitar certa morte.
Porém ele possuía apenas um braço livre já que ele ainda estava segurando Pikachu.
Ele não sentia que estava chegando perto de qualquer forma à superfície.
O abismo escuro além das presas estava subindo atrás dele... Ou melhor, era a boca de algo.
Aquele algo ainda estava atrás de Satoshi e Pikachu.
"Hieh...!"
Satoshi lutou furiosamente.
Ele pegou algo com a ponta de seus dedos.
Era como um fio brilhante.
Contanto que fosse algo para ele se segurar, ele aceitaria até o fio de um Pokémon aranha.
Pegue-o, pegue-o. Contanto que seja algo para se segurar, vá até isso.
Satoshi enrolou o fio em volta de sua mão e segurou firme.

***

Uma garota solitária sentada perto do lago com uma vara de pescar.
Ela era quase da mesma idade que Satoshi.
A garota estava nesse lago, Lago Namonashi*, para tentar e capturar um Pokémon misterioso cujo rumores dizem que vivem nele.
Quase todo lago haveria lendas sobre Pokémon misteriosos vivendo por lá. Algumas instâncias famosas incluiriam Monstro do Lago Ness, Kussie do Lago Kutcharo ou Biwahoussie do Lago Biwa. Nesse lago, havia Namonassie.
Era impossível afirmar se tal Pokémon havia sim ou não existido, é possível que alguém confundiu algum outro Pokémon por ele, entretanto descobrir a verdade você mesmo é parte da diversão.
Em sua jornada, a garota havia ouvido sobre um lago próximo e veio acampando por três dias com sua vara de pescar. Até então, ela não foi capaz de capturar nada notável. Mas ainda assim, se você não colocar uma linha para baixo você definitivamente não capturará nada, a lenda do Pokémon misterioso mantinha um ar ou romance para si. Pescar era uma aventura romântica para a garota.
Tudo que ela havia capturado hoje eram pequenos Pokémon peixes como Koiking... Era quase pôr do Sol e ela estava prestes a começar a se preparar para ir embora.
O flutuador na vara de pescar da garota começou a ir para cima e para baixo.
"Hm? Veio. Está aqui. Este é um dos grandes..."
Conforme ela ia puxando a linha, ela ia aprendendo rapidamente o quão grande a captura era.
"Talvez seja mesmo Namonassie... Oof."
A garota riu para si mesma enquanto ela cronometrava como enrolar certinho.
Pescaria é tudo sobre cronometragem. Se cronometrado de forma correta, então até uma garota de dez anos de idade pode enrolar um whooper*.
Além disso, esta era uma garota que havia chegado até a classificação quatro de um concurso de pescaria para meninos e meninas por três anos consecutivos. Ela era mais que capaz de enrolar um Pokémon mais pesado que o peso de seu próprio corpo.
"Agora!"
A menina havia escolhido a cronometragem para aterrisá-lo.
Ela soltou um grito feroz. E uma surpreendentemente força superhumana para ir junto dele.
E com um respingo de água, Satoshi foi pescado.
"O quê. Um humano, huh... Isso é pior que um pequeno peixe."
Tendo sido presa ao sonho de capturar um Pokémon misterioso, a garota pareceu meio desinteressada no mistério do por que ela tinha capturado um humano.
Mesmo assim, ela logo notou o Pikachu que Satoshi estava segurando.
"Oh? Isso é um Pokémon..."
Tendo sido picado pelos Onisuzume, Satoshi estava coberto de feridas.
"Que ferimentos desagradáveis... Você está bem?"
