domingo, 15 de outubro de 2017

Terceiro Capítulo: Onisuzume no Dia de Partida [Terminologia Japonesa]

Satoshi trocou seus pijamas e começou sua jornada, carregando sua mochila.
Entretanto, as coisas estavam duras já no começo.
A colina com uma vista para Masara Town que normalmente tomaria trinta minutos para subir tomou duas horas de Satoshi. O fato de que o sino da escola fundamental acabara de tocar para significar o fim do dia de escola provou isso.
O fato de que ele ainda podia ouvir o sino da escola da praça da cidade indicava o fato de que ele não havia ido muito longe. Ele estava indo tão devagar que se comparado a velocidade dele com a de uma tartaruga, um Zenigame provavelmente ligaria para reclamar.
A razão para isso era a completa falta de cooperação de Pikachu.
Ele não só não entraria em uma Monster Ball, mas ele também recusava-se a seguir Satoshi.
Em ordem para forçar Pikachu, que recusou-se a dar um único passo, a vir com ele, Satoshi não havia outra opção a não ser criar uma trela usando seu varal.
Ele estava usando as luvas de cozinha de borracha para se proteger dos choques elétricos e puxando duro a linha, não era um sinal muito digno.
Preso andando com um Pokémon que não ouviria uma palavra sequer do que seu mestre dizia.
No topo da colina Satoshi respirou de forma ofegante e decidiu tentar comunicação com Pikachu de novo.
"Um. Pikachu. Você vai ficar sendo assim o caminho inteiro?"
Pikachu se virou com mau humor.
"Você realmente me odeia tanto?"
Pikachu educadamente assentiu duas, três vezes.
"Eu gosto de você."
Pikachu fingiu que estava ignorando Satoshi e arranhou sua cara com seus antebraços.
"De qualquer maneira, você é o Pokémon que eu estou treinando agora. Você pode apenas abrir sua boca e me deixar saber a verdade?"
Pikachu mostrou seus dentes.
"Uh... Você irá me morder com esses dentes?"
Satoshi fez uma pose defensiva enquanto Pikachu balançava sua cabeça e apontava a seus dentes.
"Eh? Ah... Você está mostrando que você tem dentes?"
Pikachu assentiu.
"Ah, eu disse a verdade. Não o dente.* Você não quer falar?"
Pikachu assentiu com uma expressão que parecia dizer ... Finalmente, o idiota entendeu...
"Eu não me sinto querendo transformar isso em um sketch humorístico. Então que tal você agir como um verdadeiro Pokémon e entrar na Monster Ball? Como é dito no Guia de Campo Pokémon."
Satoshi sacou o Guia de Campo Pokémon, havia um sensor parecido com os interruptores de um controle remoto de TV.
Quando apontado a um Pokémon, ele mostraria uma descrição do Pokémon em questão na tela.
Era um item essencial dado a todos os candidatos a treinadores pegando seus primeiros Pokémon de um laboratório oficial.
Satoshi apontou o Guia de Campo Pokémon a Pikachu e leu do mesmo.
"Pikachu, uma espécie de Pokémon que comumente vive em florestas e come berries, eles têm uma disposição gentil, são incrivelmente inteligentes, são incrivelmente charmosos..."
Satoshi deliberadamente enfatizou as palavras como gentil e charmoso.
Pikachu... simplesmente assentiu como se tudo fosse completamente óbvio.
"Tudo isso aqui está descrevendo sua espécie..."
Satoshi parou no meio do caminho quando ele alcançou a passagem que queria para discutir com Pikachu.
"Ah, olhe para isso, está escrito aqui... um Pokémon que se dá muito bem com seus donos. ... Vê? Isso é o comportamento típico de um Pokémon, então você deveria agir de acordo."
Pikachu pressionou um botão no topo do Guia de Campo.
A tela mudou. Era um provérbio no apêndice da enciclopédia.
"Hm?"
Satoshi o leu.
"Toda regra tem suas exceções. Isso é uma regra que governa todas as regras."
Pikachu apontou a si mesmo.
"Então sempre terá ao menos um Pikachu que não irá ouvir o que seu dono disser."
Satoshi murmurou. ...Está certo! Pikachu inchou suas bochechas tendo ultrapassado esse ponto.
Satoshi chegou à conclusão de que qualquer outra discussão não iria a lugar algum.
"Tudo bem. Deveríamos nos dar bem o máximo que pudermos. Vamos acabar com essa coisa sem sentido."
Satoshi desamarrou a linha ao redor do pescoço de Pikachu, retirou suas luvas de borracha e ofereceu sua mão para um aperto de mãos.
... Tarde demais ... pareceu ser a reação de Pikachu baseando-se no mal-humorado "Hmph!" que ele fez.
"Se você não quer um aperto de mãos, então que tal isso?"
Satoshi ofereceu seu dedo indicador.
Ele lembrou-se de um filme que sua mãe Hanako o mostrou em um vídeo, que a deixara em lágrimas.
Era uma história envolvendo um alien e um garoto que ganharam uma conexão ao apertarem seus dedos indicadores juntos. Na visão infantil de Satoshi era apenas um filme bobo para fazer garotas chorarem, mas ele estava aceitando fazer qualquer coisa para começar a se dar bem com Pikachu nesse ponto.
Porém Pikachu, obviamente nada acostumado com filmes antigos, apenas se virou em um mau humor...
"É, essa foi uma ideia besta... Não irá funcionar que nem funcionou com o alien."
Pikachu encolheu seus ombros como se ele afirmasse que era óbvio.
Repentinamente, naquele momento.
Os olhos de Pikachu imediatamente fixaram-se em um ponto na grande mata.
Ele completamente ignorou a presença de Satoshi para encarar atentamente aquele lugar.
"Hm? Tem algo ali?"
Olhando para Pikachu separando a grama, ele notou o pequeno Pokémon pássaro Poppo, que estava se movendo enquanto picava o chão.
Estava provavelmente procurando por algo para comer.
Mesmo assim, ele foi a frente e apontou o sensor do Guia de Campo Pokémon nele.
A descrição no display era o seguinte...
"Poppo... Pequeno Pokémon pássaro que voa... Entre todos os Pokémon que voam, é o mais gentil e fácil de capturar. Um dos melhores Pokémon para um treinador iniciante testar suas habilidades em..."
"Nesse caso... Certo, Pikachu. Vamos pegá-lo!"
Em ordem para pegar um Pokémon, você primeiramente precisa que seu próprio Pokémon deixe-o fraco na batalha antes de capturá-lo em uma Monster Ball.
Esses são os básicos de capturar um Pokémon.
Todavia, ao perceber que seu Pokémon era um Poppo, Pikachu decidiu deitar e relaxar ao invés.
"Pikachu, o que você está fazendo?"
Pikachu, irritadamente, pressionou um botão no Guia de Campo Pokémon de Satoshi.
Ele transmitiu outro provérbio.
"Um Pikachu sábio não gasta sua eletricidade... Isso significa que os fortes preferem não pegar batalhas sem sentido com os fracos... Esse provérbio é também conhecido por ser usado por empresas de energia durante campanhas de conservação."
Pikachu... assentiu concordando com isso.
"Então você não irá lutar?"
Pikachu fingiu ignorância.
"Por que não?"
Como se dissesse... cale-se..., Pikachu subiu em uma árvore próxima e espreguiçou-se.
"Entendido. Eu entendo agora. É assim que é. Certo. Se isso é como você será, eu vou pegá-lo eu mesmo. Me tornar um treinador Pokémon é meu sonho. Certo, eu me tornarei o Mestre Pokémon supremo... É. Eu declararei isso a todos os Pokémon do mundo. Eu decidi. Eu irei me tornar o melhor Mestre Pokémon."
Satoshi estava gritando mais a si mesmo do que a Pikachu.
"Se eu não conseguisse capturar nem ao menos um único Poppo por conta própria, então eu também posso... É!"
Satoshi assentiu a si mesmo e derrubou sua mochila no topo da árvore.
Ele girou seu presenteado boné Pokémon, cujo ele havia ganhado da Pokémon Comic... e agarrou uma Monster Ball em sua mão.
"Essa é minha primeira tacada ceremonial!"
Ele segurou-a alto. Levantou sua perna de forma alta no ar.
"Poppo, você é meu agora... Monster Ball. Vai!"
A Monster Ball foi liberada de seus dedos.
Era um tiro certo, ele estava confiante em seu controle.
Nos jogos de beisebol da escola,  suas tacadas eram tão controladas que elas sempre terminavam bem no centro levando a nove acertos consecutivos e uma mudança.
"Meus "centros" nunca falham!"
Era perfeito. Seu alvo estava "morto".
"Peguei..."
Satoshi começou a dizer "Te peguei".
Mas... a Monster Ball acertou Poppo, deixou algo lembrando fumaça e caiu no chão.
Poppo nem se mostrou surpreso pela tentativa de captura.
"Poh", ele simplesmente bocejou.
"Por quê... aquilo não funcionou?"
O Guia de Campo Pokémon mostrou uma nova informação...
"Use Monster Balls depois de enfraquecer... Monster Balls devem ser usadas em Pokémon quando eles estão cansados ou fracos. Usar uma Monster Ball contra um Pokémon que não foi enfraquecido é largamente inefetivo."
Satoshi murmurou para si mesmo enquanto ele ia para coletar a derrubada Monster Ball.
"Eu sabia disso, mas..."
"Pipipikachu."
Em cima da árvore, Pikachu gargalhou subitamente, agarrando seu estômago.
Satoshi rangeu seus dentes.
"Caramba Pikachu! ... Que você aguarde, aguarde e verá, eu vou, eu irei dar a última gargalhada! ... Hm?"
Satoshi passou a perceber sua mochila no topo da árvore.
"Certo. Deixe-me pegá-la..."
Ele não estava falando de Pikachu. Ele teve uma ideia.
Satoshi tirou seu pijama queimado de sua mochila.
Ele então passou a espiar o Poppo deitado na grama.
"Fique beeeem aí, não tenha medo."
Kss... Os passos de Satoshi agitavam a grama.
... O quê?... Poppo encarou Satoshi.
"Ah... Oi."
... Quem?... "Poppo?" ... Poppo piou enquanto inclinava sua cabeça.
"Agora! Me desculpe!"
Ele saltou em cima do Poppo com seu pijama aberto.
Poppo estava dentro do pijama.
"Certo! Poppo! ... Peguei"
Satoshi estava prestes a dizer "Te peguei" mais uma vez.
Com um som parecido com o de um ventilador elétrico, o pijama começou a inflar.
"Ah... O quê... O que está acontecendo?"
Como confirmado pelo Guia de Campo um pouco tarde... Era o ataque especial de Poppo, Gust.
O pijama levantou-se flutuando, liberando uma forte nuvem de poeira das asas.
Era um ataque especial conhecido como um ataque de areia.
Os botões voaram do topo do pijama e ele explodiu como um balão estourado.
Satoshi estava coberto pela areia.
"Poppo. Poppo."
Poppo riu com zombaria do Satoshi coberto de areia no topo da árvore.
Ele estava acostumado a ver um Poppo saindo de um relógio para anunciar as horas, mas...
"Eu acho que um Poppo de verdade não é como o que fica em um relógio Poppo."
Sem nem ao menos olhar para o Guia de Campo Pokémon, Satoshi lembrou-se de um certo provérbio.
... Um Poppo na mão vale dois no arbusto...
Esse dia inteiro não fora nada além de um desastre atrás do outro, e pareceu que ele terminaria em uma nota amarga.
Mas Satoshi não possuía tempo para reclamar.
Algo terrível havia acontecido à sua mochila deixada no topo da árvore.
Em um certo ponto, um pequeno Pokémon havia começado a espiá-la e comer o que havia dentro dela.
Satoshi espantou-se em um instante.
Porém, a mochila já estava em farrapos.
"Ah, qual é."
Pikachu, olhando para baixo no topo da árvore, simplesmente encolheu os ombros indiferentemente.
"O que foi isso...?"
Satoshi apontou seu Guia de Campo Pokémon ao pequeno Pokémon, ainda observando-o da grande mata.
"Um Koratta selvagem. Um Pokémon rato de floresta... Ele gosta de nozes duras e queijo..."
"Espera um pouco, isso não é uma floresta. É um campo aberto." Satoshi contestou à explicação do Guia de Campo.
"Eles ocasionalmente vêm para campos para roubar comida de viajantes estúpidos."
"Es... estúpido, eu?"
... Isso mesmo ... Pikachu assentiu concordando com aquela declaração.
Poppo também zombou dele, puxando sua cabeça para fora da grande grama para rir, poppopoppo, soando como um relógio.
Pareceu que esse Poppo ficaria longe de suas mãos e no arbusto.
"Uuurgh... Eu vou pegá-lo por isso!"
Perdendo sua calma, Satoshi pegou uma pequena pedra e lançou-a em Poppo.
Mas ele errou.
Nem o controle de alvo de Satoshi era sempre perfeito.
Satoshi estava realmente estressado agora.
"Você não sairá impune disso!"
Ele correu atrás dele dentro da grande mata.
Poppo, em zombaria, apenas voou.
"Tch... Como chegou a isso... Hm?"
Dentre a grande mata, ele viu outro Poppo encarando-o de longe.
Ele não notou Satoshi.
"Certo! Vou pegá-lo desta vez."
Satoshi arremessou uma pequena pedra.
Konk! O som ecoou enquanto a pedra, certa em seu alvo desta vez, pegou-o bem na cabeça.
"Oh yeah! Toma isso!"
Um grande roxo inchou na cabeça de Poppo.
Entretanto, o Poppo virou-se e... algo não estava certo. Para falar a verdade, esse Poppo não era um verdadeiro Poppo.
Ele tinha olhos malvados, um bico afiado... E seu choro...
"Gwagyah!"
"Gwagyah... Espera, o quê."
Satoshi apontou seu Guia de Campo Pokémon nele.
O Guia de Campo Pokémon transmitiu a informação do Pokémon.
"Onisuzume... Também um pequeno Pokémon pássaro, mas diferente de Poppo tem tendências violentas. Irá comumente atacar tanto humanos quanto outros Pokémon..."
"Ele ataca humanos? Ah..."
Onisuzume já tomou voo e estava alvejando nele.
"Hieh..."
Satoshi acobertou sua cabeça e correu de volta para a árvore onde Pikachu estava.
O Onisuzume arrancou a manga de Satoshi enquanto alvejava. Mas ele ainda não havia desistido dele.
Aí está! Onisuzume estava indo diretamente a Satoshi agora.
Entretanto, ele repentinamente mudou a trajetória de seu alvejo.
Ele havia mirado seu olhar para Pikachu em cima da árvore.
Onisuzume havia mudado seu alvo e estava atrás de Pikachu.
"Eh?" "Pika?" Satoshi e Pikachu estavam ambos surpresos por essa mudança de eventos.
Pikachu esquivou instintivamente, desviando o ataque de Onisuzume por pouco.
Onisuzume virou-se no ar e foi até Pikachu mais uma vez.
Pikachu sinalizou uma pose de "não" com suas pernas dianteiras. ... Calma, eu não estou querendo batalhar ... Ele tentou explicar enquanto ele desviava.
Mas Onisuzume fora persistente e continuou a alvejar nele de novo e de novo.
Satoshi olhou para o Guia de Campo Pokémon.
"Fui eu quem ataquei a pedra no Onisuzume. Por que ele está atacando Pikachu?"
Ele apontou o sensor do Guia de Campo Pokémon a Onisuzume e o display explicou...
"Pokémon selvagens têm tendência a mostrar mais hostilidade quanto a Pokémon treinados por humanos do que a humanos por si só."
"Não pode ser... Então..."
Satoshi chamou o Onisuzume.
"Afaste-se! Pikachu não tem nada a ver com isso. Eu joguei a pedra em você."
Porém, nesse ponto Onisuzume não havia interesse algum em prestar atenção nele.
Estava focado em apenas atacar Pikachu.
O bico de Onisuzume arranhou o ombro de Pikachu.
Pikachu perdeu sua posição na árvore.
O bico de Onisuzume fechou-se no Pikachu caindo.
Pikachu estava bem longe do empalhamento.
... Ele estava sem opções agora.
Pikachu girou no meio do ar enquanto ele caia para defender-se.
A única maneira de defender-se no meio do ar seria batalhar.
Onisuzume instintivamente vacilou.
"Pikachuu!"
Relâmpago brilhou.
Um golpe.
Onisuzume caiu de volta na grama.
"Certo..."
Satoshi correu até Pikachu que havia acertado o chão.
Mas Pikachu apenas balançou sua cabeça.
Ele encarou o local onde o Onisuzume caiu.
Repentinamente, o Onisuzume ressurgiu, sua cara queimada na cor preto.
Ele apontou sua asa a Satoshi e Pikachu.
"Gwagyah."
Ele deu um grito alto. Na linguagem do Onisuzume, isso provavelmente significou algo como "Peguem-nos!".
Após o grito de sinal, a grama sacudiu e eles levantaram-se.
Isto é, um grande bando de Onisuzume.
Seu número era... quase incontável. Havia muitos deles.
Só o som de suas asas batendo era mais alto que uma brigada de motociclistas acelerando seus motores na praia no fim de semana.
Se tivéssemos que nos prender a compará-los com apenas coisas voadoras, eles provavelmente também seriam mais altos que uma frota de helicópteros.
A mandíbula de Satoshi caiu... Porém, quando ele finalmente encontrou sua voz ele perguntou algo para Pikachu.
"Fugir?"
"Pikachu..." Pikachu mal ruiu sua resposta.
Não havia uma verdadeira necessidade de traduzir a resposta de Pikachu aqui.
Esta era a primeira vez em que Satoshi e Pikachu haviam concordado em algo desde a primeira vez em que eles se encontraram.
Eles então assentiram em uníssono enquanto eles viravam-se e corriam.
Como se estivessem sugerindo, os Onisuzume começaram a persegui-los.
Seu alvo era, é claro, Pikachu.
Pikachu e Satoshi correram e correram.
Enquanto eles corriam, parecia que eles estavam passando um monte de outros Pokémon.
Mas Satoshi não tinha tempo para pegar o Guia de Campo Pokémon e apontar neles dizendo...
"Ah... Isso é..."
O que era natural levando em conta sua atual situação.
Correndo, correndo. E correndo um pouco mais enquanto correndo.
Enquanto o líder dos Onisuzume era grande para começo de conversa, amigos chamaram mais amigos, continuamente aumentando sua classificação.
Nesse ponto, ao invés de um grande grupo, eles sentiam que a metade do céu em si estava caçando-os.
Fugindo, fugindo. E fugindo mais um pouco enquanto fugindo.
"Espera um pouco! Pikachu. Eu prometo, eu lhe salvarei!"
O prodígio Satoshi declarou enquanto observando Pikachu.
"Pikachu..."
... Que seja... Pikachu então disparou em frente a Satoshi.
"Ah, eu apenas disse que eu lhe salvaria! Owowow."
A cabeça de Satoshi foi bicada pelos líderes do bando de Onisuzume.
Mas os ataques dos Onisuzume eram mais focados em Pikachu do que em Satoshi.
As bicadas e batidas de asas estavam dando uns ferimentos desagradáveis a Pikachu.
Pikachu mal conseguia continuar de pé.
Mesmo assim, Satoshi e Pikachu correram. E correram. E continuaram a correr enquanto correndo.
Fugindo, fugindo e fugindo um pouco mais... Mas enquanto eles fugiam... Um penhasco apareceu à frente... uma cascata fluindo do mesmo.
Satoshi e Pikachu estavam encurralados na beira do penhasco.
Hesitação, consideração e pensamento... Tempo era curto conforme os Onisuzume fechavam-lhes.
"Bem. Aqui vai."
Satoshi manteu Pikachu perto enquanto ele pulava em direção à cascata.
Satoshi e Pikachu caíram na cascata.
Passando a cascata havia uma bacia de imersão, além da bacia de imersão tinha uma corrente dura que era fortemente desorientador.
Tudo o que Satoshi podia fazer era continuar segurando Pikachu para que eles não se separassem.
Mesmo agarrando palhas, não havia nenhuma palha para agarrar, portanto ele simplesmente se segurou firme ao pequeno Pikachu.
A corrente forte foi enfraquecendo gradualmente e eles foram vomitados em um lago, Satoshi então se sentiu borbulhando cada vez mais profundo dentro d'água.
... O quê... Estou afogando... Nada bom...
Satoshi estava tenso para olhar ao seu redor dentro d'água...
Ele pegou um vislumbre repentino de grandes presas desconhecidas.
Ele não conseguia identificar apropriadamente o Pokémon através da água turva, mas pareceu bem claro que ele considerava Satoshi e Pikachu como nada além de comida.
Satoshi se esforçou para nadar até à superfície para evitar certa morte.
Porém ele possuía apenas um braço livre já que ele ainda estava segurando Pikachu.
Ele não sentia que estava chegando perto de qualquer forma à superfície.
O abismo escuro além das presas estava subindo atrás dele... Ou melhor, era a boca de algo.
Aquele algo ainda estava atrás de Satoshi e Pikachu.
"Hieh...!"
Satoshi lutou furiosamente.
Ele pegou algo com a ponta de seus dedos.
Era como um fio brilhante.
Contanto que fosse algo para ele se segurar, ele aceitaria até o fio de um Pokémon aranha.
Pegue-o, pegue-o. Contanto que seja algo para se segurar, vá até isso.
Satoshi enrolou o fio em volta de sua mão e segurou firme.

***

Uma garota solitária sentada perto do lago com uma vara de pescar.
Ela era quase da mesma idade que Satoshi.
A garota estava nesse lago, Lago Namonashi*, para tentar e capturar um Pokémon misterioso cujo rumores dizem que vivem nele.
Quase todo lago haveria lendas sobre Pokémon misteriosos vivendo por lá. Algumas instâncias famosas incluiriam Monstro do Lago Ness, Kussie do Lago Kutcharo ou Biwahoussie do Lago Biwa. Nesse lago, havia Namonassie.
Era impossível afirmar se tal Pokémon havia sim ou não existido, é possível que alguém confundiu algum outro Pokémon por ele, entretanto descobrir a verdade você mesmo é parte da diversão.
Em sua jornada, a garota havia ouvido sobre um lago próximo e veio acampando por três dias com sua vara de pescar. Até então, ela não foi capaz de capturar nada notável. Mas ainda assim, se você não colocar uma linha para baixo você definitivamente não capturará nada, a lenda do Pokémon misterioso mantinha um ar ou romance para si. Pescar era uma aventura romântica para a garota.
Tudo que ela havia capturado hoje eram pequenos Pokémon peixes como Koiking... Era quase pôr do Sol e ela estava prestes a começar a se preparar para ir embora.
O flutuador na vara de pescar da garota começou a ir para cima e para baixo.
"Hm? Veio. Está aqui. Este é um dos grandes..."
Conforme ela ia puxando a linha, ela ia aprendendo rapidamente o quão grande a captura era.
"Talvez seja mesmo Namonassie... Oof."
A garota riu para si mesma enquanto ela cronometrava como enrolar certinho.
Pescaria é tudo sobre cronometragem. Se cronometrado de forma correta, então até uma garota de dez anos de idade pode enrolar um whooper*.
Além disso, esta era uma garota que havia chegado até a classificação quatro de um concurso de pescaria para meninos e meninas por três anos consecutivos. Ela era mais que capaz de enrolar um Pokémon mais pesado que o peso de seu próprio corpo.
"Agora!"
A menina havia escolhido a cronometragem para aterrisá-lo.
Ela soltou um grito feroz. E uma surpreendentemente força superhumana para ir junto dele.
E com um respingo de água, Satoshi foi pescado.
"O quê. Um humano, huh... Isso é pior que um pequeno peixe."
Tendo sido presa ao sonho de capturar um Pokémon misterioso, a garota pareceu meio desinteressada no mistério do por que ela tinha capturado um humano.
Mesmo assim, ela logo notou o Pikachu que Satoshi estava segurando.
"Oh? Isso é um Pokémon..."
Tendo sido picado pelos Onisuzume, Satoshi estava coberto de feridas.
"Que ferimentos desagradáveis... Você está bem?"
Entretanto, Satoshi havia tido seu corpo inteiro picado pelos Onisuzume.
Ele confundiu a preocupação da garota achando que era para ele.
Satoshi agradeceu-a.
"Obrigado, você me salvou, eu..."
"Não você."
A garota repentinamente deu um tapa na bochecha de Satoshi.
"Qual o seu problema?"
"Essa é a minha fala. Por que seu Pokémon está nessas condições? Essa pobre coisa..."
A garota olhava para Satoshi enquanto gentilmente alisava a cabeça de Pikachu.
"Você acha que isso é por minha culpa? ... Olha, eu estou em má forma aqui também..."
As costas de sua jaqueta havia sido rasgada em pedaços pelos ataques dos Onisuzume.
"Não argumente comigo, ele precisa de tratamento médico o mais rápido possível. Não é tão longe daqui..."
A garota sacou um mapa de seu bolso e definiu o local.
"Há tratamento médico disponível no Centro de Tokiwa City..."
"Há um hospital?"
"Não para você. Um hospital Pokémon."
"Ah... eu entendo... Então... Para que lado é Tokiwa City?"
"Aquele lado."
A garota apontou para um caminho direto dentro da floresta.
O momento havia chegado. Do além do lago, aquele barulho horrível soou.
O som das asas batendo dos Onisuzume. O pôr do Sol no oeste estava coberto pelo rebanho gigante de Onisuzume como uma nuvem. Seus números eram tão incríveis que o ar por si só tremeu, ondas formadas na superfície da água no lago.
As ondas borbulhantes gradualmente fecharam-se.
"Hey? Você vê isso?"
Satoshi perguntou à garota.
"É, eu vejo."
Ela assentiu.
"Claro que tem muitos deles."
"Deveríamos correr?"
"Não é meu problema."
"Bem, é o meu. Eles pegaram um rancor contra mim."
"Nesse caso, é melhor você começar a correr."
"É. Eu deveria fazer isso."
Satoshi percebeu a bicicleta perto da garota.
Satoshi colocou Pikachu dentro da cesta da bicicleta e andou sobre ela.
"Estou pegando isso!"
"Ah... Essa é minha bicicleta..."
"Eu a darei de volta para você algum dia."
Ele deixou essas palavras para trás enquanto ele começava a pedalar. E ele disparou. Velocidade máxima para baixo do caminho em frente.
"Minha bicicleta... Como eu voltarei sem ela... Ugh, espere!"
A garota correu atrás de Satoshi.
Mas não tinha uma maneira de ela continuar com ele em uma bike.
A massa de Onisuzume passou pela cabeça da garota.
"Impossível."
A garota foi jogada longe pela força absoluta gerada por suas asas batendo.
O líder dos Onisuzume não ligou para a garota enquanto eles perseguiam a bike.
O único interesse deles era em Pikachu e Satoshi.
Mas com um rebanho tão grande, era mais que provável que a bike da garota se tornaria em efeito colateral.
A garota ficou pálida ao imaginar sua bike sendo destruída.
"Espera, um segundo."
A garota falou para o Onisuzume desaparecendo na distância.
"Ei, a minha bike é inocente no meio disso tudo! Melhor vocês não causarem-na um dano sequer!"
A garota ficou cada vez mais irritada.
... Seriamente, aquele idiota... Como ele pôde deixar um Pokémon tão fofo como aquele terminar daquela forma. Então ele rouba a minha bike sem nem ao menos perguntar... Na próxima vez que eu o ver, ele irá pagar... Ugh, seriamente, eu tenho a maior má sorte com homens... Eu não irei perdoá-lo...
Deixe-me lembrá-lo, essa garota que há uma baita má sorte com homens ainda tem dez anos de idade.