Entretanto, Satoshi havia tido seu corpo inteiro picado pelos Onisuzume.
Ele confundiu a preocupação da garota achando que era para ele.
Satoshi agradeceu-a.
"Obrigado, você me salvou, eu..."
"Não você."
A garota repentinamente deu um tapa na bochecha de Satoshi.
"Qual o seu problema?"
"Essa é a minha fala. Por que seu Pokémon está nessas condições? Essa pobre coisa..."
A garota olhava para Satoshi enquanto gentilmente alisava a cabeça de Pikachu.
"Você acha que isso é por minha culpa? ... Olha, eu estou em má forma aqui também..."
As costas de sua jaqueta havia sido rasgada em pedaços pelos ataques dos Onisuzume.
"Não argumente comigo, ele precisa de tratamento médico o mais rápido possível. Não é tão longe daqui..."
A garota sacou um mapa de seu bolso e definiu o local.
"Há tratamento médico disponível no Centro de Tokiwa City..."
"Há um hospital?"
"Não para você. Um hospital Pokémon."
"Ah... eu entendo... Então... Para que lado é Tokiwa City?"
"Aquele lado."
A garota apontou para um caminho direto dentro da floresta.
O momento havia chegado. Do além do lago, aquele barulho horrível soou.
O som das asas batendo dos Onisuzume. O pôr do Sol no oeste estava coberto pelo rebanho gigante de Onisuzume como uma nuvem. Seus números eram tão incríveis que o ar por si só tremeu, ondas formadas na superfície da água no lago.
As ondas borbulhantes gradualmente fecharam-se.
"Hey? Você vê isso?"
Satoshi perguntou à garota.
"É, eu vejo."
Ela assentiu.
"Claro que tem muitos deles."
"Deveríamos correr?"
"Não é meu problema."
"Bem, é o meu. Eles pegaram um rancor contra mim."
"Nesse caso, é melhor você começar a correr."
"É. Eu deveria fazer isso."
Satoshi percebeu a bicicleta perto da garota.
Satoshi colocou Pikachu dentro da cesta da bicicleta e andou sobre ela.
"Estou pegando isso!"
"Ah... Essa é minha bicicleta..."
"Eu a darei de volta para você algum dia."
Ele deixou essas palavras para trás enquanto ele começava a pedalar. E ele disparou. Velocidade máxima para baixo do caminho em frente.
"Minha bicicleta... Como eu voltarei sem ela... Ugh, espere!"
A garota correu atrás de Satoshi.
Mas não tinha uma maneira de ela continuar com ele em uma bike.
A massa de Onisuzume passou pela cabeça da garota.
"Impossível."
A garota foi jogada longe pela força absoluta gerada por suas asas batendo.
O líder dos Onisuzume não ligou para a garota enquanto eles perseguiam a bike.
O único interesse deles era em Pikachu e Satoshi.
Mas com um rebanho tão grande, era mais que provável que a bike da garota se tornaria em efeito colateral.
A garota ficou pálida ao imaginar sua bike sendo destruída.
"Espera, um segundo."
A garota falou para o Onisuzume desaparecendo na distância.
"Ei, a minha bike é inocente no meio disso tudo! Melhor vocês não causarem-na um dano sequer!"
A garota ficou cada vez mais irritada.
... Seriamente, aquele idiota... Como ele pôde deixar um Pokémon tão fofo como aquele terminar daquela forma. Então ele rouba a minha bike sem nem ao menos perguntar... Na próxima vez que eu o ver, ele irá pagar... Ugh, seriamente, eu tenho a maior má sorte com homens... Eu não irei perdoá-lo...
Deixe-me lembrá-lo, essa garota que há uma baita má sorte com homens ainda tem dez anos de idade.