***

No caminho da floresta, Satoshi e Pikachu ainda estavam acelerando na bicicleta.
"Espera aí! Nós estamos quase em Tokiwa City!"
Na cesta, Pikachu estava se esforçando para respirar enquanto ele olhava para Satoshi.
Os ferimentos que o Pikachu levou dos Onisuzume eram piores do que primeiramente pareciam, ele mal conseguia mover um músculo.
Um relâmpago brilhou atrás das montanhas na distância.
Gota de gotejamento, gotas de água caíram da bochecha de Satoshi. Estava chovendo. O som de trovão soou.
Mas, alto ainda era o som das asas batendo dos Onisuzume. Normalmente, pequenos Pokémon pássaros não estariam voando na chuva. Entretanto, os Onisuzume estavam tão dispostos em caçar Pikachu e Satoshi que pareceu que eles não haviam nem notado a chuva.
A chuva logo se tornou em uma aguaceira feroz.
Mesmo assim, os Onisuzume não parariam seu ataque.
Como se estivesse se tornando um com a chuva, os Onisuzume começaram a alvejar e atacar.
A trilha havia se tornado em lama, as alças da bicicleta haviam ficado escorregadias e difíceis de agarrar.
Com nuvens escuras e os Onisuzume ao redor deles, o céu pareceu um bréu.
Com grandes gotas de chuva atacando, a trilha à frente era mal visível. Com um rugido de trovão, os ataques dos Onisuzume ficaram ainda mais ferozes.
As rodas deslizaram. Ele perdeu o equilíbrio. E caiu.
Satoshi e Pikachu foram jogados da bike enquanto eles desabavam.
"Como chegou a isso!?"
Por que as coisas acabaram terminando assim?
Satoshi esmagou seu punho em uma poça de lama.
Ele estava meio irritado e meio triste.
E não era só porque ele tinha caído da bicicleta.
O relógio de alarme quebrado. Chegando tarde. Aquele Shigeru babaca. Não tendo nenhuma escolha para meu Pokémon. Pikachu se recusando a entrar na Monster Ball. O Poppo zombando de mim. Koratta. Ser bicado pelos Onisuzume, quase afogando dentro d'água, quase sendo comido por um monstro Pokémon louco, levando um tapa na cara por uma garota aleatória e agora, finalmente, eu estou caído em uma poça de lama.
Por que hoje teve que ser um dia como esse?
Você tem uma ideia do quão eu estava ansioso para esse dia?
O dia em que eu sai de casa para me tornar um treinador Pokémon... o dia em que eu sonhei.
Não era para ser desse jeito.
Satoshi continuou a dar socos na lama novamente e novamente.
Neste momento, um raio brilhou.
Ele viu Pikachu deitado no chão antes dele.
"Eh...? Pikachu?"
O corpo de Pikachu estava meio submergido na água lamacenta, ele mal conseguia respirar.
Satoshi pegou Pikachu em seus braços.
"Pikachu! O que está acontecendo?"
"Pikachu..." ele disse em uma voz doce, quase que um suspiro.
"Não pode acabar assim!"
Olhando para cima, os Onisuzume estavam esperando pelo sinal para começarem um ataque completo.
Um Onisuzume com a cabeça queimada gritou. Era o Onisuzume que havia sido originalmente eletrizado pelo Pikachu. Pareceu que ele estava comandando o ataque. O rebanho inteiro de Onisuzume se moveram para atacar.
Tendo todos esses bicos mergulhados para bicá-los de uma vez, Satoshi e Pikachu seriam mortos com certeza.
Satoshi pensou no que ele poderia fazer, antes de fazer sua decisão.
Satoshi pegou uma Monster Ball e mostrou-a para Pikachu.
"Pikachu... entre."
Pikachu olhou para Satoshi.
"Você deve entrar." Satoshi declarou claramente.
Pikachu olhou para trás e para frente entre Satoshi e a Monster Ball.
"Eu sei... você odeia entrar... aqui dentro. Mas se você entrar, ao menos você sobreviverá. Então, entre, eu vou tomar conta das coisas a partir daqui."
Satoshi colocou a Monster Ball no chão na frente de Pikachu.
Então ele se virou para gritar para a massa de Onisuzume...
"Ei vocês, vocês sabem quem eu sou? Eu sou Satoshi de Masara Town, o menino que irá se tornar o melhor Mestre Pokémon do mundo! Eu jamais perderei para gente do seu tipo. Eu irei pegar até o último de vocês."
Satoshi se levantou e abriu seus braços.
Os Onisuzume pararam sua carga no meio do caminho como se perguntassem, o que esse idiota está pensando...
"Vocês entendem? Não ousem colocar a mão no Pikachu. Eu sou seu oponente."
Pikachu encarou atentamente as costas de Satoshi.
Satoshi falou com Pikachu atrás dele sem se virar, observando os Onisuzume.
"Pikachu. Entre. Você está dentro... da Monster Ball? Eu espero que você esteja."
Pikachu olhou para trás e para frente entre a Monster Ball e as costas de Satoshi.
"Onisuzume. Você apenas esteve olhando com esses olhos de gavião que nem um pardal cabeça-de-lança, mas o que é mais assustador do que um gavião? Sou eu! Irmãozinho. Venha."
Satoshi balançou sua mão provocativamente.
... Por que você!... Os Onisuzume perderam sua calma.
Pikachu foi surpreendido por Satoshi, ele pensou que ele não era nada além de um grande idiota. ... Mas agora, ele estava na verdade começando a sentir algo por Satoshi.
Pikachu deu mais um relance na Monster Ball.
Ele deu um "sorriso desmaiado".
Pikachu soube o que ele tinha que fazer.
Satoshi abriu ambos braços e gritou.
"Qual é! Seus pardais gritantes."
O líder dos Onisuzume sinalizou para atacar com sua asa.
Os Onisuzume mergulharam diretamente a Satoshi.
Satoshi fechou seus olhos e sussurrou.
"Te peguei..."
Era aquele momento.
"Pikachu!"
Pikachu reuniu todas as suas forças, subiu as costas de Satoshi, foi para seu ombro e para cima de sua cabeça... pulando em direção à massa alvejante de Onisuzume.
Aquele mesmo Pikachu foi então atingido pelo relâmpago.
A combinação do choque elétrico de Pikachu e o choque do raio jogaram longe a chuva caindo.
Os Onisuzume foram jogados longe.
Quando o relâmpago e o ataque elétrico desapareceram... Os únicos que ainda estavam de pé eram Satoshi com seus braços abertos e Pikachu no topo de seu chapéu, também com seus braços abertos. Mas seus corpos estavam maltratados e quebrados...
"Pegou-os?" Satoshi murmurou, perguntando a ninguém em específico.
"Pikachu..." Pikachu assentiu.
Satoshi e Pikachu mantiveram sua postura, seus corpos completamente rígidos, enquanto eles caiam de costas.

***

Água pingou gota por gota das folhas das árvores... brilhando no crepúsculo da noite.
A chuva havia parado.
O desmaiado Satoshi estava finalmente voltando à sua consciência.
A bicicleta caída tinha tido sua forma distorcida por conta da descarga elétrica anterior.
Pikachu tinha entrado em colapso ao lado dele. Satoshi pegou Pikachu em seus braços.
"Pikachu!"
Pikachu abriu seus olhos um pouco.
"Eu... É?"
... Eu serei eu mesmo, eu serei Satoshi, Pikachu será Pikachu, daqui em diante será eu e Pikachu... é? Havia muita coisa que ele queria dizer, mas as únicas duas palavras que ele conseguira falar foram "Eu... É."
Pikachu simplesmente deu um pequeno e único aceno com a cabeça.
Foi nesse momento. Satoshi e Pikachu viram.
Estava voando ao pôr do Sol.
Ele voou majestosamente com suas ótimas asas.
Retroiluminado pelo brilhante e vermelho pôr do Sol, eles conseguiam ver apenas uma silhueta.
Ele "regou" pequenas partículas de luz em cima de Satoshi e Pikachu.
"O que... é isso?"
Satoshi apontou seu Guia de Campo Pokémon nele.
A explicação do Guia de Campo era franca.
"Não indentificado. Era definitivamente um Pokémon, porém ainda há muitos Pokémon no mundo para serem descobertos."
"Um Pokémon não indentificado..."
Todavia logo Satoshi voltou à sua consciência. Ele trouxe Satoshi para perto de si.
"Nós precisamos tratar seus ferimentos imediatamente. Espera um pouco. Espere até que alcancemos Tokiwa City."
Satoshi correu pela estrada que levava a Tokiwa City.

(Continua no capítulo 4)

Apêndice do Capítulo 3 

(... se você estiver com pressa, sinta-se livre para pular para o capítulo 4. ... Porém, pode haver algumas informações importantes escritas aqui que ninguém jamais viu antes.)


... Aviso relacionado a Pokémon 1...
Estudo Comportamental de Bestas Portáteis - Condotara Laurence, Professor de Patrão Amazônico da Universidade de Safari

... Interação com Pokémon...
Até agora, houveram muitas mídias descrevendo Pokémon, incluindo anime, filmes e novels. Porém, podemos dizer que nenhuma delas foram capazes de realmente descrever a verdade de Pokémon. Os Pokémon descritos nessas obras são meramente uma interpretação humana de Pokémon.
Para usar uma palavra chique, eles são Pokémon antropomorfizados.
E assim, isso pode parecer duro, mas Pokémon são vistos de uma maneira que é conveniente para humanos.
Pokémon são frequentemente vistos com várias expressões... Felizes, chorando, com raiva, etc. Mas, isso é apenas como um humano os percebe, porém de sua própria perspectiva... Ou melhor, já que eles são Pokémon, não pessoas, Pokélly seria talvez uma palavra melhor pessoalmente? (Audiência, gargalhada educada) ... Mas eu disgresso, o ponto sendo que nós não podemos perguntar diretamente sobre seus sentimentos.
Para começo de conversa, há Pokémon com temperamentos agradáveis que parecem compreender a fala humana, mas nós não podemos ter certeza de que eles verdadeiramente entendem, como não podemos perguntar a eles pessoalmente... Pokélly.
Infelizmente, nossa pesquisa não chegou no ponto onde nós podemos decifrar a fala de um Pokémon. Ah, e não é certo se os Pokémon ou se comunicam entre eles através da fala, ou por alguma outra forma de transporte de informação.
E levando o recente Pokémon boom em conta, isso é algo que os pesquisadores Pokémon, treinadores Pokémon, donos de Pokémon domésticos e qualquer um envolvido com Pokémon deveria reconsiderar seus pensamentos sobre o assunto.
A verdade é que nós não sabemos nada sobre os pensamentos, sentimentos ou ações dos Pokémon que nós nos associamos com.
É como o conto da Formiga e da Cigarra. Eu tenho certeza de que muitos de vocês estão acostumados com esse antigo conto. É o conto de uma formiga trabalhadora e uma cigarra adoradora de diversão que passa todos os seus dias cantando. Todavia, foram os humanos que decidiram que a formiga era trabalhadora. A formiga em si pode não se considerar trabalhadora. Da mesma forma, o inseto conhecido como cigarra pode não estar cantando pela diversão. Ele pode até não considerar seus sons como uma música. São humanos que pensam que ele é um tipo de fã de karaokê que se recusa a deixar o microfone.
Os animais conhecidos como cachorros, são frequentemente ditos como grandemente fieis com humanos. Os animais conhecidos como gatos, são frequentemente ditos serem temperamentais. Agora espere um minuto. Todos esses são meramente baseados na percepção humana.
Talvez pela perspectiva do cachorro, humanos são um animal fiel que os trazem comida.
Falando de cachorros, há muito tempo, houve a lenda do cachorro fiel Hachiko.
O cachorro Hachi ia para a estação todos os dias para se encontrar com seu dono.
O homem faleceu, mas mesmo assim, ele continuou a esperar, e esperar, e esperar fora da estação para que seu dono voltasse, até o dia em que ele morreu.
E aí, as pessoas pensaram.
Hachiko esperou pelo seu dono até morrer.
Que cachorro incrivelmente fiel.
O conto deixou muitos donos de bichos de estimação chorando.
Como resultado, eles tiveram uma estátua de bronze do cachorro erguida na frente da estação.
Mas, temos certeza de que Hachiko estava esperando por seu dono?
Isso pode ser meramente a interpretação de humanos de que o cachorro estava lá esperando por seu dono.
É possível a razão de que Hachiko foi para a estação por conta de um vendedor de comida deliciosa ou a presença de uma cadela fofinha.
Pode até ser isso como um cachorro, ele pode ter tido uma razão de cachorro especial que pode ser apenas entendida usando a lógica de um cachorro.
De qualquer maneira, já que humanos não podem falar com cachorros, não há uma maneira de claramente definir suas razões.
Eu posso estar chovendo em seu desfile por arruinar uma história tão boa, mas o ponto que eu estou tentando fazer é que fazer suposições sobre as ações de um animal baseado na lógica humana pode ser perigoso.
Cães coexistiram com humanos desde os tempos antigos. Isso é um fato indisputável. Porém, com isso dito, determinar se eles eram ou não amigos para a humanidade ou "funcionários" fieis para a humanidade é menos que certo.
Até humanos que podem se comunicar através de palavras recorrem a trair um ao outro. Eles podem mentir. Assim sendo, mesmo em uma conversa você pode ter menos entendimento dos pensamentos do seu parceiro do que você tem como um cachorro.
Provavelmente, a razão para cachorros terem se associado com humanos desde tempos antigos é simplesmente devido a alguma lógica de cachorro especial... É uma boa maneira de pensar.
Eu posso estar parecendo que eu estou repetindo o que já disse, mas eu direi novamente.
Quando interagindo com outras criaturas, nós não podemos dar nenhuma hipótese sobre eles baseando-se nos nossos próprios princípios humanos.
Atualmente, acima de treinadores Pokémon e donos de Pokémon exóticos, houveram vários incidentes que resultaram de "fazer coisas com seus Pokémon".
Exemplos de tais violações de senso comum incluem, ser eletrocutado quando tentando tomar banho junto a um Pikachu temperamental. Ou ser bicado por seu Poppo quando você o solta para algum yakitori. (Audiência, risada forçada)
Você pode estar rindo, mas esses são alguns incidentes comuns que acontecem.
Os donos então ficam com raiva dizendo "Eu apenas queria que meu Pikachu ficasse limpo. Mas logo que eu estava pelado ele me traiu." ou "Eu apenas quis dar algo gostoso para o Poppo, mas ele não entendeu." E então, em um ataque de raiva os Pokémon são abandonados. Como resultado, há países em que o número crescente de Pokémon perdidos está se tornando em um problema. Quando na realidade, o dono que foi o culpado.
Colocando de lado essa coisa sem sentido, há também instâncias onde Pokémon perversos machucaram ou até mataram seus donos. Por mais que eles estão frequentemente não querendo admitir devido à vergonha, de acordo com registros inéditos, 86% dos treinadores Pokémon sofreram lesões causadas por seus próprios Pokémon.
Muitos desses incidentes ocorrem devido à arrogância humana de pensar "É meu Pokémon, então ele deve fazer qualquer coisa que eu disser."
Esses erros quase sempre surgem como resultado de noções preconcebidas que eles têm de descrições de Pokémon em anime, filmes e novels.
Pokémon não são criaturas que existem simplesmente para conveniência humana.
Pokémon são Pokémon. Eles têm várias formas de vida nesse mundo.
Pokémon selvagens em particular são especialmente imprevisíveis.
As pessoas precisam acordar do sentido de segurança que eles sentem capturando ou domesticando Pokémon selvagens, e guardem esse aviso do Estudo Comportamental de Bestas Portáteis.

... Extraído de uma lição especial na nonagésima nona Conferência Acadêmica Internacional de Bestas Portáteis

Nota #1) A fala do Professor Condotara Laurence criticando o Pokémon boom é uma opinião minoritária e é desconsiderada em grande medida. A maioria dos acadêmicos na conferência estavam ansiosos para a pesquisa de um recentemente novo Pokémon descoberto.

... Analista Pokémon que assistiu a nonagésima nona Conferência Acadêmica Internacional de Bestas Portáteis em uma TV de satélite
Extraído de uma nota reflexiva por Masaki Sonezaki

Nota #2) A novel "Pocket Monsters" talvez pode ser considerada como uma obra que vê Pokémon em uma forma conveniente para humanos.
Todavia, eu não irei revidar as acusações de Professor Laurence. Essa novel não é escrita por Pokémon ou para Pokémon, é escrita por um humano para humanos.
É somente natural que eu tenho que escrevê-la de uma forma que humanos irão entender.

... Extraído de uma mensagem não publicada do autor de "Pocket Monsters" para Professor Condotara Laurence

Notas de Tradução

*: "Eu disse a verdade, não o dente". Em Japonês, Satoshi perguntou Pikachu para falar (hanashi) com ele, Pikachu interpretou isso como "sem dente" (ha nashi).

*: "Namonashi" literalmente significa "sem nome", porém ele foi escrito em katakana da mesma forma que nomes próprios nessa série são. Sendo assim, está sendo tratado como um nome próprio aqui.

*: Lago Kutcharo é um lago no norte de Hokkaido. O equivalente de Sinnoh para ele em Diamond & Pearl é o Lago Eichi (Lago Acuity). Curiosamente, Kussie deveria na verdade viver no Lago Kussharo no oriente de Hokkaido, equivalente do Lago Risshi (Lake Valor) em Sinnoh.

*: Lago Biwa é o maior lago de água fresca no Japão. É o equivalente ao Lago da Fúria (Lake of Rage) em Johto. Biwahoussie não é um verdadeiro monstro do lago pelo o que eu posso dizer e é um trocadilho bobo em Biwa Houshi, que são monges tocadores de alaúde.

*: Hachiko o cão realmente existiu, seu dono Hidesaburo Ueno era um professor na universidade de Tokyo que faleceu durante uma aula em 1925 depois de uma hemorragia cerebral. Hachiko esperou por ele na Estação Shibuya por quase 9 anos, falecendo em 1935.

*: whooper = técnica de pescaria.

Tradução Original: https://pokemonthenovel.dreamwidth.org/2269.html

Segundo Capítulo: Um Encontro Eletrizante com Pikachu... [Terminologia Japonesa]

Professor Ookido era muito bem conhecido na comunidade científica de Pokémon.
Em seu livro "Uma Introdução Para a Pesquisa das Bestas Portáteis" ele apresentou a reinvidicação de que "Pokémon são diferentes de todas as criaturas desse planeta.", o que lhe fez ganhar bastante atenção na comunidade científica aos 20 anos.
Com os resultados dos seus estudos amplamente aceitos, ele se tornou um estimado professor na Universidade de Tamamushi - Departamento de Bestas Portáteis aos inesperados 25 anos.
Porém, por alguma razão ele não publicou nenhum outro estudo notável e voltou para a sua cidade-natal, Masara Town, em seus 30 anos e abriu um pequeno laboratório Pokémon.
Houveram muitos rumores a respeito da razão dele ter se afastado, de ter alcançado o limite de suas pesquisas ou ter tido seu coração partido por uma atriz em um filme Pokémon que ele atuou como supervisor, junto de várias outras explicações, porém a verdadeira razão permanece um mistério até os dias de hoje. Assim como os treinadores Pokémon, há vários mistérios evolvendo pesquisadores Pokémon.
Quando você pensa sobre isso, também é um mistério que como depois de todos esses anos almejando serem treinadores Pokémon os nomes do pai e do avô de Satoshi ainda não apareceram no registro oficial de treinadores Pokémon. É dito que esforços trazem resultados... Mas não importa o quão patético alguém é como treinador, você poderia pensar que depois de dez anos seus nomes poderiam pelo menos aparecer no registro oficial de treinadores. Mesmo que você não possa pagar a taxa de assinatura, há um registro de associação de assinatura gratuita também.
... De qualquer maneira, há vários mistérios que são relacionados a Pokémon.
Nos 20 anos que Professor Ookido voltou para Masara Town, ele continuou sua própria e pessoal pesquisa Pokémon.
Então como ele ainda recebe o mesmo tipo de dinheiro que ele ganhava como um prestigioso professor na Universidade de Tamamushi quando ele está vivendo que nem uma eremita...? Vinte anos atrás ele escreveu um livro de referência para prospectivos treinadores Pokémon chamado "Poké Referência do Ookido", é uma clássica referência que a mãe de todo mundo ou o pai iriam instantaneamente reconhecer a capa, com "Gráficos úteis e atuais métodos infalíveis para sucesso com Pokémon", ele continuou como um constante "best-seller"... o que é a mais provável explicação para a sua renda.
Satoshi viu professor Ookido tarde da noite antes de ir para a Casa Masara: Hanako para jantar.
Era sempre certo antes de sua hora de ir dormir, e não era algo que ele realmente discutiu alguma vez, mas ele lhe considerou como um velhinho estranho que apesar de ter a opção da famosa comida de Hanako ele simplesmente pediria um furikake ochazuke* e curry instantâneo, então ia quietamente ler um livro no canto do restaurante enquanto come sua refeição.
"Que estranho. Ele poderia ter furikake e curry na loja de conveniência."
O restaurante fica ocupado à noite. E Hanako nunca se viu prestando muita atenção em professor Ookido.
Não importa que tipo de pessoa ele era embora, Professor Ookido tomou conta do único laboratório Pokémon oficial na vila.
Este é o laboratório Pokémon de Ookido. Não havia nenhum outro lugar para os treinadores pegarem seus primeiros Pokémon.

***

"Me esperem, Zenigame, Hitokage, Fushigidane!"
Satoshi continuou a correr, correr, correr em direção ao laboratório do Ookido.
Por alguma razão havia uma grande multidão fora do laboratório do Ookido.
O som de sinos e tambores tocaram.
Satoshi entrou no meio da multidão.
"Se movam, se movam! Eu estou indo até o laboratório!"
Ele achou que havia finalmente passado da onda de pessoas quando, wham! Ocorreu uma colisão entre cabeças com um garoto que estava saindo do laboratório.
"Owowow"
Satoshi caiu no chão e segurou seu, agora, nariz vermelho.
"Eu sou o machucado aqui." Disse a pessoa com quem Satoshi bateu a cabeça.
"Hm? Oh, você é Satoshi. E aí, Satoshi-san. Você está bem?"
Ele ofereceu sua mão para ajudar Satoshi a se levantar.
"V o c ê   e s t á   b e m?*"
Ele deliberadamente repetiu a questão em Português.
Ele era um presunçoso desgraçado.
Satoshi instintivamente murmurou seu nome.
"Shigeru..."
"É Shigeru-kun para você. Não se esqueça de adicionar o -kun no meu nome. Então, Satoshi-kun, você está aqui para me ver também?"
Shigeru Ookido.
Ele tem relação com o prefeito de Masara Town e é o neto do professor Ookido. Ele também é da mesma idade que Satoshi. Shigeru também estava partindo em sua jornada hoje.
Entretanto, sua saída como um treinador Pokémon era francamente chocante. Em primeiro lugar, ele estava usando uma blusa de babado com um tuxedo e uma flor cattleya presa em seu peito. Ele parecia um membro de uma família real ou algo parecido.
E não vamos nem falar sobre o que as outras pessoas estavam vestindo. Mas Satoshi estava em seus pijamas.
"Te ver? Não me faça rir." Satoshi respondeu.
Shigeru só assentiu como se ele tivesse agarrado a situação.
"Eh? Oh, certo, você está indo numa jornada Pokémon de treinamento também."
"É claro que sim. Sou da mesma idade que você."
"Mas para chegar atrasado no dia da partida significa que você já é..."
Shigeru apontou diretamente a Satoshi.
"Não-classificado para ser um dos meus rivais."
"Shigeru-kun."
Satoshi segurou-se para não fazer nada de errado enquanto endereçava Shigeru educadamente.
"Sim? O que é, Satoshi-kun?"
Ele já era um presunçoso desgraçado, mas sua resposta educada estava gotejando sarcasmo.
Satoshi foi em frente e perguntou a questão mais importante.
"Você já pegou seu primeiro Pokémon?"
"É claro. Está dentro dessa Monster Ball."
Shigeru colocou sua Monster Ball na ponta do dedo para que assim a multidão pudesse ver.
Ele então girou a Monster Ball na ponta de seu dedo.
A multidão comemorou selvagemente.
"Vai, vai, Shigeru. Boa sorte, boa sorte, Shigeru."
Haviam até líderes de torcida com pompoms e bandas de música.
As comemorações das líderes de torcida se intensificaram.
"Eu odeio lhe interromper, mas... Shigeru-kun." Satoshi sussurrou para Shigeru.
"Sim?"
Shigeru deu uma genuinamente resposta educada.
"Que Pokémon você pegou, Shigeru?"
Shigeru estalou um sorriso.
"Eu não tenho razão para lhe contar. Porque eu sou o neto do famoso pesquisador Pokémon Professor Ookido."
Ele parou na frente da placa de identificação do laboratório do Ookido e posou com um sinal de "V" para as pessoas que vieram vê-lo.
Vários "flashes" de câmera foram indo e vindo. Provavelmente um jornalista do "Notícias de Masara Town".
Shigeru se virou em frente aos flashes e exclamou:
"Em nome do meu avô, eu vou capturar todos os Pokémon do mundo!"
A Monster Ball na ponta do dedo de Shigeru girou e girou. Virando e virando.