***

No caminho da floresta, Satoshi e Pikachu ainda estavam acelerando na bicicleta.
"Espera aí! Nós estamos quase em Tokiwa City!"
Na cesta, Pikachu estava se esforçando para respirar enquanto ele olhava para Satoshi.
Os ferimentos que o Pikachu levou dos Onisuzume eram piores do que primeiramente pareciam, ele mal conseguia mover um músculo.
Um relâmpago brilhou atrás das montanhas na distância.
Gota de gotejamento, gotas de água caíram da bochecha de Satoshi. Estava chovendo. O som de trovão soou.
Mas, alto ainda era o som das asas batendo dos Onisuzume. Normalmente, pequenos Pokémon pássaros não estariam voando na chuva. Entretanto, os Onisuzume estavam tão dispostos em caçar Pikachu e Satoshi que pareceu que eles não haviam nem notado a chuva.
A chuva logo se tornou em uma aguaceira feroz.
Mesmo assim, os Onisuzume não parariam seu ataque.
Como se estivesse se tornando um com a chuva, os Onisuzume começaram a alvejar e atacar.
A trilha havia se tornado em lama, as alças da bicicleta haviam ficado escorregadias e difíceis de agarrar.
Com nuvens escuras e os Onisuzume ao redor deles, o céu pareceu um bréu.
Com grandes gotas de chuva atacando, a trilha à frente era mal visível. Com um rugido de trovão, os ataques dos Onisuzume ficaram ainda mais ferozes.
As rodas deslizaram. Ele perdeu o equilíbrio. E caiu.
Satoshi e Pikachu foram jogados da bike enquanto eles desabavam.
"Como chegou a isso!?"
Por que as coisas acabaram terminando assim?
Satoshi esmagou seu punho em uma poça de lama.
Ele estava meio irritado e meio triste.
E não era só porque ele tinha caído da bicicleta.
O relógio de alarme quebrado. Chegando tarde. Aquele Shigeru babaca. Não tendo nenhuma escolha para meu Pokémon. Pikachu se recusando a entrar na Monster Ball. O Poppo zombando de mim. Koratta. Ser bicado pelos Onisuzume, quase afogando dentro d'água, quase sendo comido por um monstro Pokémon louco, levando um tapa na cara por uma garota aleatória e agora, finalmente, eu estou caído em uma poça de lama.
Por que hoje teve que ser um dia como esse?
Você tem uma ideia do quão eu estava ansioso para esse dia?
O dia em que eu sai de casa para me tornar um treinador Pokémon... o dia em que eu sonhei.
Não era para ser desse jeito.
Satoshi continuou a dar socos na lama novamente e novamente.
Neste momento, um raio brilhou.
Ele viu Pikachu deitado no chão antes dele.
"Eh...? Pikachu?"
O corpo de Pikachu estava meio submergido na água lamacenta, ele mal conseguia respirar.
Satoshi pegou Pikachu em seus braços.
"Pikachu! O que está acontecendo?"
"Pikachu..." ele disse em uma voz doce, quase que um suspiro.
"Não pode acabar assim!"
Olhando para cima, os Onisuzume estavam esperando pelo sinal para começarem um ataque completo.
Um Onisuzume com a cabeça queimada gritou. Era o Onisuzume que havia sido originalmente eletrizado pelo Pikachu. Pareceu que ele estava comandando o ataque. O rebanho inteiro de Onisuzume se moveram para atacar.
Tendo todos esses bicos mergulhados para bicá-los de uma vez, Satoshi e Pikachu seriam mortos com certeza.
Satoshi pensou no que ele poderia fazer, antes de fazer sua decisão.
Satoshi pegou uma Monster Ball e mostrou-a para Pikachu.
"Pikachu... entre."
Pikachu olhou para Satoshi.
"Você deve entrar." Satoshi declarou claramente.
Pikachu olhou para trás e para frente entre Satoshi e a Monster Ball.
"Eu sei... você odeia entrar... aqui dentro. Mas se você entrar, ao menos você sobreviverá. Então, entre, eu vou tomar conta das coisas a partir daqui."
Satoshi colocou a Monster Ball no chão na frente de Pikachu.
Então ele se virou para gritar para a massa de Onisuzume...
"Ei vocês, vocês sabem quem eu sou? Eu sou Satoshi de Masara Town, o menino que irá se tornar o melhor Mestre Pokémon do mundo! Eu jamais perderei para gente do seu tipo. Eu irei pegar até o último de vocês."
Satoshi se levantou e abriu seus braços.
Os Onisuzume pararam sua carga no meio do caminho como se perguntassem, o que esse idiota está pensando...
"Vocês entendem? Não ousem colocar a mão no Pikachu. Eu sou seu oponente."
Pikachu encarou atentamente as costas de Satoshi.
Satoshi falou com Pikachu atrás dele sem se virar, observando os Onisuzume.
"Pikachu. Entre. Você está dentro... da Monster Ball? Eu espero que você esteja."
Pikachu olhou para trás e para frente entre a Monster Ball e as costas de Satoshi.
"Onisuzume. Você apenas esteve olhando com esses olhos de gavião que nem um pardal cabeça-de-lança, mas o que é mais assustador do que um gavião? Sou eu! Irmãozinho. Venha."
Satoshi balançou sua mão provocativamente.
... Por que você!... Os Onisuzume perderam sua calma.
Pikachu foi surpreendido por Satoshi, ele pensou que ele não era nada além de um grande idiota. ... Mas agora, ele estava na verdade começando a sentir algo por Satoshi.
Pikachu deu mais um relance na Monster Ball.
Ele deu um "sorriso desmaiado".
Pikachu soube o que ele tinha que fazer.
Satoshi abriu ambos braços e gritou.
"Qual é! Seus pardais gritantes."
O líder dos Onisuzume sinalizou para atacar com sua asa.
Os Onisuzume mergulharam diretamente a Satoshi.
Satoshi fechou seus olhos e sussurrou.
"Te peguei..."
Era aquele momento.
"Pikachu!"
Pikachu reuniu todas as suas forças, subiu as costas de Satoshi, foi para seu ombro e para cima de sua cabeça... pulando em direção à massa alvejante de Onisuzume.
Aquele mesmo Pikachu foi então atingido pelo relâmpago.
A combinação do choque elétrico de Pikachu e o choque do raio jogaram longe a chuva caindo.
Os Onisuzume foram jogados longe.
Quando o relâmpago e o ataque elétrico desapareceram... Os únicos que ainda estavam de pé eram Satoshi com seus braços abertos e Pikachu no topo de seu chapéu, também com seus braços abertos. Mas seus corpos estavam maltratados e quebrados...
"Pegou-os?" Satoshi murmurou, perguntando a ninguém em específico.
"Pikachu..." Pikachu assentiu.
Satoshi e Pikachu mantiveram sua postura, seus corpos completamente rígidos, enquanto eles caiam de costas.