...Hmph, ele praticou um pouco...
Satoshi estava honestamente mortificado.
Shigeru havia esquecido totalmente dele e estava focado na multidão que haviam vindo para vê-lo.
"Eu agradeço a todos que vieram para me ver. Esse é o momento em que eu, Shigeru Ookido, saio para me tornar um treinador Pokémon. O dia em que eu retornar é o dia em que essa vila nomeada através do meu avô do meu avô do meu avô, Masara Ookido, terá seu nome modificado para Shigeru Town."
"Kyaah, ele é um sonho!"
As líderes de torcidas ficaram excitadas.
...Aonde exatamente essa vila estava escondendo garotas que nem essas?...
Satoshi esticou seu pescoço.
Ele nunca havia as visto antes.
Elas eram estudantes da pré-escola da outra vila que trabalhou na maior parte do tempo para uma empresa de garota-campanha que o prefeito de Masara Town, o irmão mais velho do avô de Shigeru, sempre contratou na época de eleição.
O prefeito em si agora tinha o microfone.
"Agora, meus queridos cidadãos de Masara Town, em honra de suas futuras façanhas vamos seguir Shigeru da família Ookido até os arredores da cidade antes de vermos ele partir."
As bandas de música tocaram empaticamente.
Shigeru continuou a atrair a onda de pessoas assim que ele pulou em um conversível com um motorista.
Ainda falando pelo microfone, aparentemente de propósito, o prefeito falou com Shigeru:
"Shigeru, você não esqueceu nada? Você está com seu bento?"
"Sim, meu bento está bem aqui, a propósito, esse carro é um modelo estrangeiro. É um Jerman Vento."
Era uma fachada para uma piada ruim.
...Que patético... Satoshi pensou abatido.
Mas a multidão que veio para vê-lo riu.
Como exatamente as líderes de torcida e as bandas de música foram capazes de rir da absurdamente forçada piada de Shigeru é um mistério.
"Eu estou grato por vocês terem vindo. Obrigado. Obrigado por todo o seu apoio."
Poof!
O carro de Shigeru explodiu o gás todo de sua exaustão em Satoshi ao partir.
Satoshi tossiu por conta do gás, e pelo tempo em que ele voltou a respirar não havia nem cabeça nem cabelo da multidão de antes, a única companhia de Satoshi naquele momento era o vento.
Satoshi apertou seu punho tremente.
"Eu não vou perder."
Sua mão se soltou novamente.
"Shigeru... é meu rival."
E então uma voz, suspirando, falou atrás de Satoshi:
"Haah... Bem, eu tenho certeza de que Shigeru é capaz de viver junto das expectativas. Mas se ele permanecer com essa atitude quando adulto, pode lhe dar problemas... É melhor ele ficar atento..."
O professor Ookido estava lá arranhando seu cabelo cheio de caspa.
Satoshi ficou nervoso quando ouviu a voz do professor.
"Professor Ookido, ca-cadê meu Pokémon...?"
"Huh? Você está partindo numa jornada Poké... Oh certo, havia quatro pessoas partindo hoje, mas... Metido. Shigeru pode estar até indo um pouco longe com o tuxedo, mas certamente você não está planejando viajar em seus pijamas?"
...Eu não preciso de nenhum drama de pijama. E além do mais eu poderia ter estalado o chicote para chegar aqui mais cedo, mas eu não sou nenhum metido... Espera... Oops, reciclar as antigas piadas da minha mãe só me atrasará ainda mais.
"De qualquer maneira, sobre o meu Pokémon..."
"Oh certo... Por esse caminho."
Professor Ookido levou Satoshi até o laboratório.

***

"Os Pokémon estão nessas cápsulas."
Três cápsulas posicionadas em uma bancada de testes na sala de laboratório que o professor Ookido lhe levou.
"Meus Pokémon..."
Satoshi correu em direção à bancada.
As cápsulas eram translúcidas, você não conseguia ver dentro delas porque haviam etiquetas nelas para lhe contar o que havia dentro.
Satoshi engoliu em seco enquanto ele olhava de perto as etiquetas nas três cápsulas.
Zenigame, Fushigidane, Hitokage...
As etiquetas mostraram os três do seu sonho.
Satoshi então falou com professor Ookido:
"Eu estava indeciso até agora. Mas eu já fiz a minha decisão."
"Qual é?" Professor Ookido perguntou em resposta.
"Zenigame. Eu escolho você como meu Pokémon."
"Pois bem, abra-o." disse Professor Ookido.
"Certo."
Satoshi abriu a cápsula levemente para manter sua excitação.
"Huuh?"
Estava vazio.
"Já foi pego por uma criança que não chegou tarde." disse o professor.
"Ugh... minha culpa por chegar tarde."
Satoshi retornou sua compostura.
"Nesse caso, Fushigidane vai ser meu Pokémon."
Ele abriu a cápsula de Fushigidane. Vazio.
"Foi embora... Fushigidane..."
"Não fique espalhafatoso. Também tomado por uma criança que chegou a tempo."
"Entendo... Não, nesse caso... Eu vou lhe escolher como meu Pokémon, Hitokage."
E a última cápsula não tinha nenhum Hitokage, estava vazia também.
"Não pode ser."
"Chegar atrasado para o treinamento ou para Pokémon pode mudar sua vida drasticamente. Essa é uma verdade universal. Eu já tive três treinadores "wannabes"* hoje. Há três Pokémon que eu recomendo... Três menos três é zero, eles foram todos levados embora... Por favor compreenda." Professor Ookido assentiu muito.
"Não me diga "por favor, compreenda", zero... Você está dizendo que eu tenho que sair de casa sem um Pokémon?"
"Ainda tem mais um, mas..."
Professor Ookido trouxe uma cápsula de uma cabinete que fica no fundo do laboratório.
"Então você tem um. Eu vou levar."
A expressão de professor Ookido era sombria.
"Esse último Pokémon tem alguns, digamos, problemas."
"Problemas... O fato de que eu cheguei aqui atrasado... é um problema grande demais já."
"Bem, eu sinto que esses problemas realmente deveriam ser resolvidos."
Satoshi havia decidido na cápsula que o professor Ookido segurava.
"Eu escolho esse."
"Perto, perto, encerramento iminente."
"Eh?" Satoshi esticou seu pescoço. Ele não fazia ideia do que o professor estava dizendo.
"Se aproximar é para eu lhe dar o Pokémon, mas se aproximando ainda mais lhe deixará mais perto do seus sonhos, o que é o caminho para a felicidade, aproximar-se é uma palavra com muitos significados. É importante suportar enquanto você se aproxima e consegue ficar o mais perto possível sem levar as coisas a um fim... É uma verdade universal. Por favor compreenda."
Professor Ookido parece ser o tipo de pessoa que joga lógicas incompreensíveis e espera que as pessoas entendam.
Parando para pensar nisso, apesar de suas visitas regulares no restaurante de Hanako, Satoshi nunca teve uma conversa de verdade com ele.
Mas baseando-se na conversa, ele não sentiu que ele havia que entender ele de qualquer maneira.
"Então, só suporte." Professor Ookido disse.
O que ele disse não explicou nada, mas Satoshi estava disposto a fazer qualquer coisa para ter seu Pokémon.
"Eu vou suportar qualquer coisa."
"Entendo."
Professor Ookido posicionou a cápsula na bancada de laboratório.
Não havia nenhuma etiqueta.
"O que há dentro?"
"Dê uma olhada e veja."
Satoshi tocou na cápsula e um brilho emanou da mesma.
"Pika..."
Isso foi o que a voz falou.
Se você fosse colocar o que ele disse em uma escritura, então Pika é a única maneira de pronunciá-la.
"Peeka?" A cápsula abriu assim que Satoshi repetiu o que a voz disse.
"Chuu..."
Dessa vez o Pokémon apareceu fora da cápsula.
Era pequeno e forte.
Sua cor era amarelo.
Se você olhasse de perto, você iria conseguir ver algumas listras marrons e as pontas de suas orelhas eram pretas, mas em geral você ainda poderia dizer que seu corpo todo era amarelo.
Tinha pequenos membros e pele macia, fazendo-o parecer com um brinquedo de pelúcia.
Era muito pequeno para uma criança pequena segurar, o tipo de coisa que você iria querer pegar e abraçar.
"É um Pokémon conhecido como Pikachu. Você suportaria tê-lo?" Professor Ookido perguntou.
"Woah... Suportar... Ele é tão fofo. Ele é o melhor."
"Você acha?"
"Totalmente. Prazer em conhecê-lo, Pikachu."
Satoshi pegou Pikachu com as duas mãos.
"Pikah!"
...Não me toque!...

Pikachu disse com uma clara expressão de irritação em sua cara.
E então.
Pikachu liberou uma forte onda de energia no corpo de Satoshi.
Bem de seu coração até suas unhas, em vez de estar se entorpecendo, a eletricidade o fazia pensar que a mesma ia rasgar seu corpo em átomos.
"I-i-i-i-isso é..."
Ele estava se contorcendo tanto que ele acabou chegando ao ponto em que ele não conseguia mais mexer seu corpo para fazer Pikachu ir para trás.
Professor Ookido usou um óculos magnífico para examinar algumas estranhas marcas nas bochechas de Pikachu.
"Olhando para as bolsas de eletricidade de Pikachu, ele tem um pouco de carga."
Aparentemente você pode determinar a carga de um Pikachu examinando suas bochechas.
"Ba-ba-bastante chocante."
"Bem, é claro. Pikachu são comumente conhecidos como ratos elétricos, esse Pikachu em particular é um pouco tímido e não é acostumado com humanos, se você tocá-lo da maneira errada ele vai lhe responder assim."
"Você devia ter me contado isso primeiro."
Satoshi resmungou enquanto ele continuava a se contorcer lentamente, pequenas faíscas ainda pulando de seu cabelo.
Professor Ookido parece ser o tipo de pessoa que não só não pensa nos outros, mas também não liga para eles.
"É, provavelmente devia."
Ele abriu a gaveta da bancada de laboratório logo que Satoshi se recuperou da sua experiência chocante.
Ele então produziu duas coisas que Satoshi havia anteriormente visto em seus sonhos.
"Agora, aqui estão alguns presentes de saída para a sua jornada... Monster Balls para capturar Pokémon e um Guia de Campo Pokémon."
Quando você abre a capa do Guia de Campo Pokémon você tem uma tela LCD dentro, similar a um PDA. ...É grosseiramente quase do mesmo tamanho e tem a espessura do livro que você está atualmente lendo.
Logo quando o Professor Ookido estava dando o Guia de Campo para Satoshi...
No mesmo momento, Pikachu soltou outro choque no corpo de Satoshi.
"Entendo, isso é meio eletrificaaaaante."
"É-é-é como um zumbiiiiiiiido."
Pikachu continuou a liberar choques neles por dois minutos.
Eventualmente...
Enquanto o cabelo de Satoshi estava simplesmente liberando algumas faíscas residuais, Professor Ookido estava paralisado e estava deixando sair fumaça. Pelo visto a eletricidade inflamou sua caspa.
A esse ponto, a cabeça do professor Ookido poderia potencialmente pegar fogo e deixá-lo careca.
"Pikachuuuuuuu... Eu não acho que é bom, ha ha ha... você gastar sua energia desse jeito." Professor Ookido disse a Pikachu, sua língua formigando.
Ouvindo as palavras do professor, Pikachu parou sua descarga.
"Você espera eu levar essa coisa?"
Satoshi, cujo pijamas agora estavam esfarrapados, perguntou a Professor Ookido, cujo o jaleco branco estava queimado e preto.
"Ele é o único sobrando. Mas como espécie, Pikachu geralmente tem uma natureza bem gentil e se dão bem com os humanos. Eu cuidei de muitos deles como bichinhos de estimação, eles também são bons como fontes de energia substitutos durante um blackout.*"
"Eu vou pegar um desses então." Satoshi bateu de frente.
"Você espera eu dar um dos meus amados bichinhos?" o professor respondeu friamente.
"Oh... Certo." Satoshi encolheu os ombros.
"De qualquer maneira, esse Pikachu é um pouco diferente da maioria."
Satoshi deu uma olhada na cara de Pikachu, tomando cuidado para não ser eletrocutado.
"Você é o diferente... não é?"
Pikachu olhou para trás em um movimento.
"Todos os Pokémon tem suas exceções. De qualquer maneira, ser um pouco diferente pode fazer de sua criação mais gratificante." Professor Ookido falou como se não fosse problema dele.
"É, você está certo."
Satoshi olhou para Pikachu.
Se você olhasse de perto, ou bem, se você olhasse-o por inteiro, ele ainda era fofo.
Satoshi gostou de olhar pelo lado positivo.
"É só pensar nele como meu próprio Pikachu especial."
"Não importa o que você ache, não há outras opções."
"Certo!"
Satoshi apontou para Pikachu e declarou:
"Pikachu, eu escolho você."
Pikachu ainda se recusou a olhar para ele.
"Então, e sobre o seu nome?" Professor Ookido perguntou.
"Eh?"
"Pikachu é sua espécie. Você não sai chamando seus amigos humanos de "humanos", né, metido?"
Satoshi já sabia disso. Ele é decidido em nomes.
... Zenigame seria Zenibou. Se fosse um Fushigidane, então Danesuke. Um Hitokage iria ser Kagetarou. ...Se sua mãe Hanako soubesse desses nomes, ela provavelmente perguntaria o sentido dos nomes e lhe daria uma paulada com um ventilador de papel...
De qualquer maneira, Satoshi nunca previu a possibilidade de que ele terminaria com um Pikachu.
"Uh, um nome... Já sei! Pikabou... Pikasuke... Pikatarou."
Pikachu estava meramente olhando para trás até agora, mas nesse ponto se virou completamente.
"Eu não acho que ele gosta desses nomes." Professor Ookido encolheu os ombros.
Satoshi continuou a falar nomes no instante em que ele pensava neles.
"Pikao. Pikata. Pikazaemon. Pikanosuke. Pikabee..."
...Pare com isso... Pikachu olhou de uma maneira tão séria a Satoshi que até um brilho saiu de seu olho e pareceu que ele falou aquilo.
A bolsa de eletricidade em suas bochechas começaram a soltar faíscas novamente.
"Acho que você deveria desistir de nomeá-lo." Professor Ookido disse nervoso.
"O Pikachu é zangado?"
Pikachu assentiu.
"Alguns Pokémon que não são acostumados como bichinhos não gostam da ideia de humanos arbitrariamente decidirem nomes para eles." declarou professor Ookido.
"Então esse é o caso do Pikachu?"
"Usualmente tudo sairia bem. De fato, eles até que gostam de ganharem nomes. Pikachu normais são bem acostumados com a vida como bichinhos."
"Então esse Pikachu não é normal...?"
"Isso mesmo."
Satoshi então endereçou Pikachu.
"Então, seu nome é Pikachu. Você está bem com isso, Pikachu?"
...Tanto faz...
Pareceu o sentimento com o qual Pikachu lhe respondeu, encolhendo sua falta-de-ombros.
Satoshi assentiu em resposta.
"Certo, Pikachu. De agora em diante, você é Pikachu."
"Oh, a propósito." Professor Ookido falou despreocupadamente.
"Tem mais?" Satoshi perguntou.
"Esse Pikachu odeia lugares pequenos."
"Huh?" Satoshi não entendeu onde o professor estava querendo chegar.
"Ele recusa a entrar em sua Monster Ball. Se ele se recusa a entrar em sua Monster Ball, você não pode carregá-lo em seu bolso."
"..."
Satoshi estava sem palavras.
...Pokémon é a abreviação de Pocket Monsters (Monstros de Bolso). Eles são chamados assim porque você os mantém em seu bolso usando Monster Balls. Um Pokémon que não vai em seu bolso. O que faz esse Pikachu?
Pikachu murmurou a si mesmo.
"Pikachu, pika, Pikachu..."
Eu sou apenas Pikachu... é o que Pikachu pareceu estar dizendo.

***

"Mãe!"
Satoshi estava surpreso ao sair do laboratório com Pikachu.
"Já que é quase hora do lanche, eu pensei que eu poderia vir ver como você estava."
Hanako estava parada atrás da grade.
E não era só ela.
"Todos tiveram um tempo livre também, então eles vieram para te ver... A maioria são nossos vizinhos e clientes... Você deveria estar grato por eles..."
O tom de voz de Hanako estava no modo mãe Japonesa ao invés da mãe casual.
Os velhos camaradas que moravam perto e um número de clientes regulares estavam lá com latas, panelas e colheres de pau do restaurante. Algumas pessoas até tinham fitas na cabeça e bandeiras com "Certa Vitória" escrita nelas.
Para que Hanako pudesse dar os items que Satoshi esqueceu, o restaurante deu uma pausa de um dia inteiro.
E com o restaurante fechado, os clientes que receberam o lanche especial menu bento perceberam que já que eles estavam comendo fora, poderiam ir junto de Hanako.
Vendo que o monte de vizinhos e clientes que vieram junto estavam mais interessados em comer com Hanako do que ver Satoshi, a atmosfera estava meio preta... Nada como as bandas de música e líderes de torcida de Shigeru.
"Eu não posso acreditar em você, sempre chegando tarde, me deixando preocupada até o fim, pois bem, é uma despedida por agora..."
Hanako olhou para a distância enquanto ela lacrimejava um pouco. Ela havia um monte de sentimentos diferentes, mas ela abriu uma cara de bravura como uma mãe.
"Eu trouxe para você suas roupas e equipamento que você deixou em casa."
Hanako mostrou a mochila a Satoshi antes de tirar um lenço de algodão do bolso do mini-avental para soar o nariz.
"Até no fim, fim, você ainda está me causando problemas... sniff sniffle"
Hanako retornou ao modo mãe.
A multidão estava começando a ficar emotiva também.
Eles, em algum lugar e pelo caminho, esqueceram seu desejo de comer lanche com Hanako.
É às vezes difícil de distinguir as pessoas que são fãs da comida de Hanako e as pessoas que são fãs da Hanako em si.
Hanako começou, gradualmente, a ficar mais emocional.
Ela abriu a mochila enquanto chorava.
"Aqui seus sapatos e jeans. Algumas camisetas e calças... Eu peguei algumas comidas instantâneas e coloquei na mochila para casos de precisar comer urgentemente. Algumas luvas de borracha para cozinhar, você não quer queimar sua pele... Ah, e também tem alguma linha para que assim você possa costurar suas roupas."
...Mas que diabos é isso?... Pikachu perguntou-se esticando o pescoço.
A cara de Satoshi estava com a cor vermelho claro enquanto Hanako continuava a falar.
"Esqueça isso. Isso é muita coisa, muita, muita coisa... Eu não sou o Shigeru, eu não preciso de nada grande assim até que eu volte aqui como o supremo treinador Pokémon."
"Eu acho que você está certo."
Hanako estava sorrindo como nada tivesse acontecido.
"Mas bem, já que todos já estão aqui... Nós provavelmente também iremos comemorar com um pouco de vai, vai, vai~"
Ela havia agora de repente mudado para o modo garota adolescente.
"...Huh?"
A expressão de Hanako então mudou para o modo garota de dez anos de idade.
Ela percebeu Pikachu.
"Aah, é tão fofo. Esse pequeno animal."
Pikachu estava de alguma forma ofendido pela descrição de pequeno animal... O quê?...
"Chuupika...?" Sua tentativa de ameaça terminou apenas com ele sendo fofo.
Satoshi falou com Hanako:
"Ah... ele é meu Pokémon... seu nome é Pikachu."
Pikachu bufou... "Piiiiiika." E os ignorou.
Satoshi deu seu melhor para mostrá-lo.
"Esse Pikachu e eu vamos pegar todos os Pokémon do mundo."
Hanako falou, inocentemente:
"Hmmm, se ele é um Pokémon, então por quê..."
"Eh?" Satoshi perguntou em resposta.
"Pokémon usualmente são mantidos dentro dessas coisas... Não?"
Ela apontou à Monster Ball que Satoshi estava segurando.
A curiosidade por trás do "não?" de Hanako foi pronunciada no modo garota wannabe de dez anos de idade.
"Ah... você está certa... Ah... Sim... Pikachu. Entre na bola..."
Professor Ookido disse que ele não iria entrar, mas ele não poderia ter certeza se ele não tentasse. Talvez... o Professor estava errado.
Satoshi brandiu a Monster Ball.
Ele tomou uma forma de arremesso altivo, antes de lançar levemente a bola.
Mas um momento depois, a Monster Ball estava de volta em sua mão.
"Eh...?"
Pikachu havia rebatido ela com sua cauda.
"Ele pode fazer isso?"
Satoshi suavemente jogou a bola de novo.
"Pi..."
Pikachu rebateu a bola.
"Eu acho que ele pode."
Satoshi jogou novamente.
"Ka..."
Pikachu rebateu a bola com a cabeça.
"Isso também?"
Satoshi jogou a bola mais uma vez.
"Chuu!"
Pikachu, dessa vez, rebateu com um ataque de mãos.
A Monster Ball acertou bem forte no estômago de Satoshi, que nem Pikachu queria.
"Guh..."
Satoshi nem conseguiu parar a bola com as duas mãos.
"Nada mau. Nada mau."
Hanako aplaudiu com um sorriso.
"Vocês estão brincando de pegar... Vocês já são amigos. Um arremessador e um pegador são como um casal casado... Prova de que vocês já estão se dando bem um com o outro..."
"Eh?... Isso mesmo, Pikachu e eu somos melhores... amigos."
Satoshi bateu na cabeça de Pikachu de maneira tímida.
Pikachu olhou para Satoshi com um brilho no olho.
Mas não o eletrocutou.
...Parece que ele pode estar me aquecendo um pouco...
Satoshi soltou um suspiro de alívio.
Hanako falou sinceramente:
"Vocês são o casal perfeito. ...Mas... Você sabe. Jogando a bola de volta daquele jeito..."
Satoshi e Pikachu esperaram Hanako terminar sua sentença.
Hanako apontou para Pikachu.
"Ele é um Pokémon realmente estranho."
"...Pokémon estranho..."
Satoshi caiu em desespero.
"Você não deveria ter dito isso..."
As bolsas de eletricidade de Pikachu começaram a faiscar.
Era óbvio que ele havia sido ofendido.
"Não há nada que eu possa fazer para pará-lo agora."
Satoshi olhou para o céu.
"Chuu!"
A voz aguda de Pikachu ecoou e o corpo de Satoshi mais uma vez caiu em uma sensação de dor insuportável.
Era o choque elétrico de Pikachu.
Todos que vieram para vê-lo foram eletrocutados... O fluxo de corrente continuou.
"De fato, a sabedoria de uma dona de casa."
Professor Ookido comentou sobre as luvas de borracha para cozinhar, tendo em algum ponto saído do laboratório vestindo um par de botas de borracha.
"Bem, essas luvas de borracha que Hanako embalou certamente vão vir a calhar."
"Pra-pra-pra-pra-pra-pra que isso?" Satoshi perguntou enquanto ele continuava sendo eletrocutado.
"Eletricidade não passa por borracha. Nem por luvas de borracha ou botas de borracha." respondeu professor Ookido.
"Enteeeeeeeeeeeeeendo." Satoshi compreendeu.
Hmph... Pikachu encolheu os ombros e finalizou sua descarga.
Aparentemente a imunidade do professor Ookido o fez perder o interesse.
Todas as pessoas que vieram ver Satoshi caíram no chão simultaneamente.
Todos estavam esgotados pelo choque elétrico.
Hanako falou, revertendo-se para o modo mãe após o choque.
"Satoshi, tenha certeza de usar seus pijamas toda a vez que for dormir."
"Huh...?"
"Mesmo que eles sejam assim."
Quase que completamente esfarrapados, os pijamas de Satoshi agoram estavam queimados na cor preta.
Pikachu riu com um pipipi... Então gritou "Pikachu!"
"...Eu consegui!"
"...Te peguei!"
A declaração de Pikachu provavelmente significou algo junto dessas linhas.

(Continua no capítulo 3)

Apêndice do capítulo 2 

(... se você estiver com pressa, sinta-se livre para pular para o capítulo 3. ... Porém, pode haver algumas informações importantes escritas aqui que ninguém jamais viu antes.)


... Material Referencial Relacionado a Pokémon 2...