***

Água pingou gota por gota das folhas das árvores... brilhando no crepúsculo da noite.
A chuva havia parado.
O desmaiado Satoshi estava finalmente voltando à sua consciência.
A bicicleta caída tinha tido sua forma distorcida por conta da descarga elétrica anterior.
Pikachu tinha entrado em colapso ao lado dele. Satoshi pegou Pikachu em seus braços.
"Pikachu!"
Pikachu abriu seus olhos um pouco.
"Eu... É?"
... Eu serei eu mesmo, eu serei Satoshi, Pikachu será Pikachu, daqui em diante será eu e Pikachu... é? Havia muita coisa que ele queria dizer, mas as únicas duas palavras que ele conseguira falar foram "Eu... É."
Pikachu simplesmente deu um pequeno e único aceno com a cabeça.
Foi nesse momento. Satoshi e Pikachu viram.
Estava voando ao pôr do Sol.
Ele voou majestosamente com suas ótimas asas.
Retroiluminado pelo brilhante e vermelho pôr do Sol, eles conseguiam ver apenas uma silhueta.
Ele "regou" pequenas partículas de luz em cima de Satoshi e Pikachu.
"O que... é isso?"
Satoshi apontou seu Guia de Campo Pokémon nele.
A explicação do Guia de Campo era franca.
"Não indentificado. Era definitivamente um Pokémon, porém ainda há muitos Pokémon no mundo para serem descobertos."
"Um Pokémon não indentificado..."
Todavia logo Satoshi voltou à sua consciência. Ele trouxe Satoshi para perto de si.
"Nós precisamos tratar seus ferimentos imediatamente. Espera um pouco. Espere até que alcancemos Tokiwa City."
Satoshi correu pela estrada que levava a Tokiwa City.

(Continua no capítulo 4)

Apêndice do Capítulo 3 

(... se você estiver com pressa, sinta-se livre para pular para o capítulo 4. ... Porém, pode haver algumas informações importantes escritas aqui que ninguém jamais viu antes.)


... Aviso relacionado a Pokémon 1...
Estudo Comportamental de Bestas Portáteis - Condotara Laurence, Professor de Patrão Amazônico da Universidade de Safari