A respeito de um mistério que eu conheço envolvendo pesquisa Pokémon...
A primeira pessoa a publicar pesquisa em Pokémon foi um autor francês no século 18, Count Tajirin. Mas se você olhar pelos registros do século 18 quando Count Tajirin viveu, isso não é apenas quando a primeiríssima pesquisa Pokémon começou. É também a era de começo de pesquisa em muitas outras criaturas.
Até aquele ponto, pesquisa de animais, plantas e seres lendários estavam todas aglomeradas como coisas que não eram humanas. A única pesquisa notável veio da Grécia antiga no quarto século A.C. de um estudioso conhecido como Aristotle, que havia catalogado aproximadamente 500 variedades de animais, mas acima deles estavam nada que parecia ser Pokémon.
Aristotle dividiu as criaturas em quatro grandes categorias, humanos, animais com sangue vermelho, animais sem sangue vermelho e animais lembrando plantas. Animais sem sangue vermelho incluem insetos, frutos do mar, polvos e pepinos-do-mar.
Animais lembrando plantas incluiam estrela do mar e pepinos-do-mar.
A maior categoria, animais com sangue vermelho, foi ainda mais dividida em duas subcategorias, animais que deram a luz aos seus pequenos e animais que botam ovos.
Animais que dão a luz aos seus pequenos são o que nós agora nos referimos como mamíferos.
Animais que colocam ovos incluem pássaros no céu, criaturas que se arrastam no chão (cobras, lagartos, sapos) e peixes na água.
Surpreendentemente, Aristotle na verdade classificou baleias separadamente de peixes.
Ele argumentou que como as baleias respiram, eles precisam ter pulmões, e chegou à conclusão de que elas dão a luz aos seus pequenos.
Porém, Aristotle não sabia nada sobre Pokémon.
Depois de Aristotle, não houve mais pesquisa "nessa veia" até o século 18.
Era uma opinião comum que acima de todas as criaturas da Terra, as melhores escolhas para Deus eram humanos, e não havia nenhum outro valor em examinar profundamente outras espécies.
Não foi até o século 18 que opiniões mudaram para pensar que para a humanidade entender melhor a si mesma ela deveria também entender outras criaturas.
Na segunda metade do século 18... Um estudioso francês chamado Lamark foi responsável por liderar o movimento para aprender mais sobre animais e plantas.
Porém teve algumas criaturas que eles não conseguiram claramente documentar.
Por exemplo, eles não conseguiam documentar nada definitivo em criaturas lendárias como dragões ou sereias.
Count Tajirin estava acima das pessoas que estudaram tais criaturas.
Naquele tempo haviam apenas 30 espécies de Pokémon conhecidas, por exemplo... o Pokémon de fogo Lizardon criou uma semelhança com o dragão... o Pokémon jato de bolhas Showers criou uma semelhança com sereias (eu acredito que vocês sejam acostumados com o conto A Pequena Sereia, onde é declarado que quando sereias morrem elas se transformam em espuma. Eu imagino que deva ser daí que o termo Pokémon jato de bolhas veio.), é apenas natural que algo relembrando os dragões lendários e sereias tivesse existido.
Todavia, há mistérios.
Como a origem do termo Pokémon.
Pocket Monsters... ou Keitai Juu traduzido em Japonês, da onde veio esse nome?
De acordo com documentos existentes, não foi até o ano 1925 que foi descoberto que Pokémon podem ser armazenados em pequenos objetos como Monster Balls ou cápsulas, essa descoberta inovadora foi feita inteiramente por acidente pelo professor japonês Professor Nishinomori. (Enquanto examinando a energia da raiva da espécie de Pokémon Okorizaru, ele acidentalmente lhe enfraqueceu com uma overdose de drogas, levando ele a de alguma forma ser capturado dentro da cápsula para os óculos de leitura do Professor, esquecendo sua raiva completamente e caindo no sono pacificamente. ... Esse é um evento muito bem conhecido entre pesquisadores Pokémon.) Então como eram os Pokémon chamados antes da descoberta do Professor Nishinomori? Pense sobre isso. Nós chamamos eles de Pokémon porque eles podem ser guardados em nossos bolsos, antes de sabermos disso eles não seriam chamados de Pocket Monsters. Porém não há nenhum outro nome para Pocket Monsters além de Pocket Monsters registrado na história.
Que nome Count Tajirin usava para se referir aos Pokémon é desconhecido.
Não importa que nome eles preferiam, Pokémon claramente existiam.
Mas me incomoda que não resta nenhum outro nome para eles além de Pokémon.
Essa é a minha única suposição, mas eu acredito que os Pokémon tiveram outro nome nos dias de Count Tajirin. Por que esse nome foi apagado? E por quem?
Sendo assim, o nome Pocket Monsters por si só carrega um certo tanto de mistério.
Além disso, pesquisadores Pokémon famosos como Professor Nishinomori e Professor Ookido em algum ponto aposentaram-se de fazer estudos públicos. No século 18 Count Tajiri cessou a publicar sua pesquisa depois de descobrir 30 variedades de Pokémon.
Desde então, isso se tornou uma tendência entre diversos prestigiosos pesquisadores Pokémon por todo o mundo.
Por que isso é assim? Por que eles deixariam a área após ganharem reconhecimento por seus estudos?
Independente disso, cada vez mais pessoas que amam Pokémon entram na área a cada ano.
Há também novos Pokémon sendo descobertos o tempo todo, na era de Count Tajirin havia 30 espécies conhecidas e na era do Professor Nishinomori havia 80 espécies conhecidas, atualmente há oficialmente 151... Esse número é provável de se expandir nos anos que estão por vir. Poderia ter facilmente mais espécies desvendadas tão cedo quanto o amanhã.
Nessa era, outras criaturas estiveram vindo em direção à extinção.
As únicas novas formas de vida descobertas foram novas formas de bactérias e vírus.
Por que apenas Pokémon estão aumentando em número...? (Ou para descrever de uma forma diferente, recém-descobertas?)
É um mistério. Pokémon estão cercados em mistério. E é por isso que os humanos são tão fascinados por eles.

... um pesquisador Pokémon sem nome com absolutamente nenhuma relação com Professor Ookido...

Uma extração de um email enviado para Masaki Sonezaki
Um analista Pokémon que participou da nonagésima oitava Conferência Acadêmica Internacional das Bestas Portáteis

Notas de Tradução

*: Furikake é um tipo de tempero colocado no arroz. Ochazuke é arroz com chá derramado nele, igual a como o leite é colocado no cereal.

*: Então, honoríficos japoneses. Shigeru sarcasticamente refere a Satoshi como "Satoshi-san" e exige que seja chamado de "Shigeru-kun". "-san" é basicamente o equivalente japonês de "Sr." ou "Sra.", "-kun" é de alguma forma menos formal e tipicamente usado ou entre amigos de status similares ou por alguém de autoridade falando com alguém mais jovem ou com menos experiência. Satoshi claramente não considera Shigeru como um amigo, mas Shigeru gostaria de ao menos deixar a ilusão de civilidade entre eles mesmo ele tendo uma natureza condescendente. (Outros honoríficos incluem "-chan", o que é meio que um "-kun" para garotas e "-sama" o que é rigidamente equivalente a "Mestre" ou "Lorde". Não tenho certeza se isso será relevante mais tarde, mas eu achei que deveria mencionar isso enquanto ainda no tópico de honoríficos.)

*: Alemanha (Doitsu) foi escrito em kanji ao invés do comum katakana, então eu alterei a "soletração" como com outros países anteriormente. Eu expliquei sobre o bento no capítulo passado e um Vento é aparentemente um modelo de carro feito pela Volkswagen. Eles são parecidos, por isso a piada.

*: Enquanto conversando com o professor, Satoshi usa o pronome "boku" ao invés de "ore".

*: A pessoa metida (whippersnapper) e estalando o chicote (snapping the whip)... Em Japonês, Ookido se referiu a Satoshi como "bouya" (Pequeno garoto, o mesmo termo usado pela Hanako no último capítulo), que para o retorto de Satoshi ele pode até ter frescura (boyaboya) mas ele não era nenhum garotinho (bouya). Drama de pijama era "pijama" e "jama" assim como com Hanako no último capítulo também.

*: "Não fique espalhafatoso" (Don't get fussy), o nome "Fushigidane" (Bulbasaur) pode ser lido tanto como "semente misteriosa" quanto "que misterioso", quando Satoshi comentou em relação a Fushigidane ter ido embora, Ookido respondeu "Fushigi wa nai", ou "Não é nenhum mistério". TRADUTORA ORIGINAL DANDO SUA OPINIÃO QUANTO A QUE PALAVRA USAR PARA COMBINAR COM FUSHIGI: "Fussy" é a melhor palavra inglesa que eu poderia usar para combinar com "fushigi".

*: O diálogo de Ookido sobre "perto" significando tanto "para terminar" quanto "para ficar perto" era originalmente sobre a palavra "koufuku", o que dependendo do kanji usado pode significar tanto rendição (降伏) quanto felicidade (幸福). Há alguma mudança no significado, mas tentei o manter o mais tematicamente igual possível.

*: Caso você não tenha pego a referência, Count Tajirin é uma referência a Satoshi Tajiri, criador de Pokémon.

*: O apêndice desse capítulo traduz França e Grécia em katakana de acordo com o uso regular, em vez de kanji.

*: "Keitai Juu" foi anteriormente traduzido como "Besta Portátil".

*: Professor Nishinomori V apareceu no sexagésimo sexto episódio do anime, When Yadon Becomes Yadoran (traduzido para Quando Yadon (Slowpoke) se torna Yadoran (Slowbro) literalmente, e o título PT-BR do episódio é "A Solução da Evolução"), quase um ano inteiro após esse livro ser publicado.

*: Shigeru fala "Você está bem?" em inglês, o texto original sendo 「アーユーオーライト?」 ("Aa yuu ooraito?"). Traduzi diretamente para português por praticidade.

*: wannabe = aspirante.

*: blackout = apagão.

Tradução Original: https://pokemonthenovel.dreamwidth.org/1664.html

Primeiro Capítulo (Versão 02) [Terminologia Japonesa]

"...Eu não consigo dormir.", Satoshi disse.
Hanako disse batendo no travesseiro de Satoshi:
"É claro, eu consigo entender seus sentimentos. Todas as pessoas de 10 anos estão almejando ser um treinador Pokémon nessa vila. Seu pai, seu avô e você mesmo...", quando ela disse sobre o pai e o avô de Satoshi, o travesseiro virou um saco de pancadas.
"Pai e avô..."
Uma memória de quando Satoshi tinha cinco anos passou pela sua mente.

***

Era o dia em que um PC foi dado a ele pela primeira vez.
Hanako disse olhando para o novíssimo computador:
"Ei, meu filho. Eu devo dizer a você. Seu pai e seu avô são ótimos treinadores Pokémon, não?"
É claro, era o que Satoshi acreditava.
"Ei mãe, me conte! Como meu pai é? Que tipo de homem é meu avô?"
Quando o pequeno Satoshi perguntava isso à Hanako, ela sempre dava a mesma resposta.
"O seu pai e avô são treinadores tããão surreais que eles superam até o herói Ookido Masara... possivelmente."
"Surreal?", não era uma palavra familiar para ele.
"Surrealístico, super-realístico."
"Eles são homens superiores, você quis dizer."
"É algo assim."
Mas no dia em que o PC foi entregado, os superiores pai e avô haviam se transformado em pessoas diferentes. Foi assim que aconteceu...
Hanako balançou sua cabeça para o pequeno Satoshi.
"Desculpe, querido. Eu te contei uma história falsa." Hanako disse com a sua boca levemente aberta.
"História falsa..."
"Treinadores surreais. Surrealístico é super-realístico, super-realístico significa ficar indiferente da realidade... em outras palavras, é sem sentido. Me dê uma folga!"
Uma folga deveria ser dada mais a Satoshi do que a ela.
Hanako perguntou:
"Satoshi, quando você começa a mexer em um PC, você entra em uma comunicação on-line... não?"
"É" Satoshi assentiu.
"Então, você começa a acessar páginas relacionadas a Pokémon, e talvez você quer saber mais sobre seu pai e seu avô."
"É, claro."
"Mas talvez você não consiga saber."
"Por quê?"
"Porque eu te disse um monte de mentiras..."
"Eh...?"
"Não é uma mentira que seu pai e seu avô almejaram ser treinadores Pokémon... é um fato... que eles estão longe, numa jornada, é um fato óbvio, também."
"Bem."
"Mas eles se tornaram treinadores de pleno direito..."
"Bem?"
"É uma mentira, provavelmente."
"Uma mentira?"
"Você nunca viu a notícia de que seu pai e seu avô foram elegidos para os dez mil melhores treinadores em uma revista ou jornal."
"É, eu nunca vi."
"Mas você é absolutamente indiferente a isso porque somente os participantes do Torneio da Liga do ano são colocados na lista dos melhores dez mil treinadores. O ótimo treinador chamado Mestre Pokémon não compete na Liga Pokémon... tem vários ótimos treinadores mesmo se o mesmo não é colocado na lista."
"Bem."
"Mas se você checar o www, eu vou ficar completamente perdida para uma resposta."
"www?"
"É, você pode ver facilmente no www a lista de assinantes da Associação Mundial de Treinadores Pokémon - todos os treinadores oficiais estão na lista -, eu ouvi que os nomes dos treinadores oficiais são bilhões incluindo os mortos na lista."
"A lista de assinantes? Essa é a primeira vez que escuto sobre isso."
"Você pode ver. Então você pode procurar facilmente pelos nomes de seu pai e seu avô pelo PC mesmo se há bilhões de treinadores oficiais. Então, eu digo antes de você pesquisar sobre, você não pode achar os nomes de seu pai e seu avô."
"Por quê?"
"Seu pai e seu avô não são autorizados ainda. Em outras palavras, eles não se tornaram treinadores oficiais ainda."
"Hm."
Um longo silêncio se pendurou entre Hanako e Satoshi por um tempo.
"O que eles estão fazendo agora? Papai e avô?" Satoshi perguntou.
Hanako encolheu seus ombros.
"Eu não seeeei. Mesmo que eles estejam almejando ser um treinador, os seus nomes nunca foram colocados na lista... É tão infrutífero..."
"É tão infrutífero..."
Satoshi repetiu as palavras de Hanako.
Por Hanako odiar clima sombrio, ela disse como se nada fosse importante:
"Mas não significa que seu esforço é infrutífero. Não ligue para o seu pai e seu avô, de agora em diante. Cabe a você se decidir se você quer se tornar um treinador ou não, Satoshi."
"Droga! Nada legal!"
"É, nada legal. Tããão nada legal."
Hanako sorriu.
Era um alívio para ela perceber que Satoshi não estava profundamente chocado.
Os sentimentos de Satoshi estavam como a sua palavra... "Nada legal!"
Seu pai e avô não estão sempre aqui por perto mas ele só os viu por fotografias.
Para o Satoshi de cinco anos, não parece uma história real.
Se seu pai ou avô são ótimos treinadores ou não, ele não mudou a sua decisão de querer ser um treinador Pokémon.
Mas ela murmurou ocasionalmente:
"O pai e avô de Satoshi ainda estão numa jornada em algum lugar com o propósito de se tornarem treinadores Pokémon... como eu os invejo!"
Mesmo que ela tenha murmurado ocasionalmente, ele ouviu isso tantas vezes porque atingiu as orelhas dele até o tempo em que ele completou 10 anos.
Era natural que Satoshi sonhasse em se tornar um treinador Pokémon.
Mas Hanako não murmurou porque ela estava ansiosa para a segurança deles.
Porque Hanako ama Pokémon, ela mesma desejou se tornar uma treinadora Pokémon.
Se Hanako não fosse a sucessora do restaurante de sua mãe, ela teria partido numa jornada aos 10 anos de idade para treinar para ser uma treinadora Pokémon que nem Satoshi mesmo que ela tenha desrespeitado a oposição de sua mãe.
Eles disseram que era melhor ir treinar enquanto jovem para se tornar uma boa treinadora. Mas eu estou em minha adolescência, então chega disso.
Se alguém que possa sucedir o restaurante de minha mãe aparecer, eu vou deixá-lo para o mesmo e começar uma jornada imediatamente.
Hanako não havia desistido.
Mas...
Foi o dia em que ela ainda tinha 18 anos... a mãe de Hanako ainda estava viva.
Ela se apaixonou à primeira vista por um viajante que queria ser um treinador Pokémon que ficou na pousada de sua mãe. Ela entrou em um êxtase tão grande que ela se sentiu absurda por si mesma, e por isso instantaneamente se casou com ele.
Mas ele partiu numa jornada, e nunca mais voltou para casa.
Para deixar as coisas ainda piores, a sua mãe instantaneamente faleceu de uma doença, Hanako herdou a pousada e o bebê recém-nascido.
"Você o ama até hoje?", se ela fosse perguntada, ela iria responder: "Não, claro!"
Se uma mulher como Hanako fosse abandonada, e se seu marido voltasse para casa após 10 anos sem vergonha, ela iria ignorá-lo porque é muito absurdo para ficar zangada.
Hanako decidiu educar Satoshi por si só até que ele começasse uma jornada almejando se tornar um treinador Pokémon.
É natural... Hanako acha.

Tradução Original: http://web.archive.org/web/20030430011300/http://sekichiku.freehosting.net:80/ep_novta_04.htm

Prólogo [Terminologia Japonesa]

Era uma certa noite.
Uma luz fraca brilhava na escuridão.
Pon...
Um som fraco soou pelo ar.
E assim, uma certa criatura foi trazida à existência.
Enquanto isso, em outro lugar...
Pon...
Pon...
Pon...
Mais das criaturas apareceram uma atrás da outra.
As formas e aparências das criaturas variavam descontroladamente.
Entre as criaturas haviam algumas que relembravam outras criaturas com quais nós já estamos familiarizados.
Entretanto, eles eram diferentes para qualquer outra criatura que já esteve nesse mundo.
Como os humanos evoluíram de hominoideas há bilhões de anos, as criaturas desse mundo tiveram seus próprios ancestrais.
Mas essas criaturas eram diferentes.
Repentinamente, naquela noite...

Pon...
Pon...
Pon...
Hoje em dia, nós temos uma enciclopédia para identificar essas criaturas que repentinamente apareceram nesse mundo.
As pessoas do mundo logo começaram a identificar essas criaturas como Pocket Monsters.

"Por quê? Como? O que trouxe os Pocket Monsters ao nosso mundo? Para explicar esse mistério é algo equivalente a explicar o mistério das origens da humanidade."

Uma extração de "Uma Introdução à Pesquisa das Bestas Portáteis" por Professor Yukinari Ookido da Universidade Tamamushi - Departamento das Bestas Portáteis...

>Uma Explicação para Pais e Guardiões<
Quando se trata de Pokémon... Uma imagem vale um milhão de palavras.
Se você quiser saber sobre Pokémon, interagir com um diretamente irá lhe ensinar muito mais do que ler um milhão desses. O que é dizer, mesmo isso sendo um velho ditado, não há constrangimento em não saber o que é um mistério para todos.
Para resumir, usar palavras para descrever Pocket Monsters para uma pessoa que nunca viu um antes... seria incrivelmente difícil.
Porém, esse livro é uma novel, não uma enciclopédia, a aparência de Pokémon será descrita no texto.
Essas descrições são tiradas de "criaturas reais ao invés de Pokémon" definidas pela edição de 1997 do mundialmente famoso DIE (Dicionário Inglês de Oxbridge).
Por exemplo,
"Um Pokémon parecido com uma tartaruga", iria relembrar uma tartaruga...
Descrito como um tipo de réptil no DIE. ... A descrição é a de um animal cujo corpo é coberto por uma casca dura na frente e atrás com uma cabeça, cauda e um par de braços e pernas que podem ser retraídas dentro da casca. ...Isso descreve a forma... que tal Pokémon tomaria.
"Um Pokémon parecido com um sapo", o DIE descreve o sapo como...
Um anfíbio com poucas características faciais. ... Suas larvas são referidas como girinos, eles vivem pelo lado d'água em locais como rios ou pântanos. Eles frequentemente fazem barulho no começo do verão e hibernam durante o inverno. ... O que é a forma... que tal Pokémon tomaria.

Então...
O DIE é considerado o principial e o melhor do mundo para definições de dicionário.
Se entre as descrições de tartarugas, sapos e outras coisas nessa novel, você acabar passando por um animal cujo você não é muito familiarizado com, sinta-se à vontade para pesquisar sobre ele no dicionário. Não importa quem o editor do seu dicionário é, a definição de palavras mais comuns não variarão muito do DIE, então por favor tenha a certeza.

***

Ele diz sobre uma vez por mês?
Eu tenho esse sonho.
O universo está diante dos meus olhos... Inúmeras estrelas estão espalhadas por aí... Além de todas as milhares de estrelas... um grande Sol ascende.
E então naquele momento, tem um whoosh e eu repentinamente escuto música ecoando por meu corpo.
O som soa como se estivesse vindo de um órgão.
Como aqueles que você vê em fotos de igrejas estrangeiras. O tipo de órgão que parece que foi um monstro que fez ou tubos de ferro. Ele se torna cada vez mais intenso.
Aquele barulho... minha TV ou cassete de rádio não consegue replicá-lo. Por mais que eu o ouça dentro de meus sonhos, é algo impossível de capturar em um CD ou em uma fita. Mas ainda assim o som existe.
É eletrizante, fazendo a atmosfera tremer, picando um pouco minhas bochechas, o chão e as cadeiras parecem vibrar.
Mas o problema aqui, ou bem, não realmente um problema... Essa melodia é familiar, eu a escuto regularmente, é a mesma música do jogo Pokémon... Mas ela realmente me deixa animado. Quando eu ouço essa música... Eu tenho esse sentimento... Aí vem ela, finalmente, finalmente, está começando... vamos lá! ... algo assim. Você entende o que eu quero dizer?
Oops... No mundo sem som da palavra escrita, é um pouco difícil de descrever a música em meu sonho.
De qualquer maneira, essa incrível música digna de whooshing me enche enquanto o grande Sol sobe.
Mas a melhor parte ainda está por vir.
O Sol ascende e algo voa.
Algo... Eu não consigo descrever isso sem soar pretensioso.
Eu tive esse sonho um incontável número de vezes.
Eu apenas lhe colocarei da forma mais simples possível.
Sim, é um Pocket Monster. Pokémon para encurtar...
Era um Pokémon de fogo "vomitando" um fogo escaldante, Lizardon. Uma chama incrível queimou no fim de sua cauda grossa. É a forma evoluída do Pokémon Lagarto, Lizardo, por mais que ambos Pokémon são capazes de respirar fogo, Hitokage poderia ser usado como um isqueiro, enquanto Lizardon está em um inteiramente nível diferente. Voando em suas incríveis asas como um kiwhiing, as chamas que ele "vomita" são quentes o suficiente para derreterem pedras maiores do que a estátua de bronze na praça da cidade em um instante. O Lizardon, aparentemente tendo nascido do Sol há meros momentos, solta chamas como gawhoosh enquanto ele voa em minha direção.
Eu não estou com medo. Não queima. Esse é meu sonho afinal de contas.
... Acima disso, esse Lizardon... é meu Lizardon. Quando eu iria pegar um Lizardon? Não importa. É meu sonho...
Meu Lizardon voa passado acima de minha cabeça e eu olho atrás de mim mesmo para vê-lo voar em direção a um planeta azul.
Um planeta azul nesse universo, é, é obviamente a Terra em que nós vivemos.
Lizardon mergulha na atmosfera e chamas envolvem todo o seu corpo enquanto ele desce.
Enquanto ele desce, ele poderia aterrissar em Amerika, Engliss ou até mesmo Parie, mas é claro, irá aterrissar em Tohkyo City*... A capital do país em que eu vivo.
A Torre de Tohkyo e a Exibição Harimaku estão lá, uma vez que este é meu sonho, Lizardon voa onde é conveniente para mim.
Porque ele desceu sobre Tohkyo City, Lizardon não esbraveja que nem um monstro gigante.
Ao invés ele continua sua descida em direção ao distrito de Shifuya de Tohkyo City.
Provavelmente, está indo para a ceremônia de abertura das Pokélympics, um evento internacional que acontece a cada quatro anos.
O Tohkyo Dome é ótimo também, mas uma área sem teto onde ele pode voar pelos céus azuis combina melhor com Lizardon.
Todo o assento no estádio nacional está cheio, é claro.
A audiência vê Lizardon no céu e começa a torcer.
"Lizardon!"
"Lizardon!!"
"Lizardon!!!"
Eles falam o nome de Lizardon.
Lizardon aterrisa dentro do estádio perto da plataforma da chama sagrada e dobra suas asas, os competidores no campo da ceremônia de abertura inclinam suas cabeças. Lizardon olha para a plataforma da chama e lança fogo para acendê-la.
A chama labareda e plana... Isso mesmo, meu Lizardon é o último condutor da tocha na Pokélympics.
Saudações altas além das capacidades de Dolby Digital soam.
Balanceado em suas caudas enroladas, uma banda feita de Seadra tocam uma fanfarra de trompetes com suas bocas de cornetim.
O juramento dos competidores começa.
E aquele entregando o juramento com todo o seu poder, é obviamente... eu...
"O juramento!"
Eu grito com todo o ar dos meus pulmões. 92 phons.
"Nós treinadores Pokémon, no espírito da Liga Pokémon, juramos lutar de forma justa e enquadrada..."
Eu não estou certo se o espírito da Liga Pokémon é algo realmente existente ou não, mas isso é um sonho, então deixa para lá.
Sendo um sonho, essa próxima parte que eu falo depois do espírito da Liga Pokémon... é a parte mais importante.
"... Pokélympics. Representante dos treinadores Pokémon... Satoshi de Masara Town!"
Masara Town... é minha cidade-natal.
Satoshi... Esse é meu nome.
O momento em que eu ouço aquele nome é o momento em que eu acordo.

***

O que é um treinador Pokémon?
O básico dicionário no computador de Satoshi define isso como o a seguir.
"Treinadores oficialmente licenciados pela Liga Pokémon para cuidar de Pokémon para batalhas. Há várias regras e métodos envolvendo se tornar um treinador Pokémon, mas o método usual é o de capturar Pokémon selvagens em Monster Balls e cuidar deles até se tornarem Pokémon fortes. Nos anos recentes, trocar Pokémon entre treinadores se tornou algo comum.
Para ser considerado bem sucedido como um treinador Pokémon profissional, você deve competir em torneios regionais, cujo para ser qualificado necessita desafiar ginásios Pokémon regionais e reunir ao menos 8 insígnias como uma prova de suas vitórias.
Para aprender mais sobre treinamento Pokémon, é mais efetivo ir para uma jornada almejando se tornar um treinador Pokémon do que ler livros de referência.
Experiência é a melhor professora... Esse é o segredo para entender Pokémon."
Agora, a definição de Pokémon é...
"Abreviação de Pocket Monsters."
E a definição de Pocket Monsters é...
"Bestas Portáteis... (Na verdade, Bestas Portáteis de Miniatura) Criaturas que podem ser capturadas em cápsulas quando sua resistência está esgotada. Frequentemente pertencendo a treinadores Pokémon. Quando cuidados para se tornarem mais fortes podem evoluir a uma espécie diferente de besta portátil. Vem em todas as formas e tamanhos. Podem ser cuidado em diversos métodos. Para aprender mais sobre eles, é mais efetivo se tornar um treinador Pokémon do que ler material de referência. Experiência é a melhor professora. Esse é o segredo para entender Pokémon."
Esse é o dicionário básico para você... É básico, mas as definições são de alguma forma vagas. Em ordem para entender mais profundamente os Pokémon... Talvez nós deveríamos seguir Satoshi em sua jornada para se tornar um treinador Pokémon.

Notas de Tradução
*: Os nomes de América (Amerika), Inglaterra (Igirisu) e Paris (Pari) são escritos em kanji na novel, ao invés do katakana como eles normalmente são na vida real. Sendo assim, eu modifiquei a "soletração" dos locais na vida real para indicar isso.

*: Tohkyo City é escrito como トウキョシティ, diferente da Tokyo da vida real que é 東京. Tokyo da vida real tem ambas suas vogais alongadas, enquanto apenas a primeira vogal em Tohkyo City é alongada, por isso a "soletração" alterada.

*: Os locais mencionados em Tohkyo City são baseados em pontos de referência da Tokyo da vida real.

*: Até agora, Satoshi tem usado o pronome pessoal "boku", ao invés do "ore" que ele regularmente usa na série.

Tradução Original:
 https://pokemonthenovel.dreamwidth.org/512.html