... Interação com Pokémon...
Até agora, houveram muitas mídias descrevendo Pokémon, incluindo anime, filmes e novels. Porém, podemos dizer que nenhuma delas foram capazes de realmente descrever a verdade de Pokémon. Os Pokémon descritos nessas obras são meramente uma interpretação humana de Pokémon.
Para usar uma palavra chique, eles são Pokémon antropomorfizados.
E assim, isso pode parecer duro, mas Pokémon são vistos de uma maneira que é conveniente para humanos.
Pokémon são frequentemente vistos com várias expressões... Felizes, chorando, com raiva, etc. Mas, isso é apenas como um humano os percebe, porém de sua própria perspectiva... Ou melhor, já que eles são Pokémon, não pessoas, Pokélly seria talvez uma palavra melhor pessoalmente? (Audiência, gargalhada educada) ... Mas eu disgresso, o ponto sendo que nós não podemos perguntar diretamente sobre seus sentimentos.
Para começo de conversa, há Pokémon com temperamentos agradáveis que parecem compreender a fala humana, mas nós não podemos ter certeza de que eles verdadeiramente entendem, como não podemos perguntar a eles pessoalmente... Pokélly.
Infelizmente, nossa pesquisa não chegou no ponto onde nós podemos decifrar a fala de um Pokémon. Ah, e não é certo se os Pokémon ou se comunicam entre eles através da fala, ou por alguma outra forma de transporte de informação.
E levando o recente Pokémon boom em conta, isso é algo que os pesquisadores Pokémon, treinadores Pokémon, donos de Pokémon domésticos e qualquer um envolvido com Pokémon deveria reconsiderar seus pensamentos sobre o assunto.
A verdade é que nós não sabemos nada sobre os pensamentos, sentimentos ou ações dos Pokémon que nós nos associamos com.
É como o conto da Formiga e da Cigarra. Eu tenho certeza de que muitos de vocês estão acostumados com esse antigo conto. É o conto de uma formiga trabalhadora e uma cigarra adoradora de diversão que passa todos os seus dias cantando. Todavia, foram os humanos que decidiram que a formiga era trabalhadora. A formiga em si pode não se considerar trabalhadora. Da mesma forma, o inseto conhecido como cigarra pode não estar cantando pela diversão. Ele pode até não considerar seus sons como uma música. São humanos que pensam que ele é um tipo de fã de karaokê que se recusa a deixar o microfone.
Os animais conhecidos como cachorros, são frequentemente ditos como grandemente fieis com humanos. Os animais conhecidos como gatos, são frequentemente ditos serem temperamentais. Agora espere um minuto. Todos esses são meramente baseados na percepção humana.
Talvez pela perspectiva do cachorro, humanos são um animal fiel que os trazem comida.
Falando de cachorros, há muito tempo, houve a lenda do cachorro fiel Hachiko.
O cachorro Hachi ia para a estação todos os dias para se encontrar com seu dono.
O homem faleceu, mas mesmo assim, ele continuou a esperar, e esperar, e esperar fora da estação para que seu dono voltasse, até o dia em que ele morreu.
E aí, as pessoas pensaram.
Hachiko esperou pelo seu dono até morrer.
Que cachorro incrivelmente fiel.
O conto deixou muitos donos de bichos de estimação chorando.
Como resultado, eles tiveram uma estátua de bronze do cachorro erguida na frente da estação.
Mas, temos certeza de que Hachiko estava esperando por seu dono?
Isso pode ser meramente a interpretação de humanos de que o cachorro estava lá esperando por seu dono.
É possível a razão de que Hachiko foi para a estação por conta de um vendedor de comida deliciosa ou a presença de uma cadela fofinha.
Pode até ser isso como um cachorro, ele pode ter tido uma razão de cachorro especial que pode ser apenas entendida usando a lógica de um cachorro.
De qualquer maneira, já que humanos não podem falar com cachorros, não há uma maneira de claramente definir suas razões.
Eu posso estar chovendo em seu desfile por arruinar uma história tão boa, mas o ponto que eu estou tentando fazer é que fazer suposições sobre as ações de um animal baseado na lógica humana pode ser perigoso.
Cães coexistiram com humanos desde os tempos antigos. Isso é um fato indisputável. Porém, com isso dito, determinar se eles eram ou não amigos para a humanidade ou "funcionários" fieis para a humanidade é menos que certo.
Até humanos que podem se comunicar através de palavras recorrem a trair um ao outro. Eles podem mentir. Assim sendo, mesmo em uma conversa você pode ter menos entendimento dos pensamentos do seu parceiro do que você tem como um cachorro.
Provavelmente, a razão para cachorros terem se associado com humanos desde tempos antigos é simplesmente devido a alguma lógica de cachorro especial... É uma boa maneira de pensar.
Eu posso estar parecendo que eu estou repetindo o que já disse, mas eu direi novamente.
Quando interagindo com outras criaturas, nós não podemos dar nenhuma hipótese sobre eles baseando-se nos nossos próprios princípios humanos.
Atualmente, acima de treinadores Pokémon e donos de Pokémon exóticos, houveram vários incidentes que resultaram de "fazer coisas com seus Pokémon".
Exemplos de tais violações de senso comum incluem, ser eletrocutado quando tentando tomar banho junto a um Pikachu temperamental. Ou ser bicado por seu Poppo quando você o solta para algum yakitori. (Audiência, risada forçada)
Você pode estar rindo, mas esses são alguns incidentes comuns que acontecem.
Os donos então ficam com raiva dizendo "Eu apenas queria que meu Pikachu ficasse limpo. Mas logo que eu estava pelado ele me traiu." ou "Eu apenas quis dar algo gostoso para o Poppo, mas ele não entendeu." E então, em um ataque de raiva os Pokémon são abandonados. Como resultado, há países em que o número crescente de Pokémon perdidos está se tornando em um problema. Quando na realidade, o dono que foi o culpado.
Colocando de lado essa coisa sem sentido, há também instâncias onde Pokémon perversos machucaram ou até mataram seus donos. Por mais que eles estão frequentemente não querendo admitir devido à vergonha, de acordo com registros inéditos, 86% dos treinadores Pokémon sofreram lesões causadas por seus próprios Pokémon.
Muitos desses incidentes ocorrem devido à arrogância humana de pensar "É meu Pokémon, então ele deve fazer qualquer coisa que eu disser."
Esses erros quase sempre surgem como resultado de noções preconcebidas que eles têm de descrições de Pokémon em anime, filmes e novels.
Pokémon não são criaturas que existem simplesmente para conveniência humana.
Pokémon são Pokémon. Eles têm várias formas de vida nesse mundo.
Pokémon selvagens em particular são especialmente imprevisíveis.
As pessoas precisam acordar do sentido de segurança que eles sentem capturando ou domesticando Pokémon selvagens, e guardem esse aviso do Estudo Comportamental de Bestas Portáteis.

... Extraído de uma lição especial na nonagésima nona Conferência Acadêmica Internacional de Bestas Portáteis

Nota #1) A fala do Professor Condotara Laurence criticando o Pokémon boom é uma opinião minoritária e é desconsiderada em grande medida. A maioria dos acadêmicos na conferência estavam ansiosos para a pesquisa de um recentemente novo Pokémon descoberto.

... Analista Pokémon que assistiu a nonagésima nona Conferência Acadêmica Internacional de Bestas Portáteis em uma TV de satélite
Extraído de uma nota reflexiva por Masaki Sonezaki

Nota #2) A novel "Pocket Monsters" talvez pode ser considerada como uma obra que vê Pokémon em uma forma conveniente para humanos.
Todavia, eu não irei revidar as acusações de Professor Laurence. Essa novel não é escrita por Pokémon ou para Pokémon, é escrita por um humano para humanos.
É somente natural que eu tenho que escrevê-la de uma forma que humanos irão entender.

... Extraído de uma mensagem não publicada do autor de "Pocket Monsters" para Professor Condotara Laurence

Notas de Tradução

*: "Eu disse a verdade, não o dente". Em Japonês, Satoshi perguntou Pikachu para falar (hanashi) com ele, Pikachu interpretou isso como "sem dente" (ha nashi).

*: "Namonashi" literalmente significa "sem nome", porém ele foi escrito em katakana da mesma forma que nomes próprios nessa série são. Sendo assim, está sendo tratado como um nome próprio aqui.

*: Lago Kutcharo é um lago no norte de Hokkaido. O equivalente de Sinnoh para ele em Diamond & Pearl é o Lago Eichi (Lago Acuity). Curiosamente, Kussie deveria na verdade viver no Lago Kussharo no oriente de Hokkaido, equivalente do Lago Risshi (Lake Valor) em Sinnoh.

*: Lago Biwa é o maior lago de água fresca no Japão. É o equivalente ao Lago da Fúria (Lake of Rage) em Johto. Biwahoussie não é um verdadeiro monstro do lago pelo o que eu posso dizer e é um trocadilho bobo em Biwa Houshi, que são monges tocadores de alaúde.

*: Hachiko o cão realmente existiu, seu dono Hidesaburo Ueno era um professor na universidade de Tokyo que faleceu durante uma aula em 1925 depois de uma hemorragia cerebral. Hachiko esperou por ele na Estação Shibuya por quase 9 anos, falecendo em 1935.

*: whooper = técnica de pescaria.

Tradução Original: https://pokemonthenovel.dreamwidth.org/2269.html